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27/07/13 05:00 - Opini�o

Progresso social e produ��o

Antonio Delfim Netto
O Plano Agr�cola e Pecu�rio rec�m-aprovado pelo governo para 2013/2014 n�o se restringe apenas ao processo de produ��o e distribui��o do setor agropecu�rio. Por suas caracter�sticas inovadoras, deve ser considerado um grande avan�o. Muito bem estruturado, ele ataca os pontos cr�ticos do agroneg�cio, envolvendo toda a cadeia de servi�os (pesquisa, transporte, armazenamento, produ��o de sementes, de insumos, etc.) que hoje adicionam valor da ordem de 20% a 25% do PIB e emprega cerca de 30 milh�es de pessoas num amplo espectro que vai do mais humilde trabalhador ao mais extraordin�rio cientista.

De acordo com as �ltimas informa��es, a safra brasileira 2012/2013 de cereais, leguminosas e oleaginosas dever� atingir 186 milh�es de toneladas. A safra 2002/2003 foi de 123 milh�es, o que significa um aumento de 51% nos �ltimos 10 anos - uma taxa formid�vel de 4,2% ao ano - que nos mantem na lideran�a do aumento da produtividade total dos fatores de produ��o na agricultura mundial no per�odo.

Enquanto a produ��o nacional cresceu, entre 1975 e 2011, quase quatro vezes, o indicador ponderado dos insumos usados cresceu menos do que 10%. Esse aumento liberou m�o de obra no per�odo (quase 18%), manteve praticamente est�vel a �rea plantada (mais 3%), com um aumento da rela��o capital/homem da ordem de 57% (1,3% ao ano). O progresso se deu, basicamente, pelo aumento da produtividade f�sica da m�o de obra da ordem de 4,7% ao ano, o que se refletiu nos sal�rios.

O Plano Agr�cola e Pecu�rio de 2013/2014, seguramente o melhor em muitos anos, est� atento � necessidade de acelerar o desenvolvimento do setor, com um substancial aumento dos limites do cr�dito de investimento e custeio: com aumento de prazos e redu��o da taxa de juros real; o ataque ao tr�gico problema da car�ncia da capacidade est�tica do armazenamento da safra, que vem impedindo o produtor de aproveitar as melhores �janelas� para a venda de sua produ��o; ao suporte � inova��o e tecnologia; o aumento da aten��o � irriga��o; o est�mulo � agricultura de baixo carbono; ao aumento do seguro da safra que um dia amenizar� os enormes riscos clim�ticos e das pragas sobre a renda da agricultura; o apoio � forma��o de estoques que reduzem os efeitos dos �choques de oferta� que tanto comprometem a taxa de infla��o; a amplia��o da assist�ncia t�cnica e a recupera��o da extens�o rural e, por fim, mas n�o menos importante o decidido apoio � a��o cooperativista na agricultura.

Se a evolu��o do clima for benigna, a resposta da agroind�stria ao Plano para a safra 2013/2014 dever� ser um est�mulo importante para a dissemina��o do aumento da sua participa��o como alavanca do crescimento do PIB. O lan�amento do Plano Agr�cola e Pecu�rio pode ser considerado a �not�cia do ano� para a economia brasileira.

O autor, Antonio Delfim Netto, � professor em�rito da FEA-USP, ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento e articulista do JC








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