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29/12/13 05:00 - Sa�de

HIV provoca �suic�dio em massa� de c�lulas de defesa

Um processo inflamat�rio seguido por uma forma �explosiva� de morte celular est� por tr�s da destrui��o do sistema de defesa de quem tem HIV, de acordo com duas pesquisas que ser�o publicadas amanh� nas revistas �Nature� e �Science�. Os estudos v�o al�m, ao propor que um anti-inflamat�rio que j� est� em testes com humanos para tratar psor�ase (doen�a inflamat�ria que se manifesta na pele) e epilepsia seja avaliado em pessoas com HIV, para evitar que suas c�lulas de defesa CD4 morram. Os trabalhos, feitos pelo laborat�rio liderado pelo pesquisador Warner Greene, dos Institutos Gladstone, nos EUA, afirmam ter desvendando pela primeira vez os caminhos qu�micos exatos que levam a essas rea��es respons�veis pela morte da maior parte das c�lulas de defesa CD4, linf�citos que s�o o alvo do HIV. Diferentemente do que se possa pensar, s� uma minoria das c�lulas CD4 morre por causa da infec��o pelo HIV propriamente dita. Cerca de 95% das c�lulas que morrem acabam se �suicidando� ap�s tentativas frustra das do v�rus de completar seu ciclo. O �ideal� para o HIV � se ligar ao linf�cito CD4 e escraviz�-lo para produzir novas part�culas virais. Mas na maioria dos casos o processo de replica��o n�o se completa, deixando s� restos de DNA viral na c�lula. Os restos causam uma rea��o inflamat�ria que leva � morte da c�lula. Esse processo �explosivo� espalha o conte�do do citoplasma da c�lula morta, que cont�m subst�ncias pr�-inflamat�rias. Elas atraem novas CD4 e o ciclo come�a de novo. �Sempre se discutiu qual � o mecanismo que leva pessoas com HIV a ter essa grande defici�ncia imunol�gica, porque o n�mero de c�lulas infectadas no corpo � relativamente pequeno, e o HIV n�o mata a c�lula de imediato, ele a usa para se multiplicar�, afirma o infectologista Artur Timerman, do Hospital Edmundo Vasconcelos, em S�o Paulo. Como o nome j� diz, a Aids (s�ndrome da imunodefici�ncia adquirida) � caracterizada pela redu��o da capacidade do corpo de manter duas defesas. Hoje, as drogas do coquetel anti-HIV conseguem interferir no processo de replica��o do v�rus, reduzindo sua presen�a no corpo, mas n�o acabam com ela completamente. Se fosse poss�vel evitar a destrui��o do sistema imune, a pessoa ficaria s� com o v�rus em circula��o, mas sem sofrer seus efeitos.


Nova droga

O novo estudo avaliou a capacidade de um anti-inflamat�rio evitar a morte de linf�citos. Os pesquisadores usaram tecido linf�tico retirado das am�gdalas e do ba�o de pessoas com HIV e testaram a a��o do medicamento em compara��o com um antirretroviral. A a��o de ambos em reduzir a morte das c�lulas foi similar. A inflama��o j� � uma caracter�stica conhecida dos pacientes com HIV. Segundo Timerman, em exames cl�nicos e laboratoriais, percebem-se os sinais da inflama��o. �Por isso os infectados envelhecem mais r�pido, t�m mais aterosclerose e at� c�ncer. H� uma inflama��o cr�nica.� Uma das ideias dos autores do novo estudo � aliar o anti-inflamat�rio aos antirretrovirais para combater esse processo inflamat�rio, que tamb�m pode ser uma via respons�vel pela perman�ncia do HIV latente nos tecidos do corpo mesmo em pessoas com carga viral indetect�vel por conta do tratamento com antirretrovirais. �Os dados mostrados no estudo s�o bastante convincentes, mas ainda precisam ser comprovados na pr�tica cl�nica�, diz Timerman.




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