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11/11/18 07:00 - Opini�o

A� � com a gente

Jo�o Pedro Feza

Fim de férias: você está aí? Aproveitei os dias livres em Bauru para... aproveitar os livres dias de Bauru. Ilusão, claro. As tarefas de casa quadriplicam e você, espantado, logo se vê encurralado. Não conta, por um período, com o "escudo" do trabalho a proteger da ida ao banco, das filas da compra, do mergulho em pendências. Está em férias? Bora trabalhar.

Assim, no intervalo da labuta corporativa, surgem atribuições outras. Justo. Mas, sim, é possível rodar um pouco mais pela cidade. Flanar. Ter outros pontos de vista de lugares que você julgava conhecer. Não são estáticos. Mudam. Vale a pena ver de novo.

Dessa forma, descortinam diante da retina contra a rotina outros jardins nascidos das mãos de zelosos moradores; convidativas e silenciosas vielas; intrigantes ruas sem saída; esquinas com outros bares e boas padocas.

Uma coisa, contudo, não mudou. Talvez tenha piorado. Nossa incivilidade. A cena: um meio de semana, uma tarde de calor, e vejo outro carro dobrando a esquina (com uma mão esquerda a se tornar braço esticado para atirar a lata azul de cerveja na calçada). O cara nem aí: som alto (muito grave, pouco agudo, pancadão), manda longe a laminada desejada já esvaziada. E sai forçando na aceleração. Estamos em 2018. Sinceramente, não achava que, nessa altura do campeonato da humanidade, alguém ainda fosse capaz de tal atitude.

Pior é que a coisa toda se repetiu com outros carros e braços nesses dias recentes. Bitucas voadoras também deram o ar da graça a partir de veículos em movimento. Aí não é influência do político tal. Não é a onda conservadora. Nem tem a ver com excessos da liberalidade. Aí, meu caro, é com a gente mesmo.

Será que a falta de compostura nas redes sociais está influenciando comportamentos no mundo sentido como real? Fiquei de cara com a urbana e rotineira falta de educação. E, nesses tempos de ostensiva irritabilidade, sem coragem para dar a bronca. Tenho filhos para criar. E educar.

Essas pequenas barbáries cotidianas que testemunhei em dias "livres" é que, sim, deveriam tirar férias. Por tempo indeterminado.

O autor é editor do JC.





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