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31/07/19 07:00 - Opini�o

Analfabetismo emocional (!?)

Rossana Teresa Curioni Mergulh�o

Há dias atrás, falávamos sobre a intolerância, como uma das características de nossos dias atuais. Hoje trago à reflexão o analfabetismo emocional, alvo de estudos pela psicologia comportamental. E o que elas têm em comum? Analisemos...

Não é incomum pessoas proficientes em dominar múltiplas competências, com graduações e pós-graduações, porém, em matéria de gerenciamento emocional não passam de uma criança.

É certo que muitos de nós sabemos quais são os princípios da boa saúde física, no entanto, também é certo que negligenciamos em relação ao cérebro, não como conjunto de células nervosas e estruturas, mas sim em relação a nossa saúde emocional, isto é, naquela capacidade de sentir a vida e nossos relacionamentos, no estado dessa faculdade para entender, controlar e modificar nossos estados psíquicos próprios e de outros.

O ser humano é mais que competências linguísticas, matemáticas ou tecnológicas. Somos, acima de tudo, seres sociais e emocionais, dimensões que muitas vezes esquecidas e até mesmo subestimadas nas instituições educacionais e esse comportamento influencia na nossa forma de viver e conviver.

Segundo estudiosos, de maneira simples, esse analfabetismo emocional se caracteriza por algumas dimensões como: incapacidade de entender e manejar as próprias emoções; dificuldade para entender os outros; reação excessiva a qualquer problema, sentimento de sobrecarga e superação ante qualquer dificuldade, seja pequena ou grande; incapacidade de olhar nos olhos dos outros, para entender realidades diferentes da deles; habilidades sociais são muito rígidas, que impedem ou dificultam o desenvolvimento da sensibilidade, assertividade, que permita uma proximidade autêntica, para criar vínculos significativos e não apenas relacionamentos motivados pelo interesse pessoal.

Segundo estudos ainda, os custos do analfabetismo emocional podem ser enormes, como o pensamento polarizado, a repressão, o racismo ou o sexismo, o narcisismo, a obsessiva necessidade de estarem certos.

Resta claro que essa falta de recursos psicológicos e mecanismos emocionais com os quais poderíamos gerenciar melhores dimensões nos torna vulneráveis a uma série de transtornos mentais.

E então, como acabar com esse tipo de analfabetismo?

Talvez, o primeiro passo é a autoconsciência. Em segundo lugar, talvez seja importante a identificação de cada tipo de emoção. A seguir, aprender que cada emoção tem seu espaço e sua utilidade e que não podemos fugir, mas sim encará-la, para entender o que cada uma quer nos dizer.

O autoconhecimento é sensacional meio para nos tornarmos mais flexíveis, nos possibilitar olhar por prismas mais largos.

Portanto, não despreze a necessidade de estar sempre atualizado, também em termos de emoções. O cuidado dos mundos internos é essencial para que possamos melhor reconhecer, expressar, gerenciar e transformar as vivências em algo que sempre flua a nosso favor e não contra nós!!!

Esse fenômeno, portanto, não tem estrita ligação com o anterior tratado?

A autora é magistrada e docente no ensino superior. Mestre em Direito. Pós-graduada em Antropologia.





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