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16/05/19 07:00 - Opini�o

A tristeza do Jeca

Clodoaldo Pacce Filho

Ainda dividida, a nação segue no campeonato do Nós x Eles. O auxílio do VAR ainda não foi autorizado e "bola na mão", "golpe baixo" e "fungada no cangote" continuam na impunidade.

A Sagrada Família continua em clima de "Casa do Nóca", não se entende nem na hora da fotografia. É cotovelada para todos os lados. Neste cenário, surge Ala Militar e, para espanto de muitos, é de onde se restabelece a lucidez e o bom senso. Viva o Mourão!

O titular da camisa 17 segue em campo, mas fazendo uma força danada para ser expulso, o que daria um "melê" enorme na área. A torcida está dividida, uma hora grita 'É Campeão!' e na jogada seguinte já grita 'Ladrão!'. O time foi escalado com os 22 titulares, mas aos 10' do 1º tempo tivemos a primeira troca, lance duvidoso e o juiz caseiro atendeu pedido da seleta torcida organizada. Cartão vermelho direto.

Recomposto, o time segue desentrosado, o Capitão 17 não consegue organizar as jogadas, um quer ser mais titular do que o outro, mas gol que é bom, só contra. O meio campo é comandado pelo "homem do cofre", mas não sabe onde deixou a chave e em nome da austeridade, ninguém sabe a cor da grana! Reformas Já! Muitos apoiam e os "do contra" não querem aceitar. Dizem que, se aprovadas, o 17 vai jogar pelo menos mais duas temporadas, podendo ser bicampeão. O campeonato é longo e muita água vai rolar, neste momento é preciso tolerar até que o time se entrose. O Brasil nos últimos anos foi rebaixado para a 2ª Divisão e luta para ressurgir no cenário mundial.

A primeira missão é restabelecer a capacidade de emprego, onde 13 milhões não conseguem entrar em campo, mesmo em boa forma. Recomposta a produtividade, naturalmente a economia voltará a apresentar índices compatíveis com os reclamos da sociedade. Saúde, Segurança, Educação e Transportes encabeçam a lista de "novas contratações" e sabe-se que para dar tudo certo, o mando de jogo tem que ser dividido entre Planalto e Congresso, obedecidas as regras do jogo democrático.

A expectativa é grande, com a virada democrática a ansiedade de toda a sociedade é enorme, exigem-se soluções imediatas para problemas de décadas e de difíceis soluções. Num passe de mágica nada será resolvido. O Capitão 17 não escondeu o jogo, louve-se.

Ao contrário, foi claro em campanha: sem a reforma da Previdência o Brasil quebra de vez e a receita aí está. Alegam que o remédio é amargo demais e o é mesmo. Estamos quebrados, eis a verdade, e não dá mais para enxugar gelo. Milagre não existe, só com muito trabalho já é que poderemos ver a luz no fim do túnel, diga-se, distante.

As gerações futuras haverão de nos crucificar se insistirmos na omissão contemplativa. Chegou a hora da verdade. Nós x Eles, nunca mais. A impagável criação de Amácio Mazzaropi, o Jeca, já dizia: "É bão. Mais Pra Nóis Não Serve".

Como está, não dá mais. Acorda, Brasil!

O autor é advogado e colaborador de Opinião.





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