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17/10/09 03:00 - Economia

Apesar da isen��o de ICMS, pre�o da carne sobe at� 14%

Ma�ra Soares
Embora o governo estadual tenha isentado os frigor�ficos do Imposto sobre Circula��o de Mercadorias e Servi�os (ICMS) desde o dia 1 de setembro, o pre�o da carne bovina subiu nos �ltimos meses. Em Bauru, o valor de alguns cortes chegou a aumentar at� 14% na compara��o entre outubro e agosto.

O aumento foi mais acentuado nos cortes dianteiros, conhecidos popularmente como carnes de segunda como ac�m, fraldinha, paleta, costela e patinho. O ac�m, por exemplo, comercializado no varejo a R$ 5,90 em agosto, custa agora R$ 6,70 o quilo, o que representa um aumento de quase 14%.

As carnes mais nobres, como o fil� mignon, tamb�m tiveram alta de pre�os. Vendido a R$ 17,90 em agosto, o corte chega a custar R$ 19,90 em alguns supermercados. A picanha, preferida pelos consumidores na hora de fazer um churrasco, subiu, em m�dia, 11,8%. Comercializada a R$ 16,90, j� sai por R$ 18,90.

Para Pedro Baptista, gerente de compras de uma rede supermercadista da cidade, a altera��o dos pre�os tem dois grandes motivos. O primeiro � a retomada das exporta��es pelos pecuaristas brasileiros. �O Brasil est� exportando novamente depois da crise. O mercado europeu e o asi�tico voltaram a comprar e, por isso, as carnes tiveram que reposicionar seus pre�os�, explica.

O segundo seria a queda na oferta de bois confinados na entressafra da pecu�ria, que acontece de junho a outubro. �Na entressafra, o que equilibra a produ��o do boi � o boi confinado. E ele acabou e ainda n�o tem pasto suficiente para come�ar a venda com o gado de pasto�, diz.

Jair Barbosa de Lima, s�cio-propriet�rio de outra loja do ramo, aponta tamb�m o fato dos frigor�ficos paulistas importarem gado de outros Estados brasileiros. �N�o tem boi no Estado. Os frigor�ficos t�m que trazer carne de Goi�s, do Mato Grosso e isso aumenta o valor porque tem o custo do diesel e do frete, que est�o caros�, comenta. Ele explica tamb�m que o aumento maior nos cortes de segunda se deve ao fato dos frigor�ficos repassarem o aumento primeiramente para as carnes de maior consumo.

O presidente do Sindicato das Ind�strias Frigor�ficas do Estado de S�o Paulo (SindFrio), Edivar Vilela de Queiroz, em entrevista recente � Ag�ncia Estado apontou tamb�m a importa��o da carne como motivo para o aumento. �O Estado de S�o Paulo � um grande importador de carne bovina. Enquanto as empresas pagam ICMS na compra, n�o obt�m o cr�dito na venda no mercado interno, de maneira que tudo continua como estava neste aspecto�, diz. Para ele, seria necess�ria uma isen��o em n�vel nacional para que a inten��o d� resultados que influenciem os pre�os ao consumidor.

Diante do aumento, a popula��o sempre encontra uma sa�da para n�o deixar faltar carne bovina na mesa. �A gente est� acostumada com carne. Ent�o, n�o deixamos de comprar. O que fa�o � comprar menos quantidade e aproveitar as ofertas�, conta Anna Maria Vannuci Tauil, comerciante aposentada.

O empres�rio Luis Henrique de Flora Lamoni, que sempre faz um churrasco no final de semana com o pessoal do futebol, acredita que o melhor � pesquisar os pre�os. �A gente compra picanha todo s�bado, ent�o a gente pesquisa o pre�o e compra nas promo��es�, relata.


Aumento relativo

Pedro Baptista, o gerente de compras de uma rede supermercadista de Bauru, reconhece que houve um aumento de pre�os nos �ltimos tr�s meses, mas faz quest�o de relativizar a quest�o. �Se voc� fizer a mesma medi��o entre esse ano e o ano passado vai perceber que a carne est� de 10% a 15% mais barata�, pondera.

Segundo ele, em outubro de 2008 uma carne de segunda custava, em m�dia, R$ 7,80 e agora � comercializada por R$ 6,80. O mesmo aconteceu com os cortes de primeira, como a alcatra que era vendida por R$9,90 e agora custa, em m�dia, R$ 8,90.

Segundo reportagem publicada no JC em janeiro, o pre�o da carne estava baixo no in�cio do ano devido ao per�odo de safra do boi gordo, que come�a em janeiro e vai at� abril, quando h� o crescimento da oferta do produto no mercado. Al�m disso, a crise econ�mica mundial teria reduzido as exporta��es de carne brasileira.

Baptista salienta que a maior parte da redu��o do pre�o da carne ainda n�o foi reposta mesmo com o recente aumento. �Se ele (o consumidor) medir o que subiu a carne em rela��o ao ano passado e o diss�dio que ele teve no sal�rio, vai perceber que ainda est� pondo dinheiro no bolso�, finaliza.




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