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09/04/13 02:00 - Opini�o

3 li��es em uma semana

Arnaldo Pinzan
Entre duas sextas-feiras deste m�s, 3 fatos me levaram a aumentar meu aprendizado nesta vida. Primeira li��o: uma jovem, com 32 anos, de nome Aline D.S., minha ex-auxiliar de consult�rio, por quase 14 anos, falece v�tima de um c�ncer de evolu��o muito r�pida e agressiva. De voz suave, gestos delicados, modos respeitosos, at� com certa apar�ncia fr�gil, lutou bravamente, tanta era sua vontade de viver. Em seu vel�rio, seus pais, repletos de muita espiritualidade, mais confortavam do que eram confortados. Primeiro aprendizado: Aline, voc� sucumbiu � essa dura doen�a, mas ela n�o a derrotou. Com a sua morte, o c�ncer tamb�m determinou a sua pr�pria morte, pois sem um hospedeiro, ele n�o sobrevive. Segunda li��o: uma voz me ligava e come�ava assim: � Meeessstreeee!!!!�. Ao que eu respondia: Uaaalllllaahhhh!!!!!! Quantas (parcelas) e quanto (R$) tenho que pagar? Gilberto V., esse insubstitu�vel corretor de seguro/ amigo, com 63 anos, tamb�m foi v�tima da mesma doen�a da querida Aline, com muito sofrimento. Quanta sabedoria, dedica��o �s suas crian�as da creche, educa��o no trato di�rio com as pessoas, espiritualidade, responsabilidade e conhecimento na sua �rea de trabalho, quantas dores de cabe�a que nos tirou nos momentos que precisamos de suas habilidades, enfim um ser humano iluminado. Muitos pontos em comum encontramos em nossas conversas. Lembro-me de 1978, v�spera de Natal, quando fui avisado que 2 homens rodeavam a minha perua Bras�lia, na cidade de S�o Paulo, em frente � casa de meus pais. Quando retornei a Bauru, o Gilberto me telefonou, dizendo que me procurara, pois meu seguro estava vencendo e como n�o me achou (naquele tempo n�o tinha celular), fez o pagamento do pr�prio bolso, revalidando a ap�lice. Segundo aprendizado: nossa grande amizade surgiu de um gesto seu, h� mais de 30 anos, que nunca mais esqueci e que sempre foi meu argumento para n�o trocar de corretor.

Al�m do profissionalismo, temos que considerar o humanismo em nossas rela��es di�rias. Terceira li��o: dia 21, levei meu querido familiar, ao PA-Unimed, com suspeita de dengue. Coletado o material, teria o resultado no dia seguinte. Ao comprar o medicamento prescrito, numa farm�cia com muitas filiais no estado, fiquei sabendo que o paracetamol, n�o tinha desconto. Por gra�a de Deus, posso comprar esse medicamento. O exame deu positivo e o m�dico indicou novo exame para segunda-feira. Hoje, ap�s 3 horas e meia no PA, para obter a guia de nova coleta de sangue, fico sabendo que o exame de sorologia n�o pode ser realizado, por falta do kit no laborat�rio, fruto da descontrolada epidemia que assola os bauruenses. Terceiro aprendizado: somos apenas um n�mero a mais nas estat�sticas municipais, estaduais e federal. Talvez nem isso, pois � muito maior o n�mero de infectados do que os anunciados 1600 casos s� em Bauru.

Onde est�o os vereadores, prefeitos, governadores (o nosso � m�dico), deputados estaduais, deputados federais, secretarias de sa�de municipais, estaduais e minist�rio da sa�de, nessas horas? Epidemia n�o � considerada priorit�ria? Onde est�o as a��es concretas? � f�cil atribuir � popula��o a responsabilidade, que tamb�m � importante, mas e a parte de dedetiza��o, a quem compete? Alguns dos nossos pol�ticos j� est�o gastando nosso dinheiro, em campanhas eleitorais futuras. Ser� que Deus j� n�o est� cansado de ser brasileiro?

O autor, Arnaldo Pinzan, � professor universit�rio e membro do Lions Clube de Bauru Centro





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