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05/10/13 05:00 - Opini�o

Inje��o na veia

Antonio Delfim Netto
Em sua r�pida viagem a Nova Iorque semana passada para o discurso de abertura da Assembleia Geral das Na��es Unidas, a presidente Dilma Rousseff compareceu a um semin�rio para empres�rios, promovido pela rede Bandeirantes de TV, aos quais exp�s sua concep��o sobre a dire��o da economia e das diretrizes da pol�tica brasileira, convidando-os a participar dos investimentos na infraestrutura do pa�s. Deixou claro aos potenciais investidores que �n�s precisamos n�o s� dos recursos, mas da gest�o do setor privado, que � mais eficiente, mais �gil e constr�i com o menor custo�.

A presidente fez tamb�m declara��es de fundamental interesse aos empres�rios para que possam confiar um pouco mais na economia brasileira. Foi muito enf�tica ao afirmar que para ela o equil�brio fiscal � condi��o priorit�ria para que se fa�a o crescimento econ�mico. Este � um compromisso que adquiriu singular import�ncia depois das artes que foram feitas na contabilidade fantasiosa que tirou um pouco a credibilidade da pol�tica fiscal.

N�s n�o estamos em situa��o ruim em mat�ria fiscal, mas preocupa o n�vel da d�vida bruta que est� em 60% do PIB; o d�ficit continua em 2,5%, o que em si mesmo n�o � um mal sinal. Quando se olha, no entanto, para a perspectiva de equil�brio fiscal num prazo um pouco mais longo e se conhece o absurdo das propostas de despesas que est�o na C�mara Federal e mais a d�vida sobre a capacidade de lidar com o problema grave da Seguridade Social, cria-se uma dificuldade enorme. Da� a import�ncia das pessoas compreenderem, pelo menos, que o governo entende as limita��es das finan�as.

A presen�a da Presidente nos encontros com os empres�rios dever� resultar certamente em ampliar o interesse de investidores do exterior nos projetos de infraestrutura no Brasil. O aumento do n�mero de competidores e o sucesso de leil�es de concess�es bem conduzidos ser�o fundamentais para reacender a disposi��o do setor privado de correr riscos e realizar novos investimentos, cujo efeito sobre a produtividade ser� imediatamente antecipado.

A retomada do crescimento depende hoje basicamente do resultado da contrata��o das obras essenciais na recupera��o da sacrificada malha rodovi�ria, e no aumento da capacidade operacional dos aeroportos e dos servi�os portu�rios, sem o que n�o ser� desatado o estrangulamento log�stico da economia brasileira. Al�m da infraestrutura de transportes devem ser acrescidos os investimentos em gera��o e transmiss�o de energia do que depende o escoamento da crescente produ��o da agropecu�ria nas novas fronteiras do extremo oeste e do norte e o pr�prio bem estar das popula��es nas regi�es de produ��o. � nesse contexto que se insere o interesse de utilizar o mercado e cooptar os empres�rios.

Obra de infraestrutura hoje � a �nica forma capaz de dar um novo come�o ao desenvolvimento. Ela injeta aumento de produtividade �na veia� do processo de crescimento da economia. O sucesso nos leil�es da infraestrutura ser� decisivo para despertar o �esp�rito animal� dos empres�rios, reascender a confian�a na economia e leva-los a investir de novo.

O autor, Antonio Delfim Netto � professor em�rito da FEA-USP, ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento e articulista do JC




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