Bauru e grande região - Terça-feira, 23 de abril de 2024
máx. 31° / min. 12°
16/09/18 07:00 - Opini�o

O erro do eleitor

Jo�o Pedro Feza

Virou esporte nacional arrebentar com os políticos. Eles dão motivo para isso. Porém, se é mesmo para levar a coisa a sério, precisamos também pensar sobre o que ocorre além dos corredores das campanhas e do poder. Pensar em agimos nós para melhorar a situação. Será que minimamente agimos?

Reencontrei uma pesquisa nacional aplicada apenas um mês após a eleição de 2010. O trabalho foi encomendado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o objetivo de (tentar) compreender como se comporta Sua Excelência, o Eleitor.

Pois bem: logo após o pleito daquela época, 22% não lembravam o nome do candidato a deputado federal em quem tinham votado; 23% dos consultados não lembravam o deputado estadual e 21% o senador. Isso foi só a confirmação de uma suspeita que se arrasta ao longo dos tempos e vale para os dias que correm: o eleitor brasileiro, até por sequer guardar em quem vota, muito menos acompanha seu candidato ao longo do mandato.

O erro maior do eleitor: encarar a eleição como uma prova rápida quando, na verdade, é uma maratona que estará ainda em curso ao longo de quatro preciosos anos. Sejamos sinceros: qual de nós sabe o e-mail do gabinete de nosso representante? O telefone? WhastApp?... Isso só para ficar no quesito parlamentar.

Claro que, para presidente, a pesquisa do TSE daquele 2010 apontou que apenas 3% disseram não recordar em quem votaram para presidente da República. Compreensível isso na medida em que todas as atenções são sempre voltadas à escolha de um salvador da pátria. Porém, na mesma sondagem, 11% se esqueceram do nome que escolheram para... governador!

A revista "Época" de setembro de 2014, igualmente ano eleitoral, revisitou essa pesquisa de 2010 e concluiu: "Os brasileiros demonstram um alto grau de indiferença em relação ao Poder Legislativo. Na visão nacional, o presidente da República ainda é o principal mandatário, o ocupante do cargo capaz de solucionar as mais prementes questões do país. O Congresso Nacional é apenas um prédio em que 594 políticos apenas criam problemas e querem se dar bem".

Enquanto não acompanharmos a realização do mandato , com vigilância interessada e empenho verdadeiro, não precisaremos nem de pesquisa para saber quem é que, no fim das contas, vai se dar mal.

 





publicidade
As Mais Compartilhadas no Face
(SF) © Copyright 2024 Jornal da Cidade - Todos os direitos reservados - Atendimento (14) 3104-3104 - Bauru/SP