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31/08/13 05:00 - Opini�o

Compet�ncia

Antonio Delfim Netto
No momento em que os mercados de c�mbio e financeiro s�o submetidos a enormes tens�es em todo o mundo por conta de an�ncios equivocados de mudan�as na laxista politica monet�ria americana � que v�m produzindo enorme confus�o - � tranquilizador acompanhar as respostas r�pidas e eficientes das autoridades monet�rias brasileiras.

A decis�o un�nime dos membros do Conselho de Pol�tica Monet�ria do Banco Central na �ltima quarta-feira de elevar em meio ponto percentual a taxa referencial de juros - a SELIC para 9% - numa r�pida reuni�o trouxe mais tranquilidade aos mercados financeiros , ao sinalizar a continuidade da estrat�gia cujos resultados se aproximam do objetivo para a meta da infla��o este ano.

Foi igualmente serena a a��o do Banco Central logo ap�s a divulga��o da Ata da reuni�o de 30/31 de julho do Comit� Monet�rio do Banco Central dos Estados Unidos, quando o nervosismo tomou conta dos mercados de c�mbio porque os operadores entenderam que fora decidida a antecipa��o para setembro do processo de redu��o das compras mensais de 85 bilh�es de ativos, incentivo que mant�m a taxa de juros real americana pr�xima de zero e o d�lar desvalorizado em rela��o �s outras moedas.

A cada reuni�o do FED o mercado tenta prever quando este movimento vai come�ar porque isso produzir� uma reorienta��o do movimento dos capitais. Antecipa, assim, uma desvaloriza��o de todas as moedas dos pa�ses emergentes, dando origem a um forte processo especulativo que costuma fugir a qualquer tentativa de controle. Em menos de tr�s meses as esperadas atas do FED provocaram graves dist�rbios no mercado financeiro internacional. A mais recente Ata (de 31 de julho) n�o conseguiu transmitir qualquer informa��o �til que o mercado j� n�o soubesse e n�o forneceu nenhuma indica��o de que o pr�prio FED saiba um pouco mais do que j� sabia. O que restou ao �mercado�, portanto, foi continuar especulando...

No Brasil o efeito mais vis�vel daquelas tens�es revelou-se no nervosismo do mercado cambial. A taxa de c�mbio deu a impress�o de que estava fora de controle e assistimos a uma queda dos pre�os dos pap�is do Tesouro devido � alta da taxa de juros que induziu os investidores a mudarem seus portf�lios. As respostas das autoridades monet�ria e fiscal foram prontas e adequadas. A Secretaria do Tesouro recomprou pap�is para dar sa�da menos onerosa aos seus portadores. O Banco Central fez interven��es precisas e r�pidas para reduzir a volatilidade, sem se comprometer com a defesa do n�vel da taxa. A decis�o de dar liquidez di�ria e assumir o papel de fornecedor de �hedge� para o mercado de c�mbio, como j� fez no passado em outros momentos delicados, foi correta, transparente e sinalizadora, de forma suficiente a tranquilizar o mercado.

O autor, Antonio Delfim Netto, � professor em�rito da FEA-USP, ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento e articulista do JC




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