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17/12/13 05:00 - Tribuna do Leitor

Conselho de Pastores: importa-vos nascer de novo!

Impressionante o embate local entre os laicistas e o Sin�drio, em um banho de radicalismos, que muito dificulta a ado��o de pol�ticas saud�veis de sa�de. De um lado Marcos Rezende e laicistas crendo, preconceituosamente (v�nias todas), que a F� n�o pode trazer benef�cios � sociedade (como se a pr�pria ci�ncia n�o fosse ela repleta de religiosismos, com profetas-fundadores inquestion�veis como Marx, Freud, Foucault, banhada em muitos dogmas � �s vezes mais r�gidos que as religi�es) e de outro um �rg�o/conselho que ainda n�o compreendeu a quest�o e tampouco o Evangelho que pensam representar. A ambos basta apenas se dar conta que a demanda da preven��o � fato real, que deve sim ser feita e que a postura do Estado e da sociedade civil (e nela compreendida os religiosos sim, sr. Rezende) deve ser a de buscar a conscientiza��o para o problema da precocidade � e que tanto laicos quanto religiosos tem esse papel a desempenhar, conjuntamente: simples assim!

O grande erro do Sin�drio � com a forma (!) de querer buscar abordar esta precocidade, pois, a exemplo de Nicodemos, doutor da Lei em Israel, ainda n�o compreendeu o Evangelho, que ele n�o age com imposi��es, n�o busca a submiss�o das pessoas � Lei mosaica, a usos e costumes religiosos, a autoridades religiosas (sin�drios e lideran�as clericais � ali�s, note-se que o embate de Jesus � o tempo todo n�o com prostitutas, drogados, publicanos, bandidos... e sim com as lideran�as religiosas, monopolizadoras e deformadoras, quase sempre, por si e por natureza, do Evangelho! Reparem). Buscar o Evangelho � a liberta��o da Lei e da abordagem controladora, fazendo um chamado de consci�ncia que liberta e que salva, salva do fazer-se mal a si ou a outrem, como no caso de uma gravidez precoce.

Esta quest�o pode ser, portanto, resolvida com as pol�ticas p�blicas e esta consci�ncia � perfeitamente harmoniz�veis e �teis. Todo o Evangelho se resume � consci�ncia (repito, c-o-n-s-c-i-�-n-c-i-a), que caminha junto ao amor, consci�ncia esta que transforma e conduz o ser humano, n�o � imposi��o recalcada e legalista de pudores excessivos e p�nico de impureza e fobias. Como a Nicodemos, importa que a essa lideran�a religiosa local se promova um novo nascimento, de compreens�o e Gra�a que liberta, para que n�o mais espante e escandalize gente boa (que acabam se lan�ando a involunt�ria desconfian�a em rela��o � F�) e se suscite debates t�o pouco produtivos para o Evangelho e para a sociedade, pois Jesus n�o teve trauma algum em rela��o ao sexo, ao contr�rio da Igreja (ela, traumatizada), nem agiu com legalismo � apenas com consci�ncia e sabedoria.

Um exemplo das conseq��ncias dessa abordagem equivocada � enorme e cada vez mais crescente o n�mero de homens casados que procuram aux�lio em div�s para desabafar e buscar ajuda, conforto ou orienta��o na lida de problemas sexuais com esposas igrejadas �travadas� (vaginismo, frigidez...), na maioria das vezes com clara liga��o com receio/tabus em rela��o ao sexo (principalmente se forem mulheres filhas de gente de lideran�a), geralmente conseq��ncia de abordagens n�o saud�veis em rela��o � intimidade (contr�ria at� ao esp�rito libertador do Evangelho, conscientizador e n�o apontador/condenador/ executor), em raz�o do legalismo opressor que at� hoje (apesar da Cruz, que ocorreu por isso!) n�o se permitiu ser substitu�do pela consci�ncia libertadora, moderada e genu�na apresentada por Cristo � ele, uma pessoa consciente, n�o-dogm�tica (apesar de intenso) e justa.

Quanto � quest�o da precocidade maternal pastores, basta apenas seguir-se o racioc�nio de Jesus, que era n�o um inconseq�ente ou inconsciente (n�o fugiu do mundo e at� com o Diabo dialogava sem escandalizar-se), permitindo que C�sar-Estado fa�a o que lhe cabe e que o mandamento do Amor coopere com isso, oferecendo/propiciando esta preven��o, com todos os meios contraceptivos conhecidos e permitindo/exortando que a consci�ncia em rela��o ao pr�ximo e a si aja e conduza a vida desses jovens � mas com a consci�ncia do Evangelho da Vida, que transforma a mente e a faz evitar erros e n�o com os grilh�es dos legalismos de usos e costumes humanos-religiosos que s�o para a morte e em nada cooperam para a sa�de da mente e do corpo.

Tanto a a��o dos laicistas, quanto do Sin�drio deveria se pautar pelo bom senso n�o traumatizado ou embebido de preconceito e sim no interesse de harmoniza��o e compreens�o necess�rias para abordar a quest�o, sem preconceitos de um lado e sem legalismos do outro. Ademais, pergunto: Conselho de Pastores? Pra que, se n�o se aconselham nem a si mesmos no Evangelho? Marchas, bispos-deputados, bancadas, busca por poder terreno e prosperidade material (se o Filho do Homem andava de jumentinho emprestado e sequer tinha onde reclinar a cabe�a), pra que, se deveria-se congregar � no mundo e ser Sal da Terra com Amor, sem escandalizar os pequeninos com esses legalismos? Ao Sin�drio/Conselho de Pastores e entusiastas de Marchas e Bancadas (todos ainda no Antigo Testamento): �importa-vos nascer de novo�!

Camila Alvarenga




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