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26/09/09 03:00 - Pol�tica

Codepac aprova �poderes� na esta��o

Presid�ncia do �rg�o avalia que revitaliza��o � melhor op��o para o espa�o, com ocupa��o pela prefeitura e Legislativo

Monise Centurion
A id�ia de transformar o pr�dio da antiga esta��o ferrovi�ria, localizada na pra�a Machado de Mello, no Centro, na sede dos poderes Legislativo e Executivo, � vista como melhor op��o para a utiliza��o do espa�o pelo Conselho de Defesa do Patrim�nio Cultural de Bauru (Codepac).

De acordo com o presidente do �rg�o, S�rgio Losnak, a proposta que foi ventilada pelo prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) figura-se como uma boa alternativa pela caracter�stica de abrigar o poder p�blico. Atualmente, o pr�dio pertence ao Sindicato dos Ferrovi�rios. �At� porque a esta��o tem uma rela��o �ntima com a cidade e com a ess�ncia do poder p�blico. Ela � um �cone. O poder p�blico seria um �cone, uma entidade relacionada � esta��o. Um shopping n�o teria o mesmo sentido. A gente v� que essa proposta � a que mais se adapta, n�o s� pelo sentido simb�lico, mas tamb�m pelo sentido f�sico�, afirma.

Para Losnak, o sentido da C�mara e da Prefeitura de Bauru se instalarem na antiga esta��o ferrovi�ria se adapta � estrutura que foi constru�da na �poca. �L� eram escrit�rios que foram feitos para receber setores administrativos da ferrovia. A linha do Codepac � essa. Aproximar ao m�ximo a id�ia do motivo para qual o pr�dio foi constru�do�, diz.

A preocupa��o do Codepac � a popula��o ter o bem dotado de sentidos, significados e com identidade, tombado pelo patrim�nio e, ao mesmo tempo, preservado. �Usufruir de um pr�dio hist�rico � t�o importante como ter um entendimento que ele deve ser tombado e preservado. A esta��o faz parte de um complexo ferrovi�rio �mpar. � o maior s�mbolo de Bauru, que carrega uma for�a muito grande, de uma sociedade da �poca onde muitas pessoas trabalharam por l�. Ent�o � muito importante ocupar aquele espa�o e dar um sentido para ele, fazendo com que ele remeta � sua identidade.�

Custo da reforma

O custo da reforma do pr�dio poder� ser fator decisivo para o prefeito viabilizar a compra do empreendimento, avaliado pela Caixa Econ�mica Federal (CEF) em R$ 6,3 milh�es. Agostinho disse que, se o Legislativo mostrar interesse em se instalar na esta��o, vai conversar com os vereadores sobre uma composi��o para tentar viabilizar o neg�cio. �Dar destina��o para a esta��o est� em meu plano de governo e vou atuar para cumprir. Vamos avaliar se o valor da reforma pode ser absorvido, se � a curto ou m�dio prazo. Se for vi�vel o custo, a aquisi��o � uma alternativa.�

Entre as op��es, o chefe do Executivo considera que prefeitura e C�mara podem reduzir o custo final do projeto. Rodrigo j� afirmou que o Sindicato dos Ferrovi�rios aceita parcelar o pagamento se ele for feito dentro do mandato, at� 2012, e se a C�mara decidir pela esta��o, h� chance de discutir amortizar o valor no Or�amento junto com a prefeitura e esta pode ser uma sa�da.

No Plano Plurianual (PPA), h� uma previs�o de R$ 5 milh�es para a constru��o de um novo pr�dio para a C�mara. O dinheiro poder� ser usado na compra e reforma da antiga esta��o. O presidente da Casa, Pastor Luiz Carlos Barbosa (PTB), tamb�m mostrou-se favor�vel � medida.


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NOB far� 103 anos amanh�

Na d�cada de 50, o Correio da Noroeste publicou uma vers�o prov�vel do que seria o jornal em 1906. A manchete foi a inaugura��o dos primeiros 100 quil�metros da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB) em Bauru, no dia 27 de setembro daquele ano.

