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22/12/09 03:00 - Regional

Biografia que conta trajet�ria de ator � lan�ada em Sta. Cruz

Da Reda��o
Santa Cruz do Rio Pardo - Ao som de samba e de uma Orquestra de Cordas, o ator Umberto Magnani Netto participou domingo do lan�amento do livro �Um Rio de Mem�rias�, de Ad�lia Nicolete, em Santa Cruz do Rio Pardo (90 quil�metros de Bauru), onde gosta nas horas de folga descer o rio de b�ia. A publica��o comp�e a Cole��o Aplauso-Perfil, da Imprensa Oficial do Estado de S�o Paulo.

O santa-cruzense detentor dos maiores pr�mios art�sticos do Pa�s - como o Moli�re, Mambembe e Apetesp - � tamb�m conhecido do p�blico por participa��es em grandes novelas da Globo, SBT e Record.

No livro, Ad�lia Nicolete tra�a o percurso do artista, que confessa escolher seus projetos pelo �clima das coisas�. Com o diploma de contador na m�o, foi para S�o Paulo tentar a sorte. Depois de muito tempo ensaiando, inscreveu-se na prova de sele��o da Escola de Arte Dram�tica, a EAD, e passou. A etapa seguinte era enfrentar os corredores: Umberto tinha medo de �pagar mico� diante dos colegas, que j� conheciam muito de teatro, e ficava calado. Ainda combinando o trabalho em um banco, para garantir o sustento, com o de ator, participou de Feira Paulista de Opini�o, dirigida por Augusto Boal, sua primeira pe�a depois da escola.

Nicolete leva o leitor pelos diversos espet�culos de que Magnani fez parte, adornando a narrativa com lembran�as detalhadas do ator sobre as montagens das pe�as e as filmagens do cinema, e colocando suas reflex�es sobre atua��o, constru��o de personagem, as diferen�as na atua��o em TV e no teatro, as reinven��es do ator. �Uma coisa fundamental para o ator � a prontid�o. O ator tem que estar em cena sempre pronto para o ataque�.

A a��o pol�tica combinava-se com a atua��o. Umberto Magnani nunca se filiou a nenhum partido, mas disse j� ter participado com algumas contribui��es. Tirou quatro ou cinco passaportes, dizendo que o anterior tinha sido perdido, para poder d�-los a quem precisasse sair do Pa�s; comprou gasolina para constru��o de coquetel molotov; levou uma crian�a para sua m�e exilada pela fronteira do Mato Grosso do Sul. �Uma outra forma de fazer pol�tica da melhor qualidade � por meio do teatro�, diz, lembrando-se da pe�a Macbird, uma brincadeira com Macbeth, de Shakespeare, que faz refer�ncias � pol�tica norte-americana. Tamb�m s�o homenageados pelo artista, nomes como Ruy Guerra, Walter Avancini e Fauzi Arap, com quem trabalhou em cinema, televis�o e teatro. �Fauzi Arap � uma das pessoas mais importantes do teatro brasileiro. Sob todos os pontos de vista: tem integridade, transpar�ncia, amor pelo ser humano, compreens�o de todas as fun��es do fazer teatral�, diz.

Ele confessa ter sentido bastante preconceito e medo da televis�o. Na novela Mulheres de Areia, achou ter atuado muito mal, pela falta de familiaridade com a c�mera, e assustou-se a tal ponto que ficou dez anos sem passar na frente da emissora. S� depois, com os trabalhos em teatro e as premia��es, ganhou seguran�a e voltou a aceitar convites. Participou de muitas novelas: P�ginas da Vida, Mulheres Apaixonadas, Por Amor � todas de Manoel Carlos, com quem firmou importante parceria desde Felicidade �, e muitas outras, como �ramos Seis, Cabocla, Mulheres de Areia.

Pap�is marcantes houve v�rios. Guima, da pe�a Lua de Cetim, lhe deu seu primeiro pr�mio Moli�re, em 1981. O cego Borromeu, da miniss�rie Grande Sert�o: Veredas tamb�m merece destaque. Umberto Magnani conta epis�dios interessantes da produ��o de Grande Sert�o, quando a equipe viajou para o interior de Minas Gerais. Fala tamb�m das hist�rias que envolveram a filmagem de Kuarup no Alto Xingu, em 1989, quando conheceu de perto a rotina dos �ndios

Fl�vio Rangel, certa vez, lhe escreveu um texto sobre a conversa que teve sobre Paulo Autran. Falavam de Magnani. �Esse menino tem uma alegria de representar que j� n�o vejo h� muito tempo�, comentou Autran. No �rio de mem�rias� do ator � surpreendente seu j�bilo ao falar de cada experi�ncia e dos ensinamentos que aprendeu e repassou a seus alunos nos 18 anos em que lecionou. �Cada trabalho tem sua hist�ria�, ele diz, e de causos sua vida est� cheia.

A autora do livro Ad�lia Nicolete � mestre em Artes pela Escola de Comunica��o e Artes (ECA) da Universidade de S�o Paulo (USP) e mestranda em Hist�ria do Teatro e Literatura Dram�tica.




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