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26/12/09 03:00 - Geral

Chuvas deixam Defesa Civil em alerta

Previs�o de esta��o mais quente e �mida faz Estado montar Opera��o Ver�o de emerg�ncia em diferentes regi�es

F�bio Zambeli/Da APJ, especial para o JC
A previs�o de chuvas intensas e calor acima da m�dia no ver�o deixa em alerta m�ximo a Defesa Civil Estadual, que j� intensificou os planos preventivos contra cat�strofes naturais em sete regi�es e manter� plant�es ininterruptos at� o R�veillon.

� o que revela o coordenador estadual, coronel Luiz Massao Kita, secret�rio-chefe da Casa Militar, em entrevista exclusiva � Associa��o Paulista de Jornais (APJ).

Para ele, a concentra��o dos temporais, aliada � imprud�ncia e � falta de informa��o dos moradores de �reas sujeitas a inunda��es e deslizamentos transformam a esta��o em per�odo cr�tico, o que exige aten��o redobrada dos agentes espalhados pelas 645 cidades paulistas.

�Este ano, por causa do El Ni�o, estamos com a preocupa��o redobrada. N�s tivemos v�rias reuni�es com as coordenadorias municipais para que fiquem muito mais atentos. Na Opera��o Ver�o passada tivemos 24 �bitos em quatro meses. Este ano, estamos em 22 dias com 31 �bitos. � preciso redobrar cuidado com afogamento e escorregamento, principalmente. Este ano est� chovendo
muito mais e a estat�stica prova que temos que tomar mais cuidado, principalmente porque � muito mais concentrado�, diz o coronel Kita.

O secret�rio adverte para as medidas de precau��o que devem ser adotadas no per�odo de f�rias, analisa as dificuldades de mobiliza��o da popula��o em situa��es de risco e lembra que a meteorologia nem sempre consegue avisar com a anteced�ncia necess�ria casos de tempestades localizadas.

�O que observo � que muitas mortes podem ser evitadas. � preciso respeitar e n�o desafiar a natureza. Primeiro, n�o morando em �rea de risco. Depois, chovendo muito, n�o saia de casa. Espera um pouco, deixe as �guas baixarem. N�o v� para regi�es alagadas. N�o tente atravessar com carro uma �rea de risco. Espere um pouco mais.� Leia a seguir os principais trechos da entrevista.


Associa��o Paulista de Jornais - Diante das previs�es de um ver�o mais quente e mais �mido que o habitual, como a Defesa Civil est� se preparando para a esta��o das chuvas?

Coronel Luiz Massao Kita -
A parte preventiva nossa funciona da seguinte forma: a Opera��o Ver�o, que j� come�amos, visa justamente estes estragos causados pelas chuvas. A gente desenvolve um trabalho de 1 de dezembro at� 31 de mar�o. S� que em abril deste ano j� est�vamos percorrendo todas as 17 regi�es administrativas aplicando cursos preventivos de Defesa Civil. Ent�o, a gente vai em todo o Estado.



APJ - � permanente este trabalho?

Kita -
A gente re�ne e chama todos os munic�pios, cada cidade deve ter sua coordenadoria municipal. Permanecemos dois dias por regi�o para explicar. Cada cidade deve ter uma Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) constitu�da, ela deve ter seu plano municipal de Defesa Civil. E este plano deve ter um preventivo para que, quando aconte�a um desastre, eles possam tirar as pessoas de �reas de risco, evitando a perda de vidas humanas.



APJ - Como � a interlocu��o com os munic�pios? Funciona de forma articulada?

Kita
- Este ano fizemos 25 cursos preventivos e capacitamos mais de 2.000 pessoas. A gente considera como agentes multiplicadores.



APJ - � um n�mero que o senhor considera bom?

Kita -
Pode melhorar. Mas, infelizmente, a gente percebe que a cultura de Defesa Civil no Estado n�o � t�o desenvolvida, principalmente no Interior.



APJ - A maior dificuldade no Interior � para mobilizar?

Kita -
A gente consegue mobilizar melhor na Grande S�o Paulo e nos sete planos que a gente opera o sistema preventivo.



APJ - Quais as regi�es mais cr�ticas, que t�m este plano preventivo?

Kita -
Baixada Santista, regi�es de Sorocaba, Campinas, Vale do Ribeira, Vale do Para�ba, Grande S�o Paulo e Capital. Eles funcionam na Opera��o Ver�o. Monitoram as principais �reas de riscos. Atrav�s de previs�o meteorol�gica, vistorias de campo, leitura de pluvi�metros. E at� na retirada de pessoas das �reas de risco. Com o objetivo de preservar o patrim�nio, do meio ambiente e de vidas humanas.



