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05/12/09 03:00 - Opini�o

Outra tempestade

Gino Cr�s
Foram amplamente divulgados, nestes dias, os maus exemplos de homens que ocupam posi��es relevantes na pol�tica. O Pa�s todo, assustado, incr�dulo e decepcionado assistiu ao governador de Bras�lia, Jos� Roberto Arruda, e seus asseclas metendo a m�o no dinheiro p�blico, acomodando-o at� em meias. A esta vis�o negativa s� nos resta de cognomin�-los de desonestos, ladr�es, insens�veis mentirosos.

A avalanche de atos improbos como este, vai atolando a nossa esperan�a de dias melhores num futuro nada promissor. Tal fato podia n�o ter acontecido se nossa sociedade n�o viesse caminhando, nos �ltimos anos, numa escala de perda e esquecimento dos valores morais.

Apropriar-se do patrim�nio p�blico n�o � roubar ao governo. Quem sai prejudicado � a sociedade no seu todo, o cidad�o honesto, os pequenos e pobres desprovidos de poder. Dinheiro p�blico desviado de sua finalidade significa menos escolas e hospitais, menos empregos e tantos outros benef�cios p�blicos a que os cidad�os t�m direito.

Consultando o Evangelho, deparei-me com o cap. 8, vers�culos 23 a 27 de Mateus. O Evangelho � pr�digo em refer�ncias v�lidas, que ajudam no discernimento da realidade e na tomada de decis�es. O Brasil est� vivendo a situa��o dos disc�pulos na barca. Era noite, estava escuro, e os ventos come�aram a soprar com for�a crescente. Acostumados a remar, os ap�stolos foram administrando a situa��o at� que n�o davam mais conta da tempestade. A� foram acordar o Mestre, que dormia tranq�ilo.

Se dormia, era porque confiava em Deus. Mas confiava tamb�m na experi�ncia dos disc�pulos. Como pescadores deviam saber remar. Acordado, o Mestre serenou os ventos e o mar.

At� a�, o Evangelho, onde tudo � bonito e as solu��es s�o eficazes. N�o � assim agora. A barca est� furada, fazendo �gua. Mais um pouco, vai ao fundo. N�o se trata de acalmar os ventos. Trata-se de consertar a barca.

Que fazer, ent�o? Na pr�tica, o momento est� pedindo uma urgente reforma do Estado brasileiro. Neste sentido, pede import�ncia a pr�pria averigua��o dos fatos, que vai ocupando o tempo e as energias do Congresso, e o vai desgastando cada vez mais diante do povo brasileiro, que j� come�a a perder esperan�a nos seus representantes.

A urg�ncia maior, que deveria medir a boa vontade de todos os envolvidos, n�o � buscar posi��es vantajosas para as pr�ximas elei��es. Deve-se acabar com o corporativismo, impedir a elei��o de candidato com �ficha suja�.

O momento � agora, para de uma vez por todas colocar-nos de acordo sobre mudan�as estruturais em nosso sistema pol�tico. Cabe � cidadania se articular, para apresentar propostas concretas, que n�o podem ficar condicionadas aos interesses menores da conjuntura atual. Ent�o, o impasse atual encontraria um caminho de solu��o. E seria poss�vel aproveitar os ventos para conduzir a barca no rumo certo.

Como curiosidade, comenta-se que nos EUA fabricaram uma m�quina que pega ladr�es automaticamente. Testaram em Nova York: em 5 minutos a m�quina apanhou 1.500 ladr�es. Levaram para a China: em 3 minutos a m�quina apanhou 3.500. Na �frica do Sul, em 2 minutos a m�quina apanhou 6.000 ladr�es. Trouxeram para o Distrito Federal. Em 1 minuto, roubaram a m�quina!

O autor, professor Gino Cr�s, � colaborador de Opini�o




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