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08/12/13 05:00 - Sa�de

Les�o medular

Projeto da USP em parceria com universidade dos EUA visa obter linhagens seguras de c�lulas-tronco pluripotentes para serem usadas no tratamento de les�es medulares e doen�as gen�ticas

A obten��o de linhagens seguras de c�lulas-tronco pluripotentes para serem usadas, por exemplo, no tratamento de les�es medulares e doen�as gen�ticas como distrofia muscular � o principal objetivo de um projeto que re�ne pesquisadores da Universidade de S�o Paulo (USP) e da North Carolina State University, nos Estados Unidos.

Os primeiros resultados foram apresentados pelo professor Carlos Eduardo Ambr�sio, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, em Pirassununga, durante a programa��o da Fapesp Week North Carolina, no dia 12 de novembro.

�Estamos trabalhando com linhagens de c�lulas animais adultas nas quais induzimos a pluripot�ncia (capacidade equivalente � das c�lulas-tronco embrion�rias de se diferenciar em qualquer tecido). Nosso foco � obter uma linhagem segura, sem o potencial de formar tumores, para ser usada em testes pr�-cl�nicos e cl�nicos�, contou Ambr�sio.

O projeto � coordenado por Ambr�sio e por Jorge Piedrahyta, da Faculdade de Medicina Veterin�ria da North Carolina State University � foi um dos aprovados na mais recente chamada de propostas lan�ada no �mbito da University Global Partnership Network (UGPN). O cons�rcio internacional formado pela USP, pela North Carolina State University e pela University of Surrey, no Reino Unido, tem o objetivo de fomentar a colabora��o entre acad�micos das tr�s institui��es.

O trabalho tamb�m est� vinculado a um Aux�lio � Pesquisa � Regular da Fapesp coordenado por Ambr�sio no Brasil.


Nobel de medicina

Para induzir a pluripot�ncia em fibroblastos de cachorros, os pesquisadores usam a t�cnica premiada com o Nobel de Medicina em 2012 e descrita em 2006 por Shinya Yamanaka, da Universidade de Kyoto, no Jap�o. O m�todo consiste em inserir na c�lula adulta da pele certas prote�nas � conhecidas como fatores de transcri��o � capazes de reprogramar o genoma celular.

Esses fatores de transcri��o ativam genes relacionados ao est�gio embrion�rio da c�lula e desligam outros genes que deveriam estar ativos ap�s o amadurecimento celular.

O trabalho de adapta��o da t�cnica para a obten��o de c�lulas-tronco pluripotentes induzidas (IPS, na sigla em ingl�s) caninas foi descrito em artigo publicado na revista Reproduction in Domestic Animals. Rendeu ainda um artigo divulgado recentemente na revista Placenta.

�A t�cnica descrita por Yamanaka prop�e o uso de quatro diferentes fatores de transcri��o: OCT3/4, SOX2, KLF4 e C-MYC. Mas, ao mesmo tempo que isso induz a pluripot�ncia na c�lula, tamb�m a torna altamente teratog�nica [capaz de induzir a forma��o de tumores do tipo teratoma, composto de tecidos mistos]. O que estamos tentando fazer agora, por enquanto em experimentos in vitro, � obter uma IPS com um n�mero reduzido de fatores de transcri��o. Acreditamos que isso possa diminuir o potencial carcinog�nico da c�lula. Tamb�m pretendemos gerar in�meras linhagens brasileiras e americanas e realizar estudos da rea��o do cultivo celular com diferentes fatores de crescimento, bem como realizar a an�lise das sequ�ncias g�nicas dessas c�lulas�, explicou Ambr�sio.


Genoma celular

Outra estrat�gia do grupo � modular o genoma celular por meio de ferramentas como a Talen (Transcription activator-like effector nucleases), grupo de enzimas que possibilita ativar ou desativar genes de interesse. Esse trabalho est� sendo realizado na Carolina do Norte durante o doutorado de Natalia Juliana Nardelli Gon�alves, com Bolsa da Fapesp e orienta��o de Ambr�sio. A primeira etapa foi realizada por Gon�alves durante est�gio no exterior tamb�m com Bolsa da Fapesp.

J� durante o mestrado de Helena Debiazi Zomer, com Bolsa da Fapesp e orienta��o de Ambr�sio, foram estudadas a obten��o de IPS de coelhos a partir de c�lulas-tronco do tecido adiposo.


Banco de c�lulas-tronco

Entre os anos de 2008 e 2011, por meio de um Aux�lio � Pesquisa - Apoio a Jovens Pesquisadores, Ambr�sio investigou diversas formas para obter c�lulas-tronco mesenquimais � capazes de se diferenciar em alguns tipos de tecido, como ossos, cartilagem e gordura � de diversos animais.

O trabalho resultou na cria��o de um banco que re�ne mais de dez linhagens de c�lulas-tronco de cachorro, gato, ovelha e porco. Esse acervo hoje est� ligado ao Laborat�rio de Morfofisiologia Molecular e do Desenvolvimento da FZEA, coordenado pelo professor Fl�vio Vieira Meirelles, e � nova Unidade Did�tica Cl�nico Hospitalar, concebida com a inten��o de gerar inova��es terap�uticas para fins veterin�rios.

�Al�m da terapia celular, tamb�m testamos a terapia g�nica, usando ferramentas de edi��es de genes em culturas celulares de m�sculos de c�es com distrofia muscular. Tentamos, in vitro, corrigir o gene defeituoso causador da doen�a�, explicou.

Na avalia��o de Ambr�sio, a gera��o de conhecimento sobre manipula��o de c�lulas-tronco e edi��o de genes pode contribuir para o tratamento de doen�as cr�nicas e gen�ticas em animais, com aplica��es futuras para humanos.





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