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15/09/13 05:00 - Crian�a

Vamos combater o bullying!

Voc� sabe o que � bullying? Uma palavra at� pouco tempo desconhecida pela maioria das pessoas se tornou o assunto do momento. O bullying passou a ter presen�a constante na m�dia, mas muitas crian�as, adolescentes e at� pais ainda t�m diversas perguntas sobre essa pr�tica - que inclui toda forma de agress�o, sem motivo aparente, em que se faz uso de poder ou for�a para intimidar ou perseguir algu�m.

Quando isso acontece, a crian�a, o adolescente ou o jovem que � v�tima de bullying pode ficar traumatizado e passar a ter problemas de relacionamento. Por isso, essa pr�tica deve ser eliminada da nossa sociedade!

Nesta mat�ria, voc� vai conhecer um pouco mais sobre esse assunto t�o pol�mico atrav�s de perguntas feitas por v�rias pessoas ao site �Educar para Crescer�, que colocou no ar um especial sobre o assunto. Quem respondeu as perguntas foi a psic�loga Juliane Callegaro Borsa, doutora em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Ela desenvolve uma pesquisa sobre o assunto e quer conhecer a opini�o dos pais de alunos do ensino fundamental sobre bullying. Quem quiser participar, basta acessar: https://surveymonkey.com/s/projetobullyingbrasil.

O que � bullying?

Bullying � uma palavra inglesa (bully, que significa valent�o, brig�o) que n�o possui uma tradu��o adequada para o portugu�s. Alguns traduzem como provoca��o, intimida��o, ass�dio ou vitimiza��o, mas esses termos reduzem um pouco a situa��o, pois n�o compreendem toda a complexidade do problema. O bullying � um problema que ocorre entre crian�as e adolescentes no Brasil e no mundo. Acontece com maior frequ�ncia na escola, na rela��o da crian�a com seus colegas. Por�m, tamb�m pode ocorrer em outros ambientes, como na vizinhan�a, em centros esportivos e em outros locais que sejam frequentados por crian�as e adolescentes. Trata-se de uma s�rie de comportamentos agressivos repetitivos que acontecem em um contexto de desequil�brio de poder entre o agressor e a v�tima. Essas agress�es podem ser f�sicas, verbais ou relacionais e t�m objetivo de prejudicar outra pessoa.


Que atitudes podem
ser consideradas bullying?


O limite entre o que � bullying e o que � uma brincadeira � muito t�nue. O mais importante � reconhecer se o comportamento causa sofrimento para a v�tima e se o agressor o pratica com a clara inten��o machucar, prejudicar ou causar sofrimento. Para ser bullying a agress�o tem que ter um car�ter intencional, precisa acontecer repetidas vezes e o agressor deve possuir certo poder sobre a v�tima, que se sente impotente frente � situa��o de vitimiza��o e n�o sabe se defender. � importante lembrar que o fato de uma �nica agress�o n�o se caracterizar como bullying n�o significa que ela n�o seja grave. Uma agress�o isolada, ou distinta do bullying, pode causar, tamb�m, s�rios preju�zos f�sicos e psicol�gicos.

Como identificar se a crian�a est� sendo v�tima?

N�o h� crit�rios precisos sobre como identificar, mas alguns sinais s�o comuns nas crian�as v�timas, como por exemplo:

- Dificuldade de aprendizagem e de concentra��o em sala de aula;

- Queda repentina no rendimento escolar;

- Resist�ncia para ir � escola, falta de interesse nas atividades escolares (sobretudo aquelas que envolvem maior intera��o, como passeios, gincanas e outras atividades extraclasse);

- Pesadelos, ins�nia ou medo de dormir sozinho;

- Choro frequente, queixas em rela��o � escola;

- Sentimento de exclus�o perante os colegas;

- Relatos de estar sofrendo deboches ou humilha��es;

- Pedir pra abandonar ou trocar de escola;

- Tornar-se agressivo, ansioso ou deprimido;

- Voltar pra casa com machucados, roupas e materiais danificados, entre outros.


� importante deixar claro que esses sinais n�o significam que a crian�a, necessariamente, esteja sofrendo bullying, mas � importante estar atento a eles.

Qual � o caminho para superar o problema?

O bullying pode trazer importantes preju�zos tanto para a v�tima como para o agressor, podendo atingir tamb�m as crian�as que assistem aos epis�dios de agress�o, mas que n�o participam ativamente. Ansiedade, depress�o, epis�dios de p�nico, dificuldade de se relacionar com outras pessoas, problemas de rendimento acad�mico, abuso de subst�ncias, envolvimento em atos infracionais s�o alguns exemplos. Por isso, � fundamental estar atento aos sinais que a crian�a emite. Em caso de sofrimento, � muito importante que os pais busquem ajuda profissional especializada. Um psic�logo qualificado ser� capaz de auxiliar a crian�a a superar dificuldades e buscar recursos internos para lidar com o problema e com suas consequ�ncias.

Como ensinar a crian�a a se
defender dessas agress�es?


Em casos de vitimiza��o, � importante orientar a crian�a a buscar ajuda de um adulto (professor ou pais), a n�o guardar segredo sobre a situa��o e a evitar contato com o agressor. Entre 2008 e 2012 realizei um estudo sobre os comportamentos agressivos de crian�as no contexto escolar. O estudo contou com mais de 700 crian�as de Porto Alegre e regi�o metropolitana. Verificou-se que os meninos tendem a ser mais agressivos que as meninas, e a atitude de pedir ajuda ao professor em casos de vitimiza��o foi mais comum em meninas do que em meninos. Os meninos tendem a revidar a agress�o com mais frequ�ncia que as meninas, que tendem a reagir chorando e se isolando.





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