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04/04/13 02:30 - Opini�o

Mulher! Sementeira da terra!

Valderez de Mello
Novos tempos, nova mulher. Mudou-se a ess�ncia, maquiada foi a alma, deram um banho de loja no matronado. Ano 2013, vejamos a nova mulher: estressada, mal-amada, esgotada fisicamente, quase que desequilibrada emocionalmente, correndo, tal qual o vento antes da tempestade, em busca da beleza artificial e sedenta por conquistas, onde objetivo maior � a realiza��o pessoal. Que luta � esta, sem o m�nimo de qualidade de vida ? Sem tempo para conversar com os filhos, com os pais, at� mesmo com o companheiro? Que realiza��o � esta, cujo pre�o h� muito onerado, cada vez mais exige das filhas de Eva postura de terceiro �Reich�? Diuturnamente a fingir satisfa��o, exibindo sorriso fabricado para n�o demonstrar o represar das l�grimas? Na tentativa de aparentar felicidade, sequer nota, esta mulher atarefada, a alma agoniada em busca de um abra�o. Coagida a provar para a sociedade que est� profissionalmente preparada, que possui poder aquisitivo para adquirir tudo o que a m�dia oferece, enfim, auto-suficiente e senhora do mundo moderno. Que sandice! Por tr�s, na coxia da vida, quando esta polivalente filha de Deus se depara com as luzes da ribalta apagadas e descobre que a plat�ia se foi, v� que os filhos cresceram e sequer notou. Percebe que os pais j� partiram e n�o teve tempo de zelar por eles. Os netos tamb�m cresceram sem as del�cias do colo aconchegante da vov�. Come�a a notar nossa hero�na, que o dinheiro conquistado quitou as d�vidas para com os vendedores de ilus�o, mas o tempo, guardi�o da vida, perdido com tantos compromissos, foi depositando um d�bito impag�vel de sentimentos, carinhos, momentos de aconchegos, palavras que n�o foram ditas na hora certa por falta de tempo, a solidariedade que escapou pelos v�os dos dedos, tudo foi deixado esquecido num triste cora��o, agora com in�meras gavetas vazias. Na avalia��o final o que resta? Uma neurose sem fim, um g�lido desamor, uma dist�ncia de tudo, um sentimento de impot�ncia que modernamente denominamos de depress�o e que todos sabemos ser um imenso oceano sem o brilhar das �guas, ou seja, a sequidade da alma. Infelizmente o que a mulher precisa descobrir desde tenra idade � saber avaliar prioridades, o que � de maior relev�ncia para ser feliz sempre. Qual o motivo que leva esta hero�na a viver dividida, esquecida, mutilada e triste, num canto qualquer do pres�dio do novo s�culo: o grande �trio do descontentamento, onde a bruxa m� do modernismo, insinuante e p�rfida, oferece a ma�� da competi��o desenfreada? E, ao provar do fruto tentador, surge a super mulher do s�culo vinte e um: sedenta por mais um diploma, mais uma promo��o, neur�tica, faminta, esqu�lida, desnutrida e �siliconada�, de bra�os dados com o �botox�, o grande ilusionista da modernidade. Mas, quando diante do grande espelho de cristal de nossas vidas, estarrecida depara com a grande verdade: as rugas da alma, marcantes e atrevidas ali resistem e ela sabe que infelizmente para estas marcas a medicina moderna n�o oferece solu��o. Ent�o, nossa mulher poderosa, recostada na �ngreme muralha da realidade, questiona: Onde deixei meu cora��o? Imperativo ignorar sua ess�ncia para viver diuturnamente a competir com o homem? Transformar, quem deveria ser amigo e companheiro, num advers�rio de guerra? Viver numa trincheira, em constante estado de alerta, com duas pedras nas m�os aguardando o ataque? Qual o motivo desta acirrada concorr�ncia, se a mulher � e sempre ser� o alicerce da humanidade, a grande sementeira da terra?

N�o seria mais gratificante empunhar o grande estandarte da conquista maior, onde na trama e urdidura da miss�o cumprida, exibisse rebordado com fios de luz sobre a seda pura da paz, o grande lema que impulsiona o mundo:

Mulher! Deusa da natureza! Guardi� do belo!

Terra f�rtil, sementeira em c�u aberto, solo do mundo, �rvore da humanidade, de onde brotam os homens, o amor e a bondade!

A autora, Valderez de Mello, � advogada, pedagoga, psicopedagoga, poetisa e escritora. Autora do livro: A Velha adormecida




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