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01/10/13 05:00 - Opini�o

O Senhor dos An�is

Ismar Pereira
Jason estava muito preocupado. O que havia acontecido era grave. Ele sabia que Elisa o perdoaria. Mas poderia demorar anos. Ou d�cadas. Al�m de tudo, ficaria a m�cula � aquela hist�ria de curar a ferida e permanecer a cicatriz. Teve uma ideia depois de noites mal dormidas e dias em que a m�o esquerda jamais ficou exposta... Por que a m�o esquerda? Porque ali residia o problema: nela estava faltando a alian�a de casamento. E naqueles tempos (d�cada de 1940), perder a alian�a era imperdo�vel. O seu uso era imprescind�vel. A sua perda seria interpretada como falta de zelo, com a alian�a e at� com o pr�prio casamento.

Jason n�o teve d�vidas e p�s em pr�tica a sua ideia: pediu a alian�a de Elisa para lev�-la � cidade para um polimento. A esposa afirmou que isso n�o era necess�rio. Jason foi firme: retrucou que o trabalho pesado na sua fazenda Palmital judiara muito da alian�a. Elisa finalmente concordou.

Na semana seguinte Jason voltou da cidade com duas alian�as reluzentes. Uma por ser novinha em folha, outra por ter sido polida caprichosamente, al�m de ter servido de modelo para a fabrica��o da c�pia. Elisa gostou do resultado e at� elogiou a ideia do marido.

Entretanto, parece que o destino tem prazer em aprontar, em preparar surpresas. Num final de semana, Elisa pediu a um empregado que lhe trouxesse, para o almo�o de domingo, um dos frangos criados na fazenda. A escolha seria aleat�ria. Ao abrir a moela da ave, aconteceu algo absolutamente improv�vel: dentro dela havia uma alian�a. Com um nome gravado: Elisa. E com a data do casamento. Desnorteada, imaginava um milh�o de coisas. Todas de ruins a p�ssimas. Aos poucos foi se refazendo do choque e conseguindo raciocinar. A sua maneira de pensar sofreu uma transforma��o radical. Aquela hist�ria das alian�as n�o fora apenas um meio que Jason encontrara para evitar que ela ficasse magoada. Mais que isso: fora uma verdadeira prova de amor! Quando Jason chegou em casa, � tardinha, Elisa mostrou-lhe a alian�a e explicou-lhe como ela fora encontrada. N�o menos surpreso do que ela, ele �confessou o crime� provocando boas gargalhadas. E viveram felizes para sempre! Em tempo: esta � (mais) uma hist�ria verdadeira e os nomes n�o s�o fict�cios!

O autor, Ismar Pereira, � advogado aposentado e colaborador de �Opini�o�.




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