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18/07/13 05:00 - Opini�o

Sinal amarelo: a desacelera��o econ�mica

Reinaldo Cafeo
O sucesso ou insucesso de um neg�cio tem in�meras vari�veis a serem analisadas, mas � imprescind�vel a qualquer empreendedor, seja ele empres�rio ou profissional que presta servi�os a organiza��es, saber fazer a leitura do ambiente econ�mico e, com esta leitura, desenvolver a capacidade de tra�ar cen�rios, contribuindo, quando necess�rio, para mudan�a para melhor no planejamento das organiza��es.

No final do ano passado a previs�o era que a economia brasileira cresceria neste ano algo pr�ximo a 4%. Esta previs�o foi alicer�ada no fato de 2012 ter patinado, apresentando baixo crescimento, portanto, uma base prec�ria, e ainda na recupera��o econ�mica dos pa�ses que estavam atolados em crises, sem contar ainda com importantes eventos tais como a copa das federa��es, a pr�pria copa do mundo e olimp�adas, e ainda com o robusto mercado dom�stico. O que mudou? No contexto macroecon�mico quatro grandes metas n�o podem se perder. � preciso criar condi��es para que a economia cres�a, que haja gera��o de emprego, que a renda seja distribu�da de maneira justa e que os pre�os sejam controlados, ou seja, que a infla��o fique comportada. Se analisarmos friamente o ambiente econ�mico o que deteriorou neste ano foi o controle inflacion�rio. O mercado brasileiro, sem um choque de oferta de produtos para sustentar o crescimento econ�mico, conviveu com desequil�brios importantes. O setor de alimentos observou e ainda observa infla��o de dois d�gitos, atingindo em 12 meses mais do que 14%. Isso diante de uma infla��o oficial na ordem de 6,5% ao ano.

A infla��o desgarrando colocou em d�vida o modelo econ�mico adotado pelo atual governo. Incapaz de segurar seus gastos, tendo que apostar na desonera��o tribut�ria para garantir o n�vel de emprego conquistado, gerou um buraco em suas contas que levou a desconfian�a do mercado. Isso � observado no nervosismo do mercado, na queda da bolsa, d�lar pressionado, juros futuros em alta, entre outros sinais importantes. N�o restou outro caminho sen�o voltar a monitorar os pre�os via pol�tica monet�ria. Das quatro grandes metas, controlar a infla��o passou a ser prioridade, e como o cobertor � curto, o crescimento econ�mico foi colocado de lado, e com isso, o mercado como um todo ter� que arcar com as consequ�ncias.

A produ��o industrial est� em queda. Produ��o de autom�veis � um exemplo. As vendas no com�rcio ca�ram de uma maneira geral. Em lojas de departamento esta queda atingiu at� 8% nos primeiros quatro meses deste ano. O cr�dito est� mais caro e os bancos mais seletivos na concess�o de empr�stimos aos seus clientes. As fam�lias se deram conta que n�o podem se endividar al�m do suport�vel e est�o mais prudentes quando realizam suas compras. O resumo � que o mercado est� instaurando um ciclo vicioso perversor � economia: baixo consumo, queda nas vendas, menor margem de lucro, menos apetite em investir, menos movimenta��o da economia, menor crescimento econ�mico.

De um lado a infla��o estar� nos n�veis desejados, por outro lado o pre�o a ser pago ser� amargo: produto interno bruto crescendo na sofr�vel marca de 2% a 2,2% este ano. Muito aqu�m de nossas reais necessidades, e isso ainda comparado com uma base ruim que foi o ano de 2012. Isso poder� se agravar quando o baixo desempenho econ�mico vier carregado com aumento no desemprego.

Voltando � leitura do ambiente econ�mico e � capacidade de mudar os cen�rios nas empresas: sem pessimismo, mas com os p�s no ch�o, passou da hora de rever o or�amento para este ano. � o momento de ter clareza na previs�o de vendas at� o final do ano. Com este patamar de vendas, rever o custo de m�o-de-obra, e dos custos e despesas operacionais, incluindo na an�lise os projetos de investimentos que est�o em matura��o.

Quem for capaz de mudar os rumos da coisa garantir� menor custo para contornar os momentos mais agudos que podem vir pela frente. Insisto: sem pessimismo, mas com estrat�gia para que os sinais do mercado sejam transformados em a��es dentro das empresas.

O autor, Reinaldo Cafeo, � economista, diretor regional do Corecon e articulista do JC




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