�Seriamos mais felizes se f�ssemos mais ing�nuos�

� moda nos EUA, passa a ser moda no Brasil. Copiamos sorrisos e compartilhamos felicidade. Mas qual felicidade? A falsa felicidade que impede os povos menos favorecidos de evitarem reclama��es negativas? E quanto disso interessa aos manipuladores de c�rebros?

Pesquisa recente d� conta de que os povos mais felizes do mundo n�o est�o nos pa�ses ricos. Assim, n�o se encontram nos pa�ses com alta porcentagem de pessoas com curso superior, como no Canad�. Ou como no Jap�o, um pa�s com a maior expectativa de vida.

Os relatos de emo��es positivas inexistem em cidades ricas, pr�speras e pacificas e entre as mais desenvolvidas do mundo, como Alemanha e a Fran�a. Acham-se em pa�ses com falhas graves de sa�de, saneamento, educa��o, e distribui��o de renda entre outras coisas. As mais pobres s�o as mais felizes, com classifica��es ruins em medidas de bem-estar. Em pa�ses dilacerados por guerras civis ou com a criminalidade alt�ssima e com altas taxas de homic�dios.

Em pa�ses em que se aplicaria muito bem o proverbio grego: �A melhor de todas as coisas � n�o nascer�. N�o por acaso h� uma decad�ncia cultural global. Os grandes g�nios da m�sica, escrita, cinema e dramaturgia morreram juntamente com a Filosofia.

Sigamos a moda americana. Sorriam ao andar pelas favelas desprovidas de tudo, ao encontrarem multid�es fumando crack, ao terem um filho assassinado por bala perdida. Ao sofrerem assaltos e viol�ncias de toda esp�cie, ao terem negada a justi�a, ao se depararem com a falta de atendimento digno em hospitais. E tamb�m com a degrada��o da natureza, com o esgoto a c�u aberto, e c a prolifera��o dos insetos, e a volta de antigas epidemias.

Sorriam, � moda. Faz bem para a sa�de, ningu�m duvida. Vale um r�quiem de Mozart, um rito f�nebre para a morte da cultura e o pessimismo da intelig�ncia.

Beth Siquera