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29/09/13 05:00 - Ser

Vida animada em residenciais para idosos

Edison Veiga / Especial para o JC
Faz cinco meses que a estilista aposentada Fraya Sauer, de 80 anos, mudou-se para um asilo. Ela mesma tomou a decis�o. Levou junto seu carro. �� um Audi velho, mas n�o fale que � velho, hein?! Adoro dirigir. N�o abro m�o de ter a liberdade de sair para jogar boliche no clube e passear no shopping�, conta ela, que, quando mais jovem, era piloto amadora de avi�es.

Aos poucos, o preconceito que existia quanto a residir ou manter parentes mais velhos em residenciais para idosos vai ficando no passado. Pelo menos quando se fala em asilos top, que cobram at� R$ 12 mil mensais e proporcionam uma vida confort�vel e cheia de atividades na velhice.

�Quando fiquei vi�va, h� dois anos, entrei em depress�o e n�o me acostumei a viver sozinha�, conta Fraya. �Aqui me reencontrei. � minha casa. Tenho amigas e muitas atividades. E, gra�as a Deus, n�o dependo de ningu�m.�

Op��es

Inaugurado em 1972 e mantido pela Liga Solid�ria - antiga Liga das Senhoras Cat�licas -, o Lar Sant�Ana fica no bairro Alto de Pinheiros, na zona oeste da cidade de S�o Paulo, e tem capacidade para atender 120 idosos. Morar ali custa a partir de R$ 7 mil - h� pre�os diferenciados conforme as necessidades do morador. Em julho, ap�s uma reforma, o residencial ganhou uma academia especialmente para a terceira idade: com aparelhos de fitness importados da Finl�ndia, desenvolvidos para os velhinhos.

O Residencial Santa Catarina, mantido pela Associa��o Congrega��o de Santa Catarina - mesma institui��o filantr�pica que gere o Hospital Santa Catarina -, fica no bairro do Para�so, perto da Avenida Paulista. Existe desde 2000 e atualmente � casa de 95 idosos - a mensalidade custa R$ 12 mil.

Com uma escala de atendimento bem menor, o Residencial Verbo Amar - que funciona desde 2008 na Granja Viana, condom�nio em Cotia, na Regi�o Metropolitana de S�o Paulo - abriga 14 residentes, que desembolsam de R$ 4,8 mil a R$ 5,5 mil por m�s.


Passeios e sal�o de beleza

Morador de um residencial h� sete anos, o m�dico aposentado Nelson Merched Daher mudou-se para l� com a mulher - que sofria de diabete e precisava de cuidados constantes. Depois que ela morreu, ele continuou l�. At� h� pouco tempo, sa�a com frequ�ncia para atuar como volunt�rio na Associa��o de Assist�ncia � Crian�a Deficiente (AACD) - atividade que desempenhou por 16 anos. �Atualmente, saio para ir ao barbeiro e para fazer compras�, conta Daher.

Ex-funcion�ria de um escrit�rio, Jenia Barros, de 86 anos, tamb�m sai com frequ�ncia do residencial onde mora h� um ano e meio. �Gosto de passear no shopping e de ir ao sal�o de beleza�, conta. J� o delegado aposentado Rubens Raphael Dalle Luche, de 79 anos, que vive h� 3 em um asilo, gosta mesmo � de restaurantes. Este � o principal motivo que o leva a sair do retiro.


Vida ativa

�Viver aqui � como morar em um hotel cinco-estrelas�, conta Anna Lyrs Guimar�es de Carvalho, de 87 anos. Ela vive em um residencial para idosos h� cinco anos. �Fiquei vi�va e a� quis me mudar para c�. Saio e entro na hora que quero e tenho uma vida com muita autonomia�, conta Anna, que na v�spera da conversa com a reportagem tinha almo�ado em um shopping com as amigas. Aos 91 anos, a simp�tica Elza Gouveia Marques vai al�m: ela �trabalha� de dentro do asilo. �Vivo de renda. Ent�o, preciso cuidar de minhas finan�as, n�o �? Meu genro at� tem procura��o, caso precise resolver algo. Mas prefiro tomar conta de tudo�, diz.

Por telefone, ela conversa diariamente com a imobili�ria respons�vel pela administra��o de seus im�veis de aluguel e, sempre que necess�rio, com o gerente de seu banco. Para papear com filhos e netos, aprendeu a mexer no computador. �Escrevo e-mails e mando recados pelo Facebook�, diz Elza. �� bom morar aqui porque a filha n�o manda tanto... Acho que � um fim de vida at� que bom.�

Para ela, o ambiente � muito familiar. �Eu j� conhecia este residencial, porque minha m�e morou aqui nos anos 1970 e morreu aqui aos 99 anos�, relata. �Mudei-me para c� h� 9 anos, com meu marido. Era bom porque aqui a estrutura dava condi��es para que os preocup�ssemos apenas um com o outro. N�o fazia sentido eu ficar cuidando da casa enquanto meu marido estava doente. Ele morreu h� seis anos.�




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