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25/07/13 05:00 - Opini�o

Endividamento e qualidade
de vida

Reinaldo Cafeo
Muitas fam�lias brasileiras ascenderam socialmente. A classe m�dia ficou mais robusta e com isso elevaram o padr�o de vida. Padr�o de vida mais elevado � sin�nimo de aumento no consumo, quer pela possibilidade de aumentar a quantidade consumida, quer pela melhoria na qualidade do produto consumido. Na pr�tica existia e ainda existe o que podemos denominar de demanda reprimida. S�o milh�es de brasileiros que sempre quiseram ampliar seu consumo, mas a renda n�o permitia.

Quando as condi��es de vida melhoram, os envolvidos querem �tirar o atraso�. E � neste momento que muitas fam�lias podem dar in�cio aos problemas financeiros. O apelo por consumir � enorme. Eletroeletr�nicos com prazos alongados, com parcelas fixas, sem juros. Ve�culos sem entrada e prazos confort�veis para pagar. Vestu�rios pagos com cart�o com parcelamento atraente. Viagens para pagar em 12 vezes. Enfim, apelos n�o faltam e, quando a mensagem da venda atinge diretamente a expectativa do consumidor, a compra se concretiza.

Mesmo com melhoria da renda, sabemos que � finita. A somat�ria de presta��es, mais a melhoria do perfil de consumo de bens b�sicos, mais a contrata��o de plano de sa�de, mais Internet, celular e tantos outros compromissos n�o s�o suportados por esta limitada renda. A conta no final do m�s n�o fecha. Gastos superiores � renda, ou o consumidor come�a a ficar inadimplente nas contas assumidas, ou, normalmente, se endivida no banco ou na administradora do cart�o de cr�dito. Surgem os juros para rolar a d�vida. Juros s�o novos gastos que, somados aos gastos j� existentes, comem ainda mais a j� comprometida renda. Resumo: as fam�lias se endividam e entram em um ciclo vicioso. N�o dormem � noite. As brigas com os familiares se acentuam. S�o efetuados empr�stimos junto a amigos e parentes. A conviv�ncia social j� n�o � prazerosa. O resultado � perda de qualidade de vida.

Observem que este ciclo � perverso e pode levar a doen�as como, por exemplo, � depress�o. � preciso romper com isso. Para que isso ocorra, as fam�lias precisam ser determinadas. O primeiro passo � admitir que a gest�o das finan�as do lar est� errada. Em seguida, a fam�lia deve ser reunida para que encontre uma solu��o coletiva. Todos os membros da fam�lia precisam ajudar, cada qual como pode. Os filhos segurando a press�o por consumo de produtos sup�rfluos. Os pais direcionando o consumo para o que � essencial.

Em seguida, � preciso listar as d�vidas. Os credores devem ser procurados para um acordo. Inicie pelas d�vidas que incidam mais juros. Se for parcelar as d�vidas pendentes, analise qual a real possibilidade em assumir uma presta��o. N�o adianta aceitar qualquer valor e depois de pouco tempo descobrir que n�o pode honrar tal compromisso. Priorize o pagamento das contas que garantam a seguran�a da fam�lia, como aluguel ou presta��o da casa, �gua e luz. Corte o celular. Saia dos juros.

N�o podemos permitir que o status, o desejo em possuir bens materiais, a inveja e tantas outras armadilhas impostas pela sociedade moderna, nos leve a perder qualidade de vida. N�o faz o menor sentido se render aos apelos do consumo pelo consumo. Lembre-se de que quem compra o que n�o precisa, vender� o que precisa. Endividamento faz as fam�lias perderem qualidade de vida. N�o aceite isso passivamente. Aja imediatamente!

O autor, Reinaldo Cafeo, � economista, diretor regional do Corecon e articulista do JC





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