Hist�ria de pescador: Cevando a �gua

Jo�o Albiero � um arquiteto aqui de Bauru e durante muitos anos trabalhou junto ao irm�o, Edward, no escrit�rio Maur�cio & Costa. Anos atr�s foi-se para Palmas acompanhando a esposa, diretora da Universidade Federal do Tocantins, l� pertinho de Palmas.

Faz sucesso por l� (disse que j� pinta e borda - o que n�o � novidade). Desenha, faz projetos maravilhosos, mas o que gosta mesmo de fazer � bebericar uma geladas junto aos amigos. Fez muito isso em Bauru e n�o imaginam o quanto ele infelicitou muito dono de bar por aqui quando ficaram sabendo que iria embora. Disse que acertou as contas em todos eles, mas disso eu n�o tenho certeza. � que gastava um bocadinho.

Jo�o aprendeu o of�cio da pesca aqui em Bauru, nas barrentas �guas do Batalha, e estava louco para exercitar e colocar em pr�tica uma nova maneira de pesca em quantidade, t�cnica moderna e cheia de salamaleques. Palmas caiu do c�u.

Demorou um pouco, mas as novidades come�am a chegar. Vendo aquela imensid�o de �gua e peixes que acabam pedindo para serem retirados d��gua, n�o se fez de rogado e com gente experiente da regi�o foi para o meio do mato, mostrar como fazia aqui na regi�o de Bauru.

O matuto me envia um e-mail com relatos fant�sticos, cheio de hist�rias daquelas que s� acredita quem n�o o conhece. Vejam s� o que me diz: �Passamos o final de semana numa cidade chamada Caseara, divisa com o Estado do Par�. Um colega do condom�nio onde moramos tem uma casa l�. Sa�mos para pescar no s�bado � tarde e no domingo de manh�. Pescamos 13 peixes no s�bado e 31 no domingo, d� para perceber que no s�bado as nossas esposas nos acompanharam... (risos). Pegamos s� barbado e fidalgo (esse n�o conhecia), que s�o peixes de couro e de um sabor espetacular... deu para se divertir...�.

�Seguem algumas fotos para provar que estive l�. Os rios ainda est�o muito cheios, est� come�ando a baixar agora. O rio que pescamos chama-se Taquar�, que vai encontrar o Araguaia, que � muito pertinho de onde est�vamos� (esse relato � de maio/2009).

Cumbuca e barriga cheia, ele proseia bem e mente tamb�m. N�o diz como foram pescados, pois aqui usava a t�cnica de levar engradados e engradados de cevada gelada para a beira do rio e ia despejando, parte na �gua e parte na barriga (dele, n�o do rio). A �gua ficava turva e o peixe sa�a para respirar (ou para beber, sei l�).

Ele pescava l� no tablado do Cedro assim, bem debaixo da famosa ponte, com um grande coador, que antes servia para fazer o caf� e depois para a pescaria. Ia recolhendo os que bebiam mais e ficavam mais lerdos. Depois fritava tudo e dessa forma continuava bebendo, pois o peixe estava cheio de cevada (e de outras porcariadas do rio). Quando vi a foto do barco cheio de peixe, ri sozinho, pois imagino o quanto bebeu para conseguir aquela quantidade toda. Deve estar fazendo a alegria dos donos dos estabelecimentos cervejeiros do Norte do Pa�s (e a tristeza dos daqui).

Jo�o Albiero e C�lia Grandini Albiero trabalham um bocado (devem suar a c�ntaros naquele calorz�o) e curtem os prazeres de um mundo novo. A cada relato que recebo deles, muitas hist�rias, todas recheadas de muito humor, pois � dessa forma que levamos a vida. Dessa forma, de uma forma mais amena.

Come�o de outubro eles aportam por aqui e j� alugaram um t�xi-a�reo para transportar a quantidade de peixes prometidos para amigos e desafetos (para esses, os mais magrinhos). O bar do Portugu�s vai lucrar barbaridade nesses dias, pois Jo�o j� disse que ir� montar uma extens�o do seu escrit�rio por l� no tempo que passar por aqui.

Esse e-mail � s� para avisar ao Fernando que ele deve comprar mais �leo para fritar os peixes e reservar um estoque maior de cevada, pois num dos �ltimos e-mails recebidos uma promessa: �Preparem o f�gado que chego com a carga toda�.

Preparo a turma para n�o dar muito ouvidos a algumas fal�cias (imagina��es amaz�nicas), pois deve ter aprendido algo novo para tentar engambelar os incautos do lado de c�. Fiquemos atentos. Dizem que ele veio para gastar conosco um pouquinho do bastant�o que ganha por l�. Quero ver pra crer.

Esse relato � s� para dar as boas-vindas para ele, esposa e as duas filhas. Que �venha el touro�. T� me preparando a contento.


Henrique Perazzi de Aquino, primo da C�lia e amigo do Jo�o, � pescador e contador de hist�rias. Blog: www.mafuadohpa.blogspot.com.