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21/05/13 00:00 - Tribuna do Leitor

Aprendendo pelos caminhos

Havia passado pela formosa juventude e agora, olhando em dire��o � linha do horizonte, numa linda tarde, o c�u pintado pelas rubras tardes do outono, teve a sensa��o de estar sendo invadido por muitas d�vidas e outras tantas incertezas. Afinal, ser� que nos caminhos percorridos havia deixado de aprender coisas da vida espiritual, envolvendo-se apenas com a �tica da materialidade? O momento era oportuno para suas reflex�es. Estimulado por sua mentora muito amada, possuidora de luminosa biblioteca com livros de Allan Kardec, L�on Denis, Francisco C�ndido Xavier, Divaldo Franco e J�sus Gon�alves ele passou a ler e conhecer os novos caminhos da sua pr�pria exist�ncia. Sempre que poss�vel visitava livrarias e bancas com livros da doutrina ou de filosofia esp�ritas e jornais especializados na divulga��o dessas novidades que por tanto tempo desconheceu. Subitamente sentiu-se iluminado por essas p�ginas t�o ricas de revela��es, doutrina que respondia t�o bem muitas quest�es e esclarecia em singelas palavras a raz�o e a consci�ncia.

Em alguns momentos lembrou-se de ter colocado suas atividades profissionais no centro dos interesses mas ao mesmo tempo questionava como viver espiritualmente em meio �s lutas do cotidiano. Havia necessidade de avan�ar em dire��o �quilo que � o cerne da espiritualidade: a desejada rela��o de col�quios com Deus, ou seja, viver a experi�ncia de visit�-Lo e deixar-se visitar por Ele em meio aos embates di�rios e fazer desta oportunidade o espa�o habitual desses encontros. Nas tardes outonais o casal se embevecia com a beleza da natureza ao por do sol, era esse o momento de abrir os livros de Chico Xavier falando pelo esp�rito Emmanuel as invoca��es e recorda��es dos fatos acontecidos ou por acontecer, a leitura de textos em linguagem po�tica e cristalina, trazendo com a medita��o os momentos de paz, encerrando o dia com as preces com o pedido de b�n��os ao Criador de todo o universo.

Nessas leituras vespertinas o casal enamorado era tomado da sensa��o gostosa de ter estado na presen�a de Deus. Momento mais importante para agradecer pelas experi�ncias laboriosas de mais um dia. Ao encerrar este texto de caminheiro aprendiz recordava-se dos Autores citados. Dentre eles, J�sus Gon�alves, escritor e poeta foi morador em Bauru, hoje, um Esp�rito de luz; uma de suas filhas e netos s�o residentes na cidade. Seguramente, todos conheceram as trilhas dos caminhos e foram at� bem mais longe e incomparavelmente melhor. Ele, ao contr�rio, estava apenas come�ando, aprendendo por esses mesmos caminhos e perdendo o pudor de escrever sobre um assunto que trata da espiritualidade.

O fato doloroso de uma terminal doen�a sempre permite uma reflex�o sobre como a vida pode ser saboreada at� mesmo quando se transforma em morte, desde que se perceba nela a presen�a luminosa do Esp�rito. Sob o efeito desses ensinamentos, pergunta-se: a que se reduz a id�ia da morte? Perde todo o car�ter assustador. A morte mais n�o � que uma transforma��o necess�ria e uma renova��o pois nada perece realmente, exceto a mat�ria feita de barro. A partir deste conhecimento, escorado na doutrina e filosofia esp�ritas admitiu relativizar muita coisa, abrindo o c�rebro e o cora��o para um mundo que agora se tornou completamente diferente no tocante a eternidade da alma, cren�a colhida ainda nos tempos de menino mas que agora parece transformar-se numa quase certeza.

Roque Roberto Pires de Carvalho




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