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02/08/13 05:00 - Opini�o

As reformas que o Pa�s exige

Dirceu Cardoso Gon�alves
A presidenta foi pedir conselho ao seu padrinho pol�tico e, ap�s ouvi-lo, decidiu n�o mexer no governo. Manter� o incha�o dos 39 minist�rios e n�o remanejar� ningu�m do primeiro escal�o, para evitar baixas na base aliada. Certamente continuar� amargando a queda de popularidade, cujo decl�nio forte come�ou com as manifesta��es populares. Se conselho fosse bom, em vez de gratuitos, eles seriam vendidos, j� diziam, sabiamente, os nossos av�s. D� at� pra desconfiar que, ao aconselhar a pupila, o guru possa estar tentando pavimentar o pr�prio caminho de volta. Se ela cair, quem ser� o �salvador da legenda�?

Independente de conjecturas, o que mais pesa hoje � a id�ia de que, apesar dos discursos e at� do incentivo �s manifesta��es pac�ficas, o governo pouco est� se preocupando com elas. Em vez de atender aos reclamos contra a gastan�a, a corrup��o e por melhoras na Sa�de, Educa��o, Transportes e outros servi�os, cuida de promover uma reforma pol�tica que s� interessa aos pr�prios pol�ticos e em nada tende a melhorar a imagem da classe junto � popula��o. Arruma problemas com os m�dicos ao anunciar a contrata��o de m�dicos estrangeiros, sem concurso nem revalida��o. E agora, insiste em manter o governo ampliado com um numeroso minist�rio e cargos, criados para atender aos apetites pol�ticos dos aliados. N�o admite nem uma �reforma�, que oxigenaria o meio e abriria novos prazos para a solu��o de problemas.

Infelizmente, a redemocratiza��o, implementada a longo das �ltimas tr�s d�cadas, foi feita de improvisos e sofismas. Primeiro, os ditos democratas, irresponsavelmente, prometeram a ut�pica solu��o de todos os problemas nacionais atrav�s da simples democracia. Depois, j� encastelados em posi��es importantes, muitos desses senhores e senhoras, ainda � t�tulo de redemocratizar, destru�ram o poder coercitivo do Estado, tornando toda a sociedade ref�m de movimentos, fac��es criminosas e at� dos pr�prios menores de idade que, superprotegidos de um lado e abandonados de outro, tornaram-se presas do crime. Por essa e outras raz�es, a seguran�a p�blica foi � fal�ncia. Mas os ditos poetas da redemocratiza��o, que fizeram tudo isso, n�o descem do salto e continuam a defender as inova��es que naufragaram o pa�s.

Outro grande filhote desses tempos democr�ticos � o cargo p�blico de nomea��o sem concurso. Existem mais 700 mil deles pa�s afora, servindo de moeda para a barganha de apoio pol�tico. Esses postos, se necess�rios, deveriam ser ocupados por servidores concursados. Se um dia isso vier a acontecer, os partidos pol�ticos, para continuar existindo, ter�o de realmente fazer pol�tica, os governantes deixar�o de ser ref�ns e a administra��o p�blica tender� a funcionar melhor. O jeito de fazer pol�tica se tornar� mais s�rio e a democracia poder�, ent�o, restar vitoriosa. Sem uma verdadeira reforma pol�tica, administrativa e de conceitos, o povo continuar� protestando nas ruas e o futuro ser� incerto...

O autor, tenente Dirceu Cardoso Gon�alves, � dirigente da Associa��o de Assist�ncia Social dos Policiais Militares de S�o Paulo




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