Bauru e grande região - Sexta-feira, 04 de outubro de 2024
máx. 31° / min. 12°
17/09/09 03:00 - Pol�cia

Seguran�a nem sempre � caso de pol�cia

Especialista defende que educador cuide da quest�o, que envolve tudo o que � feito pelo Estado para proteger cidad�o

Luciana La Fortezza
Construir boas estradas com sinaliza��o adequada � seguran�a p�blica? E vacina��o? Bombeiro tamb�m � seguran�a p�blica? Cada questionamento do coronel da reserva Nilson Giraldi tem uma �nica resposta: sim. Mas t�m rela��o com pol�cia? N�o. �Seguran�a p�blica � tudo aquilo que � feito para proteger o cidad�o�, explica ele.

Com tal posicionamento, Giraldi participou, no final de agosto, da 1.� Confer�ncia Nacional de Seguran�a P�blica, realizada em Bras�lia. No oportunidade, no entanto, a pauta foi restrita a assuntos pr�-determinados pelo Minist�rio da Justi�a. �Foi um f�rum democr�tico, onde todos os segmentos da sociedade estiveram presentes. S� que essa democracia absoluta foi engessada. N�o pod�amos sair dos temas. Toda seguran�a p�blica foi jogada nas costas da pol�cia, quando n�o � verdade�, diz.

Giraldi gosta da analogia com jogo de futebol. A bola s� chega ao gol depois de passar pelo ataque, meio de campo e defesa. A pol�cia est� no final da linha, seria o goleiro. �Quais s�o as causas da viol�ncia e da criminalidade? Seguran�a p�blica � um problema social e educacional. A pr�pria Cruz Vermelha, os Direitos Humanos e a Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) concordam com isso�, ressalta. Mas salvo algumas exce��es, a abordagem mais ampla n�o interessa.

�Para uma corrente, o secret�rio de seguran�a p�blica deveria ser um educador. E eu concordo. O Parque Jaragu�, por exemplo, � um bairro complicado. Qual � a solu��o? � policial? N�o. Tem que transform�-lo num bairro educador, aumentar a auto-estima das pessoas e investir no capital humano�, defende. Projetos dessa natureza devem ser financiados com recursos na Uni�o, Estados, munic�pios e tamb�m particulares.

�Elevando esse bairro a educador, ele deixar� de formar criminosos. N�o que criminosos ou pessoas violentas sejam oriundas da pobreza. N�o s�o n�o. A maior viol�ncia est� na classe m�dia. Aparece mais entre os pobres porque s�o a absoluta maioria. Mas pobre tem muito mais dignidade para enfrentar as dificuldades das vida do que ricos e classe m�dia�, comenta. Giraldi � contra a instala��o em Bauru da Guarda Municipal, que est� em discuss�o.

�Fica caro. Pega esse dinheiro e aplica em quest�es sociais e educacionais. Para que a Guarda Municipal disputando o mesmo espa�o que a Pol�cia Militar?�, conclui.


____________________


Sociedade civil deve se
envolver mais com o tema


A sociedade civil deve se envolver mais com quest�es relativas � seguran�a p�blica. A opini�o � do coordenador da Defesa Civil de Bauru, �lvaro de Brito, compartilhada pelo titular do 1.� Distrito Policial de Lins, Andr� Ricardo Hauy. Ambos tamb�m estiveram na 1.� Confer�ncia Nacional de Seguran�a P�blica.

�Precisam participar mais porque n�o vamos fazer seguran�a p�blica colocando um policial em cada esquina. Tem que acatar problemas sociais porque a marginalidade aumenta onde falta investimento social do Estado. Temos que investir no preventivo�, diz. Para Hauy, durante o evento no Distrito Federal, ficou claro o interesse da sociedade civil. Mas a expectativa dele � que seja cada vez maior.

O delegado ainda compactua com a id�ia de que seguran�a p�blica deve ser uma pol�tica de Estado e n�o de governo (suscet�vel a quest�es partid�rias). O posicionamento � o primeiro dos dez princ�pios priorizados na confer�ncia. Todos eles, assim como as 40 diretrizes tiradas, foram elencados por meio de vota��o.

At� �rbitros tomavam posi��o nas discuss�es, situa��o que resultou numa carta de rep�dio assinada pela Pol�cia Civil e sociedade civil. �Mesmo assim, pela envergadura, pela iniciativa do governo federal em colocar o dedo na ferida, valeu a pena�, pondera Hauy. Gra�as � iniciativa, 500 mil pessoas opinaram sobre o tema.

�A alma do neg�cio foi o investimento em infra-estrutura de uma forma geral e a valoriza��o do profissional que trabalha na �rea de seguran�a. Atualmente, ele est� meio judiado e precisa tentar resolver o problema da coletividade. O investimento no ser humano que trabalha com seguran�a p�blica se faz necess�rio�, conclui Brito.

Ele, o delegado e o coronel Nilson Giraldi apresentaram suas posi��es na �ltima reuni�o do Conselho Comunit�rio de Seguran�a (Conseg) Centro/Sul, h� cerca de duas semanas em Bauru. A reportagem procurou a Pol�cia Civil, mas a Secretaria de Seguran�a P�blica informou que n�o abordaria a quest�o por ser �rg�o executor. A assessoria da Pol�cia Militar explicou que o assunto � do interesse da corpora��o, mas que anteontem o comandante geral da PM, coronel �lvaro Batista Camilo, n�o dispunha de hor�rio para.




publicidade
As Mais Compartilhadas no Face
(SF) © Copyright 2024 Jornal da Cidade - Todos os direitos reservados - Atendimento (14) 3104-3104 - Bauru/SP