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17/11/18 07:00 - Opini�o

Hiper Transpar�ncia

Luiz Fernando N�brega

Em recente artigo, Alison Taylor e James Cohen chamaram a atenção para um futuro próximo aonde teremos mais de 80 bilhões de dispositivos contectados à Internet. Questões como vigilância, transparência, liberdade de expressão e privacidade estarão mais um cheque do que nunca e as pessoas físicas, as empresas, instituições e os governos ainda mais preocupados com questões como a preservação de suas reputações. É nesse ambiente que o desafio da integridade fica ainda mais latente e, por que não dizer, mais difícil de se administrar.

Mais difícil, pois o aumento do fluxo de informações e a velocidade destas informações poderão trazer às empresas uma nova forma de lidar com situações adversas que podem em segundos tornar pública uma situação desagradável que tempos atrás poderia ser administrada internamente.

Mas existe um obstáculo ainda mais adverso: saber lidar com todos os seus públicos. Isso sem dúvida demandará um esforço extra dos gestores públicos e privados. Cada público terá sua peculiaridade a ser administrada. Os clientes e consumidores terão a atenção voltada à satisfação e a correção de eventuais deslizes. As redes sociais e os sites de reclamações terão que ser diuturnamente vigiados e geridos para que problemas com esse público não tome proporções titânica.

Já o público interno pode ser ainda mais letal que os consumidores. Como detentor de informações privilegiadas, o público interno pode passar de aliado e algoz em instantes e colocar qualquer empresa ou instituição em risco iminente de ruína. Portanto, como lemos, não existe meio termo, ou se faz bem feito, de forma íntegra e em conformidade, ou se estará à margem do mercado, literalmente fora do jogo! Nessa perspectiva temos que os Programas de Integridade - Compliance - serão vitais nesse novo cenário. Trazendo importante ferramentas para que os gestores possam lidar com estes novos e duros desafios. Ter uma cultura que preserva e incentiva o compromisso ético e íntegro será uma das fases mais importantes.

Um compromisso real que nasce no topo da hierarquia com empenho real da alta administração das empresas, instituições e entidades fará com que quaisquer reveses futuros partam da premissa de que foi uma atitude isolada em dissonância com os princípios da empresa ou entidade. Em exemplos recentes, massivamente divulgados pela imprensa, percebeu-se que quando não exite este compromisso evidente de cumprir a Lei e fazer o certo vindo dos maiores gestores, o fracasso reputacional ficará quase impossível de ser administrado, quanto mais evitado.

O que se tem deste novo panorama é que tudo deverá se tornar público, divulgado, ou como retratado pelos autores citados acima, serem hiper transparentes. E é por isso que urge com ainda mais relevância e força querer, buscar e capacitar a todos dentro das instituições e empresas a agir em conformidade.

Os deslizes doravante custarão cada vez mais caros. Com consequências financeiras e reputacionais. Cabe às empresas buscarem a integridade, investirem em programas de compliance que lhe tragam como recompensas, como dividendo, diminuições de passivos fiscais e trabalhistas por exemplo. A mitigação de riscos criminais e principalmente a preservação reputacional.

Empregar seus esforços em Compliance renderá frutos a todos dentro do universo das empresas e instituições. Garantirá sua continuidade e sustentabilidade e com certeza gerará grandes efeitos positivos a toda a sociedade.

O autor é consultor de Compliance e perito contábil.





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