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15/12/13 05:00 - Sa�de

Pesquisa detecta perdas visuais em frentistas de postos

Os frentistas de postos de combust�vel podem estar com a vis�o em risco pela exposi��o aos solventes existentes na gasolina. Uma pesquisa da Universidade de S�o Paulo (USP) observou perdas visuais significativas � principalmente relacionadas � capacidade de discriminar cores � em um grupo de 25 trabalhadores. Eles foram avaliados por meio de uma nova metodologia capaz de detectar problemas que passam despercebidos em exames oftalmol�gicos convencionais.

O estudo foi realizado no �mbito de um Projeto Tem�tico coordenado pela professora Dora Selma Fix Ventura, do Instituto de Psicologia da USP.

�Avaliamos a capacidade de discriminar cores e contrastes e fazemos medidas de campo visual por meio de testes psicof�sicos computadorizados. A atividade el�trica da retina tamb�m � medida com um exame n�o invasivo, o eletrorretinograma, que consiste na coloca��o de um eletrodo no olho para medir a resposta el�trica da retina a um determinado est�mulo visual�, contou Ventura.

Os testes tamb�m j� foram aplicados em pacientes que sofreram exposi��o ao merc�rio e em portadores de doen�as como diabetes, glaucoma, Parkinson, esclerose m�ltipla, autismo, distrofia muscular de Duchenne e neuropatia �ptica heredit�ria de Leber � uma patologia gen�tica que costuma causar perda s�bita de vis�o.

A pesquisa com o grupo de frentistas da capital foi realizada durante o mestrado de Thiago Leiros Costa, bolsista da Fapesp, e os resultados foram publicados na revista PLoS One.

�Esses trabalhadores t�m contato di�rio com solventes da gasolina, como benzeno, tolueno e xileno, e n�o h� um controle normativo forte. H� estudos que estabelecem limites de seguran�a para a exposi��o a solventes, mas de forma isolada. N�o h� par�metros de seguran�a para a exposi��o � mistura de subst�ncias presentes na gasolina e praticamente ningu�m faz uso de equipamentos de prote��o individual�, disse Costa.

Exames

Os volunt�rios passaram por exames oftalmol�gicos que descartaram qualquer altera��o estrutural na c�rnea, no cristalino ou no fundo do olho. Ainda assim, o desempenho dos frentistas nos testes psicof�sicos foi significativamente inferior quando comparado ao do grupo controle. A hip�tese dos pesquisadores � que o impacto na vis�o seja decorrente do dano neurol�gico causado pelas subst�ncias t�xicas do combust�vel, absorvidas principalmente pelas mucosas da boca e do nariz.

�Encontramos altera��es em todos os testes de vis�o de cores e de contrastes. Foi uma perda difusa de sensibilidade visual e isso sugere que foram afetados diferentes n�veis de processamento do c�rtex visual�, contou Costa.

Em quatro dos frentistas testados, a perda de sensibilidade para cores foi t�o significativa que os pesquisadores precisaram realizar um exame gen�tico para descartar a possibilidade de daltonismo cong�nito.

�Todos os volunt�rios trabalhavam em postos controlados pela Ag�ncia Nacional de Petr�leo (ANP) e, em princ�pio, deveriam estar de acordo com as normas de seguran�a. Isso sugere que, atualmente, o trabalho de frentista n�o � t�o seguro quanto o proposto. Se os solventes est�o de fato afetando o c�rebro, n�o � apenas a vis�o que est� sendo comprometida�, avaliou Costa.

O pesquisador destacou ainda outras categorias de trabalhadores que podem sofrer perdas visuais pela exposi��o cr�nica a solventes org�nicos, como funcion�rios da ind�stria gr�fica e de tintas.




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