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29/12/13 05:00 - Sa�de

Obesidade e pedras na ves�cula

Procedimento realizado por laparoscopia, a colecistectomia remove a ves�cula, n�o apenas as pedras que est�o no �rg�o, e gera baixo �ndice de complica��es

Uma nova pesquisa refor�a a associa��o causal entre um elevado �ndice de massa corporal (IMC) e um aumento do risco de desenvolver c�lculos biliares ou pedras na ves�cula. Os resultados publicados no Hepatology, jornal da Associa��o Americana para o Estudo das Doen�as do F�gado, confirmam que as mulheres est�o em maior risco de desenvolver c�lculos biliares.

De acordo com o gastroenterologista Silvio Gabor, �a fun��o da ves�cula biliar � armazenar a bile produzida no f�gado e lan��-la no duodeno (�rg�o entre o est�mago e o intestino delgado) atrav�s dos ductos c�stico e col�doco (canais da bile), quando ela � necess�ria para a digest�o, principalmente de gorduras. Altera��es de uma ou mais fases do metabolismo de forma��o da bile e seus componentes pode levar � precipita��o do(s) componente(s) em excesso e sua cristaliza��o, formando-se assim os c�lculos�, explica o m�dico.

A doen�a do c�lculo biliar � uma das doen�as gastrointestinais mais comuns. Pode atingir at� 10% da popula��o em alguns pa�ses. � mais comum em adultos na faixa dos 40 aos 60 anos e em pa�ses do ocidente.

Estudos anteriores j� haviam demonstrado que um IMC maior estava associado a um risco aumentado de doen�a do c�lculo biliar. Para uma maior compreens�o dessa rela��o, uma equipe de pesquisadores dinamarqueses realizou um estudo que contou com a participa��o de 77.679 participantes da popula��o em geral. Neste grupo, havia 4.106 participantes que desenvolveram a doen�a do c�lculo biliar sintom�tico, durante os 34 anos de dura��o da pesquisa.


C�lculo biliar

Segundo os cientistas, os participantes do estudo com doen�a do c�lculo biliar eram mais propensos a serem mais velhos, do sexo feminino e menos ativos fisicamente. Os pesquisadores descobriram que as pessoas com c�lculos biliares muitas vezes faziam terapia de reposi��o hormonal e bebiam menos �lcool do que aqueles sem a doen�a. As an�lises mostraram que o aumento do IMC foi associado com o risco de doen�a do c�lculo biliar, com uma taxa de risco global de 2,84%. Ao analisar a rela��o do IMC e do sexo, a equipe descobriu que as mulheres tinham um risco maior de desenvolver a doen�a do c�lculo biliar do que os homens (3,36% e 1,51%, respectivamente).

�Esse estudo refor�a o que j� imagin�vamos h� muitos anos. � cl�ssico dizermos que pessoas �4F� apresentam maios riscos de desenvolver c�lculos biliares, isto �, mulheres (female), em idade f�rtil (fertility), ao redor dos 40 anos (fourty) e obesas (fat)�, lembra o m�dico.

Os resultados indicam que o risco de doen�a do c�lculo biliar aumentou em 7% para cada 1 kg/m2 de aumento do IMC . �A obesidade � um fator de risco conhecido para a doen�a do c�lculo biliar e o estudo dinamarqu�s sugere que o IMC elevado provavelmente contribui para o desenvolvimento da doen�a. Estes dados confirmam que a obesidade afeta negativamente a sa�de e as interven��es de estilo de vida que promovem a perda de peso em indiv�duos com sobrepeso e obesidade s�o muito pertinentes e necess�rias�, afirma o gastroenterologista.

Tratamento cir�rgico

Silvio Gabor destaca que, muitas vezes, a presen�a do c�lculo biliar passa despercebida. �N�o � incomum o paciente saber que � portador de pedras na ves�cula somente ao fazer exames de rotina, como uma ultrassonografia solicitada por um cl�nico geral ou um ginecologista. Entre os sintomas mais comuns temos a dor em c�lica do lado direito do abdome, logo abaixo das costelas. Essa dor, muitas vezes, tem seu in�cio ap�s a ingest�o de gorduras e pode ser seguida de n�useas com ou sem v�mitos, ou seja, s�o sintomas inespec�ficos e �podem passar batidos�. Sintomas espec�ficos que levam o m�dico a uma forte suspeita de pedras na ves�cula, na maioria das vezes, aparecem com as complica��es e acabam sendo diagnosticados nos pronto-socorros�, observa o m�dico, que tamb�m � professor assistente de Cirurgia Geral e do Trauma da Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro (Unisa).

O tratamento � sempre cir�rgico. �A colecistectomia remove a ves�cula, n�o apenas as pedras da ves�cula. � um procedimento com baixo �ndice de complica��es, realizado por laparoscopia ou mais modernamente por laparoscopia com um �nico orif�cio (single port ou portal �nico). Ap�s a cirurgia, o f�gado passa a assumir o papel da ves�cula no armazenamento e distribui��o da bile, havendo uma r�pida adapta��o do organismo, na maioria dos casos�, explica Gabor.

Segundo o m�dico, a colecistectomia � o procedimento cir�rgico da retirada da ves�cula biliar. Esse tipo de cirurgia � realizada desde fins do s�culo XIX. � o melhor tratamento para as doen�as da ves�cula biliar como litiase (pedras na ves�cula) e v�rias de suas complica��es como colecistite aguda (inflama��o aguda da ves�cula biliar), coledocolitiase (migra��o de c�lculo para o canal da bile), colangite (infec��o do canal da bile) e na preven��o de novas crises de pancreatite aguda biliar (inflama��o aguda do p�ncreas por presen�a de pedra no canal da bile) dentre outras. O c�ncer da ves�cula biliar tamb�m exige sua remo��o cir�rgica.





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