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15/08/13 05:00 - Tribuna do Leitor

Enfermagem

O Sistema �nico de Sa�de (SUS) estabelece a divis�o do atendimento prestado nos servi�os de sa�de baseada na complexidade dos pacientes. Dessa forma, pacientes saud�veis ou com doen�as cr�nicas devem ter acompanhamento regular nas Unidades B�sicas de Sa�de (UBS). Quando necess�rio, devem ser encaminhados a servi�os especializados e de maior complexidade. Somente em casos de emerg�ncias e urg�ncias os pacientes devem procurar servi�os de atendimento imediato � UPAS e Pronto Socorro (PS).

No entanto, isso n�o acontece na pr�tica, pois muitos pacientes que procuram o servi�o de emerg�ncia buscam uma solu��o imediata e definitiva para suas demandas cr�nicas, alguns procuram por falta de tempo para consultas de rotina, outros desejam realizar uma r�pida avalia��o para descartar qualquer patologia. Para minimizar a demora nas filas de emerg�ncia e diminuir o n�mero de reclama��es, � importante compreender quais os casos em que se deve procurar o PS ou quando o paciente pode receber atendimento na unidade de sa�de mais pr�xima de sua casa.

Acredito que o desconhecimento da popula��o acerca dessa sistematiza��o � potencializado pelas condi��es ainda deficit�rias apresentadas pelos servi�os da Aten��o B�sica. Muitos que procuram as UBS n�o encontram m�dicos para serem atendidos ou n�o conseguem serem agendados. O que leva esses pacientes a procurarem os servi�os de PS para suprir suas necessidades. Por atenderem com �portas abertas�, ou seja, todos os que buscam assist�ncia s�o atendidos, independente das condi��es em que se encontrem os servi�os e do munic�pio em que residem.

Diariamente os profissionais de sa�de lutam pela vida correndo contra o tempo no PS de Bauru o maior da regi�o. Destaco que um PS � um setor com uma dinamicidade espec�fica, considerando suas caracter�sticas inerentes ao acesso irrestrito, � gravidade dos pacientes no quadro inicial, tendo-se pacientes cr�ticos ao lado de pacientes mais est�veis, a sobrecarga da equipe de enfermagem (heroica) e a falta de valoriza��o desses profissionais. Suas rotinas, aliadas � grande demanda de pacientes e � problem�tica do sistema de sa�de como um todo, tornam o trabalho extenuante e elevam o n�vel de �stress�, pois, lidam diariamente com a morte, sendo que algumas s�o simplesmente inevit�veis. Contudo, n�o hesito em dizer que, se um dia sofrer um acidente, quero ser levada para l�, para o PS.

Os servi�os de urg�ncia e emerg�ncia, como a Aten��o B�sica por sua vez tamb�m sofrem com a falta de recursos humanos e materiais, com estruturas f�sicas n�o mais condizentes com a realidade enfrentada. Filas e espera por consultas e agendamentos, at� mesmo mortes existem tamb�m nos hospitais conveniados e particulares, do nosso munic�pio, por�m n�o � divulgado.

N�o � o profissional do Posto de Sa�de, PS, AME ou HEB que nega ou cria as vagas para especialidades e interna��o. N�o adianta agredir, espancar e amea�ar. Bauru tem tantos hospitais e porque n�o h� vagas?? Bauru n�o tem nenhum hospital, os hospitais s�o do Estado que regula as vagas para 68 munic�pios da nossa regi�o.

Enquanto profissionais de sa�de realizamos nosso trabalho o melhor poss�vel, com amor e com dedica��o. Antes de criticarem, trabalhe um dia, com as nossas reais condi��es. Seja enfermeiro (ou m�gico) sem equipe de enfermagem, sem m�dicos, sem exames e sem rem�dios. Entender�o que n�o estamos felizes com a situa��o e que n�o depende de n�s, n�o � em nosso sal�rio que est� o desvio do dinheiro p�blico. Acham que quem recebe propina ou desvia verbas p�blicas coloca na folha de pagamento?

C�ssia Marques da Rocha - enfermeira � Coren SP 144245




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