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03/12/13 05:00 - Opini�o

Voluntariado

Luiz Antonio Lopes Ricci
Na pr�xima quinta-feira, 05/12, ser� celebrado o Dia Internacional do Volunt�rio, institu�do pela ONU, em 1985, para valorizar e incentivar o servi�o volunt�rio. A Pastoral da Crian�a, por exemplo, com 30 anos de atua��o a servi�o da vida, conta com a colabora��o de quase 198 mil volunt�rios (88% mulheres) que atendem 1,3 milh�o de crian�as de 0 a 6 anos, bem como fam�lias e gestantes. Por essa raz�o, desde 2007, comemora-se, tamb�m, na mesma data, o Dia Nacional da Pastoral da Crian�a.

O fato � que, al�m da citada Pastoral, existem milhares de volunt�rios (as) a servi�o da vida, agindo de forma discreta, humilde, silenciosa, gratuita e eficaz no mundo inteiro. S�o pessoas que fazem a diferen�a, motivadas pela responsabilidade �tica e cuidado para com a vida, pois �o ser humano que sofre nos pertence� (Jo�o Paulo II). Sendo a comunidade, respons�vel pela vida, seus membros s�o movidos extrema solidariedade que promove e defende a vida por meio de a��es concretas.

O servi�o volunt�rio � a express�o do amor desinteressado e comprometido com a vida do semelhante, sobretudo os pobres e vulner�veis. O volunt�rio orienta sua vontade pessoal para a pr�tica do bem, colocando a servi�o do pr�ximo e do bem comum seu tempo, talentos, valores, profiss�o e, sobretudo, o afeto que tem poder curador e transformador. Segundo Ban Ki-moon, Secret�rio Geral da ONU, �o trabalho volunt�rio � uma fonte de for�a comunit�ria, supera��o, solidariedade e coes�o social. Ele pode trazer uma mudan�a social positiva, promovendo o respeito � diversidade, � igualdade e � participa��o de todos. Est� entre os ativos mais importantes da sociedade.�

O servi�o volunt�rio �, tamb�m, fonte de realiza��o humana, pois como disse Jesus: �H� mais felicidade em dar do que em receber� (At 20,35). Cristo aponta o servi�o generoso como o caminho da felicidade aut�ntica e duradoura, ao afirmar, ap�s lavar os p�s dos disc�pulos: �Felizes ser�o se o praticarem� (Jo 13,17). O voluntariado comporta tr�s dimens�es: assistencial, promo��o humana e transforma��o. Por essa raz�o fala-se hoje em �solidariedade cr�tica� (L. Selli e V. Garrafa), comprometida e transformadora da realidade. A solidariedade cr�tica, compreendida como valor, deve ser incorporado � pr�tica do voluntariado.

Assim, a integra��o das duas faces da solidariedade, isto �, concreta e cr�tica, dribla o assistencialismo, conjugando realiza��o pessoal e incid�ncia social e pol�tica. Nesse sentido, � poss�vel pensar o volunt�rio como um cuidador org�nico, cuja pr�xis tem forte incid�ncia no tecido social, pol�tico e cultural. O cuidador � org�nico porque, al�m de fazer, desperta para a cidadania, conscientiza, educa e interage, ocupando espa�os estrat�gicos que antecipam a necess�ria transforma��o da sociedade.

Portanto, o trabalho volunt�rio n�o visa substituir as obriga��es e responsabilidade do Estado. Sabe-se que n�o basta apenas cobrar sem nada fazer e fazer sem nada cobrar. O volunt�rio � aquele que cobra fazendo, testemunhando que uma outra realidade � poss�vel. Trata-se de uma pr�tica cidad� que, conectada a outras pr�ticas, certamente contribuir� para o advento da nova sociedade, tarefa da pol�tica, potencializada e melhorada pelo voluntariado cr�tico a favor da vida com qualidade e dignidade.

Queremos externar nossos sinceros agradecimentos a todos e todas que exercem com amor e por amor o servi�o volunt�rio, de diferentes modos, muitos deles silenciosos e no anonimato. Por meio de nossas boas obras, Deus � glorificado e a �gl�ria de Deus � o ser humano vivo� (Santo Irineu). Parab�ns aos volunt�rios (as), gratid�o pela atividade generosa e pelo testemunho de que sempre � poss�vel fazer algo de bom para o semelhante, n�o obstante as preocupa��es e atropelos cotidianos.

Vamos celebrar o amor concreto dos volunt�rios e agradecer ao Bom Deus, fonte de todo amor, a vida e doa��o de todos (as), na Missa de A��o de Gra�as, 05/12, 20h, Igreja S�o Crist�v�o. Vamos depositar no Cora��o de Deus nosso servi�o volunt�rio e pedir a Ele a fortaleza e perseveran�a na pr�tica do bem. Como afirma Tom�s de Aquino, �para iniciar algo de bom o ser humano precisa ter confian�a e magnanimidade e, para prosseguir, paci�ncia e perseveran�a�.

O autor, padre Luiz Antonio Lopes Ricci, � p�roco da Par�quia de S�o Crist�v�o e diretor da Faculdade Jo�o Paulo II




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