De acordo com o texto, ��s 10h as salvas de bombas de sinal seguidas de morteiros disparados da margem direita do ribeir�o Bauru anunciaram a aproxima��o do trem especial que trouxe a numerosa e ilustre comitiva. �s 11h50, ao som da Marselheza, ao estrondar de foguetes e ao ribomdo de morteiros, partiu o trem inaugural, rebocado pela locomotiva n�mero 1 da Noroeste, que recebeu o nome de Presidente Tibiri��. In�meras autoridades participaram da festa.

O trem fez vagarosamente a marcha inicial at� transpor a primeira curva, em forma de ferradura, que se estenda da esta��o ao pontilh�o sobre o ribeir�o Bauru - onde come�a o primeiro corte - e termina no c�rrego da Grama, por um plano elevado que, de certo ponto, permite descortinar o casario da Vila na sua parte central. Dali por diante, a velocidade foi acelerada para 35 quil�metros por hora.

Na esta��o de Lauro Muller, onde teve lugar a solenidade inaugural da primeira se��o da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, ap�s o expressivo discurso que em nome da companhia foi pronunciado por Pedro Nolasco, ministro da Ind�stria, Via��o e Obras P�blicas, declarou inaugurada a linha nos primeiros 100 quil�metros e entregue ao tr�fego o trecho Bauru a Jacutinga.

Leu-se ent�o a ata lavrada no local e o mesmo engenheiro entregou ao diretor Lauro Muller, para que a firmasse em primeiro lugar a hist�rica caneta de ouro com que, em 1865, foi assinada, em id�ntica cerim�nia, a linha f�rrea de S�o Paulo a Socoracaba�.

Nos anos 90, a concession�ria Novoeste assumiu a ferrovia. Atualmente, a ferrovia � administrada pela Am�rica Latina Log�stica (ALL), ap�s a fus�o desta com a Novoeste Brasil e a Brasil Ferrovias, fruto de transa��o acion�ria ocorrida em maio de 2006.


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Regras exigidas

A antiga esta��o ferrovi�ria come�ou a funcionar em setembro de 1939 e foi tombada, oficialmente, em novembro de 2000. A �rea de preserva��o inclui as fachadas externas do bloco principal da esta��o paralelo � linha f�rrea. Todo o conjunto e sua volumetria tem preserva��o garantida, bem como o cal�amento externo da plataforma de embarque, constru�do em placas de concreto.

O decreto imp�e ao conjunto arquitet�nico as restri��es relacionadas � preserva��o. Ficam proibidas, portanto, quaisquer formas de destrui��o, demoli��o ou mutila��o do im�vel. Obras visando a repara��o, pintura ou a restaura��o do pr�dio poder�o ser executadas, mas n�o antes de obter pr�via autoriza��o do Codepac.

Eventuais infra��es a esse disposto ser�o punidas com multa equivalente a 50% do valor apurado do dano. �O conselho acompanha o processo com profissionais. O projeto da reforma tamb�m passa por avalia��o do Codepac. Internamente, pode-se mudar em rela��o �s suas necessidades, mediante an�lise do �rg�o tamb�m�, afirma o presidente do Codepac, S�rgio Losnak.

Da mesma forma, n�o poder� ser feita sem pr�via autoriza��o expressa do Conselho nenhuma constru��o ou amplia��o na vizinhan�a da estrutura tombada. Est� proibida, ainda, a coloca��o de an�ncios ou cartazes que impe�am ou reduzam a visibilidade do patrim�nio hist�rico, principalmente na faixa situada entre os prolongamentos das ruas 13 de Maio (viaduto Jo�o Simonetti) e Rio Branco.

Obras e objetos irregulares ou desacordo com o decreto de tombamento ser�o sumariamente demolidas ou retirados. Em ambos os casos, ser� aplicada multa de 50% do valor do pr�dio tombado.




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