Sem dúvida que o setor público tem sua importância e a melhoria do ambiente de negócios depende em muito das decisões macro e microeconômicas.
Não obstante esta realidade, é fato que o setor privado tem sua própria dinâmica. Estão sendo tempos difíceis, desafiadores, afinal, não é tarefa fácil suportar (e muita gente não suportou) dois anos de recessão e dois anos e meio de baixo crescimento econômico, contudo, o espírito empreendedor deve falar mais alto.
Quando as coisas não vão bem corremos o risco de imaginar que a geração de riqueza foi zero, quando não verdade houve somente sua diminuição. Evidentemente que fica mais difícil a realização de negócios. Os agentes econômicos ficam mais seletivos e as margens de lucro caem, mas as coisas estão acontecendo.
Observo a retomada de confiança dos agentes econômicos. Em alguns casos de maneira tímida, em outros, mais firme.
Neste contexto, não é o momento de esmorecer, pelo contrário, é a hora do estrategista. Certamente a lição de casa já foi feita, caso contrário seus negócios não teriam sobrevivido a esta verdadeira tempestade econômica.
O espírito empreendedor está diretamente ligado a encontrar as oportunidades internas e externas ao negócio. Na equipe, fazer mais com menos e motivar todos para apostarem em seus diferenciais. No mercado oferecer produtos e serviços que combinem qualidade e preço, levando ao consumidor uma boa experiência de consumo.
Conhecer seu cliente, saber de seus hábitos, seus desejos, como encantá-lo, são questões que permitem a sua sobrevivência. Entender o mercado, qual seu potencial e planejar ações na direção certa, faz toda diferença.
Enquanto os desanimados ficam de olho nas ações do governo, os ativos, os atentos, os empreendedores se preparam para o que vem pela frente.
Alguém tem dúvida que o Brasil dará uma virada, para melhor, na economia? As bases para a retomada do crescimento econômico estão em curso.
Não é otimismo exagerado de minha parte não. São fatos. As reformas estruturantes foram encaminhadas, as ações microeconômicas virão, e como colocado, a riqueza diminuiu, mas não zerou.
Reúna sua equipe. Revisite suas metas. Assuma um comportamento proativo e tenha firmeza em suas ações. Dê foco naquilo que você domina e fundamentalmente esteja aberto ao novo.
Ser estrategista é sempre ter um plano alternativo a ser implementado quando as coisas não saem como o planejado. É ser rápido na mudança de direção e aproveitar da melhor maneira as oportunidades que se apresentam. Enquanto os acomodados lamentam, os empreendedores trabalham arduamente para fazer a diferença.
Reflita com sinceridade: chegou até aqui bravamente, vai perder o jogo aos 45 minutos do segundo tempo? A resposta é não!
Deixe o empreendedor que está em você falar mais alto e faça a diferença no mercado.
O espaço está aberto.
O autor é economista, presidente da Acib, articulista do JC. No Youtube, está no canal Planeta Economia.