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08/07/13 05:00 - Opini�o

Passando o �miolinho� a limpo

Antonio Guedes A. Assun��o
Uma institui��o p�blica, que � sustentada com o dinheiro dos nossos impostos, e que, apesar disso, sente-se aviltada e reage muito mal a qualquer tentativa de abertura de seus arquivos, ou de ser convidada a ser transparente para com quem a mant�m, promoveu recentemente equivocadas mudan�as internas com o intuito de aumentar de forma irreal a sua taxa de ocupa��o: obriga os seus assistidos a nele adentrar um dia antes do servi�o que ser� prestado. Isto era feito no passado, e foi abolido por ser primeiramente absolutamente desnecess�rio e por aumentar os gastos e o estresse de seus benefici�rios e familiares. Ao inv�s de atuar prontamente sobre os verdadeiros motivos que est�o levando � evas�o dos benefici�rios, a institui��o se contorce para maquiar numerais de taxa de ocupa��o na esperan�a de fazer elev�-los. A quem pode interessar a den�ncia? Aos pagadores de impostos deste Pa�s!

O custo t�o alto desta institui��o deve-se ao fato dela servir de �cabide de emprego�, no qual ela foi erigida e alicer�ada, e, em troca, o seu donat�rio foi mantido no poder por quase meio s�culo. Setores que sequer deveriam existir, dadas as caracter�sticas espec�ficas de sua atua��o, figuram com o �status� de departamento, onerando a folha de pagamento e desviando recursos do benef�cio alvo da institui��o. Como muitas coisas neste Pa�s, esta institui��o necessita ser �passada a limpo�, sem medo e sem �dio. Para o bem de seus benefici�rios, da popula��o que a sustenta e do progresso da ci�ncia.

N�o � agredindo quem fala a verdade, que os �ex�, que continuam atuais, ainda inebriados de poder e usufruindo da estrutura montada, conseguir�o responder �s perguntas e den�ncias que foram trazidas a p�blico. Nenhuma justificativa foi dada para a falta da g�nese de conhecimento em suas custosas depend�ncias. Como uma institui��o, que custa uma fortuna aos nossos bolsos, n�o produz nada de original e de novo em sua �rea de atua��o? Ao contr�rio, comporta-se como uma r�dio, apenas reproduzindo e retransmitindo os conhecimentos gestados em mentes estrangeiras, que nem sempre geram o melhor, e que quando aqui chegam pensam que somos um bando de incompetentes por n�o gerar conhecimento, tendo em nossas m�os a grande oportunidade para faz�-lo. Mas n�o sabem dos pequenos grandes detalhes que �emperram� o desenvolvimento cient�fico. Muito cacique para pouco �ndio, jogo de vaidades e disputas por cargos e sal�rios relegam a terceiro plano o principal objetivo da institui��o. Quanta irresponsabilidade! O �Miolinho�, como � conhecida a nossa institui��o imagin�ria, cresceu, mas n�o apareceu para o mundo cient�fico s�rio.

Passar �Miolinho� a limpo significa que a sociedade deixar� de sustentar profissionais que entraram sem concurso (e que por isto mesmo defendem o Miolinho com palavras, unhas e dentes); que os seus benefici�rios ter�o um servi�o objetivo sem passar por maratonas desnecess�rias de atendimento que visam apenas ocupar o excesso de contingente de determinados profissionais; que a cidade poderia ganhar uma institui��o de primeiro mundo; que, finalmente, mas n�o menos importante, �Miolinho� poderia moralizar seu quadro de profissionais.

Apenas algu�m que est� fora da for�a gravitacional das feras do Miolinho, mas que conhece bem as suas entranhas, tem a tranquilidade patri�tica para expor � sociedade as verdades n�o ditas a respeito dele, pois �s� pode cuspir no prato, quem dele comeu�, modificando o famoso ditado popular, que seguramente foi criado e difundido por quem queria que verdades inconvenientes testemunhadas em um determinado local jamais fossem reveladas. Esta � uma obra de fic��o. Qualquer semelhan�a com a realidade � mera coincid�ncia.

O autor, Antonio Guedes A. Assun��o, � m�dico, cirurgi�o pl�stico, mestre em cirurgia pl�stica reparadora pela Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de S�o Paulo, e membro iitular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Pl�stica)




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