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19/05/13 03:00 - Ser

Amor incondicional

Anny Ribeiro
Chega um momento da vida que um tal de reloginho desperta e as mulheres decretam: � hora de ser m�e. Algumas geram seus filhos em seu pr�prio ventre, mas outras os t�m no cora��o. A ado��o, que � tema da novela �Sangue Bom�, parece uma maternidade diferente, mas essas mulheres t�m os mesmos medos, rotina e preocupa��es que as m�es biol�gicas ou de primeira viagem. E o amor � t�o incondicional quanto.

�Tinha medo pela sa�de dos meus filhos, pois muitas crian�as adotadas n�o tiveram uma gesta��o cuidadosa. Mas afora isso, adotar � estar pronta para amar�, reflete a empres�ria Germana Moura, 43 anos, m�e de Roberto, 5 anos, e de Miguel, 2 anos.

Existe tamb�m o lado complicado dessa entrega total de amor: algumas ado��es demoram a ser conclu�das, como � o caso da analista de sistemas Denise Barreto, 49 anos, e de sua filhota Julia, de 1 ano e 8 meses.

�At� hoje, mais de um ano depois da ado��o, ainda n�o consegui registrar a Julia como minha filha. H� um processo n�o conclu�do na vidinha dela�, lamenta Denise.

Conhe�a outras m�es e suas hist�rias de amor � primeira vista.


Denise Barreto, analista de sistemas, 49 anos

�Estava com 44 anos, n�o tinha filhos nem era casada, mas surgiu o desejo de ser m�e. Ent�o, amadureci a ideia da ado��o. Da habilita��o at� a Julia, que est� com 1 ano e 8 meses, chegar, foi uma espera de quase tr�s anos. J� estava renovando a habilita��o, quando me ligaram falando dela. Bateu um medo. Afinal, nunca havia cuidado de um beb� antes e ela estava com 4 meses! Minha vida se transformou da noite para o dia. Al�m de ter que aprender a dar mamadeira, banho, etc, eu n�o tinha nada. Meus amigos se mobilizaram e, com uma semana dela comigo, fizeram um ch� de beb�. Ganhamos tudo. De roupa a ber�o. Minha casa parecia uma feira. Da� pra frente est� sendo uma del�cia poder dedicar a minha vida a essa coisinha t�o mi�da. O �nico problema � o tempo que demora o processo. Estou h� um ano e quatro meses com a Julia e ainda n�o consegui registr�-la como minha filha, pois ainda h� um processo de destitui��o familiar em curso.�


Germana Moura, empres�ria, 43 anos

�Quando eu e meu marido nos inscrevemos na habilita��o, senti como se fosse o pr�-natal da m�e biol�gica. Decidimos porque j� est�vamos casados h� 12 anos, n�o t�nhamos filhos e descobrimos, quando eu tinha 34 anos, a infertilidade. No in�cio, as pessoas da minha fam�lia achavam um pouco estranha a ideia da ado��o. Eu acho diferente. Vejo como uma gravidez enorme e um parto rel�mpago. O Roberto, de 5 anos, chegou logo depois do meu anivers�rio. Foi um presenta�o. Mas n�o d� para prever. Comprei tudo de um dia para o outro. Quando ele tinha 2 anos, me habilitei para o segundo filho, o Miguel, hoje com 2. Adotar � como ser m�e biol�gica. S� o come�o que � mais complicado e longo devido ao processo.�


O processo de ado��o

Hoje em dia, a ado��o �saiu do arm�rio�. M�es t�m orgulho de dizer que escolheram seus filhos e eles, que foram escolhidos para serem amados. O mais desgastante � o processo, que pode durar at� quatro anos, dependendo do perfil de crian�a escolhido. �Entretanto, um perfil mais generalizado, sem distin��o de sexo, etnia ou idade, leva de meses a um ano�, estima a advogada de inf�ncia, juventude e fam�lia Silvana Moreira, que explica o processo de ado��o, passo a passo:

1. A fam�lia decidir adotar;

2. Ir � Vara de Inf�ncia do seu munic�pio;

3. Juntar os documentos requeridos;

4. Participar de um curso promovido pela Vara ou por conv�nio com o grupo de apoio � ado��o, com tr�s a cinco reuni�es;

5. Dar entrada na habilita��o para ado��o na Vara;

6. Receber a visita de uma assistente social e um psic�logo judici�rio, que produzem o relat�rio

7. O Minist�rio P�blico dar opini�o favor�vel;

8. O juiz da Vara de Inf�ncia dar senten�a a favor;

9. A futura m�e (e/ou futuro pai) ser inscrita no cadastro local e nacional de ado��o;

10. Aguardar a liga��o informando a disponibilidade da crian�a para conhecer e buscar seu filho.




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