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15/11/18 07:00 - Opini�o

� hora do 'or�amento base zero'

Reinaldo Cafeo

Para maioria das organizações, o planejamento de 2019 e dos próximos anos ficou condicionado aos resultados das eleições presidenciais. Com a eleição de Jair Bolsonaro, os setores ligados a finanças e planejamento destas organizações estão trabalhando para tirar o tempo perdido. Não obstante entender que o tempo é curto, vale a pena pensar em implantar o denominado "orçamento base zero".

Este método de projeção de receitas, custos e resultados teve origem nos Estados Unidos em 1969, tendo como fundamento não levar em consideração o que ocorreu nos anos anteriores, ou seja, parte do "zero" para projetar os resultados futuros.

Utilizando esta forma de projetar o que ocorrerá com a organização no futuro, cada item que compõe o orçamento é analisado e projetado olhando para frente. O que normalmente ocorre é que a as organizações reproduzem o ocorrido no passado. Alguns orçamentos são simplesmente inflacionados, ou seja, sofrem correção pela inflação.

No orçamento base zero os resultados futuros são o que interessam. Todos passam a perseguir um valor novo, sem vícios, sem considerar um histórico que pode não ser mais a realidade das receitas e custos. A ideia é não projetar imperfeições.

Na projeção de venda, por exemplo, do que valem os "chutes" como "vamos crescer 20% sobre este ano". Baseado em que este patamar de crescimento? A projeção de vendas tem que levar em conta o mercado, os indicadores econômicos, as estratégias de marketing, fazendo com as vendas projetadas reflitam a realidade da empresa. Isso deve ser definido em bases sólidas, reais, com a participação de toda equipe de venda. Evidentemente que as projeções devem ser desafiadoras, mas não podem ser fora da realidade.

As despesas devem seguir esta mesma linha. Qual o valor que a empresa está disposta e factível gastar para atingir as metas de vendas? Com o valor total projetado, é hora de precificar linha a linha do orçamento. Neste mesmo contexto será definido o contingente de pessoas necessárias para tocar o empreendimento. Aluguel, energia, pessoal, despesas com material de expediente, despesas de viagem, entre outros, são analisados um a um, sempre considerando os objetivos definidos. O uso de tecnologia é outro fator determinante para os objetivos sejam alcançados.

Também é possível simular os vários regimes tributários optando por aquele é que mais econômico e adequado para o nível de faturamento e custos da organização. Os fornecedores devem ser avaliados e os custos de insumos devem ser os mais competitivos possíveis.

No tocante ao lucro projetado este deve estar alinhado com a realidade de mercado. Margens elevadas, que eram realidade no passado, perderam espaço e dependendo do mercado em que a organização atua, o volume de vendas é que será determinante.

Enfim, o passado não deve ser reproduzido para o futuro e as organizações precisam se dar conta que um novo modelo de gestão está em curso e que vícios orçamentários não devem ser parâmetros para projetar os resultados ali na frente.

Orçamento base zero, avalie implantá-lo em sua organização.

O autor é economista, articulista do JC. Está no Youtube, no canal Planeta Economia.





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