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19/04/18 07:00 - Opini�o

Recupera��o da economia requer paci�ncia

Reinaldo Cafeo

A prévia do desempenho de fevereiro deste ano do Produto Interno Bruto apurado pelo Banco Central, através do indicador denominado de IBC-Br (índice do Banco Central), foi de 0,09%. Veio abaixo das projeções do mercado que era de crescimento na casa dos 0,7% neste período.

Com este resultado, a economia no trimestre dezembro, janeiro e fevereiro, se comparado ao trimestre anterior (setembro, outubro e novembro), cresceu 1,04%. Se comparado ao mesmo período do ano passado, o crescimento foi maior, atingindo 1.91%. O acumulado do trimestre é puxado pelo bom desempenho de dezembro à medida que janeiro apresentou retração e, como colocado, fevereiro ficou muito aquém do esperado.

Para mim não há surpresa alguma este fraco desempenho. A leitura sempre foi que efetivamente a economia saiu da recessão, mas que, sem completar todas as etapas da sustentação da economia, entre elas o equilíbrio das contas públicas, o crescimento se daria lentamente e não homogênea. Isso exige de todos os agentes econômicos "paciência". É fato que as empresas, empresários, trabalhadores, enfim, todos que operam o lado real da economia, já se sacrificaram nestes últimos anos, notadamente em 2015 e 2016 quando a recessão assolou o País, mas todos devem continuar fazendo a lição de casa.

O Brasil sempre conviveu com crises, mas nenhuma com a dimensão que a crise recente nos trouxe. O endividamento das famílias e das empresas é confirmado pelos números levantados pelos institutos de pesquisas econômicas, e ansiedade por recuperar o tempo perdido é enorme.

O que nos motiva a acreditar em dias melhores? Primeiramente que observamos crescimento da economia, mesmo que ainda pequeno, mas é crescimento. Além disso, a inflação está sob controle, portanto, uma variável a menos a se preocupar. Com isso há espaço para queda dos juros e com ela o alento da volta do consumo das famílias. O setor externo é outro importante fator que ajudará o País a trilhar o caminho da recuperação. É evidente que sem aportes significativos em investimentos, tanto do setor público como do setor privado, a velocidade da retomada da economia é menor.

Para piorar o quadro, o Brasil enfrenta uma verdadeira crise de liderança politica, liderança esta que fosse capaz de, sem aventuras, demonstrar ao grosso da população que as soluções estruturais são necessárias, exigirá sacrifícios, mas que o resultado final será melhoria na qualidade de vida de todos. O discurso fácil, populista, de curto prazo, vai no sentido contrário as reais necessidades do País.

Diante deste cenário de lentidão o que fazer? Continuar reduzindo gastos, focando no fluxo de caixa e estabelecendo estratégias para repor o tempo perdido. A projeção de crescimento para este é um pouco menor, mas será na casa dos 2,7%, não recuperando o que ficou para trás, mas dando um alento que dias melhores virão.

Continue acreditando no potencial do Brasil e olhe mais o lado cheio do copo do que o lado vazio.

Como colocado, paciência!

O autor é economista, articulista do JC. Está no Youtube através do canal Planeta Economia.





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