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31/12/09 02:00 - Economia

Bolsa Fam�lia cresce em Bauru e impulsiona economia de bairros

Tisa Moraes
�nica forma de renda para centenas de bauruenses que vivem em situa��o de mis�ria, o Programa Bolsa Fam�lia (PBF) teve seu n�vel de abrang�ncia ampliado em 2009 e passou a beneficiar 9.079 fam�lias na cidade. No ano passado, esse n�mero era 27% menor, quando apenas 7.130 fam�lias recebiam o aux�lio, de acordo com dados da Secretaria Municipal do Bem-Estar Social (Sebes).

Al�m de colaborar para a melhoria da qualidade de vida da popula��o, o programa do governo federal tamb�m ajuda a impulsionar os pequenos com�rcios localizados na periferia, j� que grande parte dos benefici�rios acaba gastando o dinheiro em mercadinhos, a�ougues, padarias e papelarias instaladas nas proximidades de onde vivem. Ainda conforme levantamento da Sebes, mensalmente o Bolsa Fam�lia � respons�vel por injetar cerca de R$ 791 mil a cada m�s, ou quase R$ 9,5 milh�es ao ano, na economia que se desenvolve ao redor dos bairros.

No total, o PBF ajuda a atender as necessidades m�nimas de 35.592 pessoas em Bauru, ante as 26.381 assistidas em 2008. A maioria delas est� localizada em bairros perif�ricos da cidade, como as regi�es do Santa C�ndida, N�cleo Nove de J�lio, Jardim Godoy, Ferradura Mirim, N�cleo Nova Bauru, Pousada da Esperan�a 1 e 2, Jardim Ivone, entre outros.

�A amplia��o da abrang�ncia do benef�cio passou a movimentar ainda mais os pequenos com�rcios e, conseq�entemente, tamb�m colabora para a gera��o de novas vagas de trabalho, aumentando ainda mais a renda desses moradores�, observa Darlene Tendolo, titular da Sebes.

Ela atribui o aumento do n�mero de fam�lias atendidas pelo programa � melhoria na infra-estrutura da secretaria, que hoje conta com sete funcion�rios do setor administrativo e oito assistentes sociais, al�m de outras tr�s que ser�o contratadas. �Tamb�m receberemos ve�culos para poder ir at� essas fam�lias e acompanh�-las no cumprimento das condicionalidades do programa�, complementa, referindo-se �s contrapartidas na �rea de educa��o e sa�de que precisam ser obedecidas pelo benefici�rio para que o pagamento n�o seja suspenso.

�� preciso manter a vacina��o das crian�as em dia e pelo menos 85% de freq��ncia escolar. No caso de mulheres gr�vidas, � necess�rio manter a rotina de exames pr�-natais�, detalha. Para ela, outro fator que contribuiu para que a quantidade de pessoas atendidas chegasse a quase 10% da popula��o total da cidade foi o empenho da administra��o municipal na divulga��o do recadastramento dos benefici�rios neste ano.

�A revis�o cadastral deve ser realizada a cada dois anos. Mas muita gente, por desinforma��o, acabava perdendo o direito de receber esse dinheiro�, comenta. Ela acrescenta que o n�mero de beneficiados foi elevado tamb�m em raz�o da mudan�a determinada pelo governo federal, que ampliou o direito �s fam�lias com renda per capita de at� R$ 140,00, valor antes limitado a R$ 120,00.


R$ 800,00 para sete

A fam�lia de Tereza Concei��o Barrofalde Duarte, 54 anos, foi uma das inclu�das no cadastro do Bolsa Fam�lia neste ano. Com sete membros, sendo apenas tr�s deles trabalhadores e nenhum inserido no mercado formal, eles viveriam com apenas R$ 800,00 por m�s se n�o fosse o PBF.

Mas, com R$ 102,00 a mais, Tereza conta que consegue, ao menos, manter os dois netos pequenos vestidos, cal�ados e alimentados. �Compro leite e frutas, que eles gostam bastante. Os meus tr�s filhos s�o adultos e fazem �bico� carpindo terreno e catando recicl�vel, mas o dinheiro que a gente ganha do Bolsa Fam�lia � uma ajuda boa�, pondera.

Na padaria onde ela faz compras, a duas quadras de dist�ncia de sua casa, na Pousada da Esperan�a, o propriet�rio Aderaldo Mar�al da Silva conta que o movimento de clientes � intenso principalmente na primeira semana de cada m�s. Embora n�o consiga identificar a quantidade de clientes que utilizam o dinheiro do Bolsa Fam�lia para gastar no estabelecimento, o microempres�rio tem consci�ncia de que o aux�lio que as fam�lias de baixa renda do bairro recebem o ajudou a manter-se nos �ltimos 12 anos em pleno funcionamento.

�As pessoas acabam comprando o b�sico: p�o, queijo, presunto e mortadela. Mas estamos sobrevivendo bem durante todo esse tempo�, comenta.

No Jardim Nic�ia, a faxineira Cl�udia Aparecida da Silva, 35 anos, sustenta tr�s filhos sozinha com os R$ 480,00 que recebe por seu trabalho e os R$ 132,00 vindos do PBF. H� cinco anos contando com a ajuda do governo, atualmente ela usa o dinheiro para pagar o curso de secretariado da filha Samara, de 14 anos, e comprar alguns itens para a casa.

�Algumas coisas eu compro fiado na padaria que fica aqui no bairro mesmo. Marco na caderneta e, quando recebo o Bolsa Fam�lia, j� uso parte do dinheiro para pagar a conta�, revela.




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