APJ - Como funciona operacionalmente o plano?

Kita -
N�o tem uma sede. S�o 114 cidades que est�o inclu�das neste plano. E o principal � escorregamento de terra.



APJ - A remo��o de fam�lias de �reas de risco ainda � tarefa dif�cil?

Kita -
Muito dif�cil, vide o caso do Jardim Pantanal, em S�o Paulo, onde as pessoas mesmo na imin�ncia de uma trag�dia, n�o querem sair. Por que? Eles temem que outras pessoas ocupem e levem seus pertences. Infelizmente, acabam n�o preservando o local. � uma resist�ncia muito grande.



APJ - E as ferramentas para prever os temporais e comunicar com os agentes, s�o boas?

Kita -
No Estado, temos uma empresa contratada. Sou coordenador da Defesa Civil estadual, respons�vel pelos 645 munic�pios. A gente tem aqui uma empresa contratada. Ela � respons�vel pela previs�o e elabora cinco boletins para todos os munic�pios. A gente alerta todos os n�cleos. E eles devem avisar todas as pessoas que vivem em �reas de risco.



APJ - Falta informa��o?

Kita -
Falta informa��o e forma��o. Muitos casos de afogamento s�o de gente que est� brincando com a enchente. Infelizmente, � falta de informa��o e de preven��o.



APJ - A Defesa Civil orienta as demais secretarias com as obras?

Kita -
Trabalhamos em conjunto com as demais pastas do governo do Estado. Com a Secretaria de Saneamento e Energia, principalmente. Eles definem onde devem ser constru�dos piscin�es, por exemplo. Quem articula tudo isso � a Defesa Civil do Estado.



APJ - Qual a estimativa mais recente de �reas de risco no Estado?

Kita -
�reas de risco temos mais 3.570 em todo o Estado. N�o � poss�vel precisar quantas pessoas vivem nestas �reas.



APJ - O que pode ser aprimorado no comportamento das pessoas?

Kita -
O que observo � que muitas mortes podem ser evitadas. � preciso respeitar e n�o desafiar a natureza. Primeiro, n�o morando em �rea de risco. Depois, chovendo muito, n�o saia de casa. Espere um pouco, deixe as �guas baixarem. N�o v� para regi�es alagadas. N�o tente atravessar com carro uma �rea de risco. Espere um pouco mais.



APJ - E as crian�as?

Kita -
Primeiro, orient�-las a n�o brincar com �gua de chuva. No ver�o, na imin�ncia de chuva forte, com raio, evitar ficar na �gua. Na praia, procurar local que n�o tenha quiosque, que atrai raio. Se estiver no carro, feche bem o vidro. N�o permanecer em campo aberto. N�o ficar em lavoura. Procurar lugar fechado, preferencialmente abrigo de concreto.



APJ - Para quem viaja para o litoral neste per�odo de f�rias, h� alguma recomenda��o?

Kita -
Se tiver em �rea de inunda��o, deixe objetos de maior valor em �rea mais elevada, para n�o perd�-los. Se tiver documenta��o importante, deixar em saco pl�stico, bem guardado. Indo para outro local, evite sair durante e ap�s as tempestades. Tomar cuidado com os raios. O Brasil � o pa�s onde h� o maior n�mero de descargas el�tricas no mundo.



APJ - Quando se faz uma previs�o como a do Inpe, de mais chuvas e mais calor no ver�o, preocupa?

Kita -
Ningu�m vai deixar de sair de casa, de sair de f�rias porque vai chover mais. Realmente, vai chover mais, vai ter mais calor, vai ter mais chuva em pontos espec�ficos. Quando chover, vai chover com mais intensidade em determinadas localidades, n�o vai chover distribu�do. E, logicamente, se a pessoa ficar sabendo se vai ter chuva muito forte em determinada regi�o, se puder evitar, melhor.Se n�o puder, n�o ficar em locais com �rea de risco de enchente e de escorregamento.



APJ - Ser� mantido o regime de plant�o?

Kita -
Trabalhamos 24 horas. Nossas equipes, at� mesmo com ge�logos, engenheiros e meteorologistas ficam o tempo todo de prontid�o. Natal, Ano Novo, todos os feriados. E o importante � dizer que a Defesa Civil somos todos n�s, autoridades, agentes e a popula��o, que precisa nos ajudar fazendo a sua parte.




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