C�mara quer corrigir grade da Sa�de

O prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) vai receber, nesta semana, o projeto de lei que prop�e a cria��o do plano de cargos e sal�rios espec�fico para a Secretaria Municipal de Sa�de. A separa��o da grade salarial do restante do quadro de pessoal da Prefeitura de Bauru encontra resist�ncia do Sindicato dos Servidores Municipais (Sinserm) e polemiza discuss�es no Legislativo. Os parlamentares s�o un�nimes em afirmar que mudan�as devem ser realizadas, por�m divergem quanto � forma.

Nesta semana, servidores se valeram de documento n�o oficial com suposta proposta de plano de cargos e sal�rios para reclamar contra a n�o inclus�o de algumas carreiras em melhores condi��es que o patamar atual. O secret�rio municipal Fernando Monti lamentou as movimenta��es antes mesmo da apresenta��o da proposta oficial ao Rodrigo. �Nesta semana o projeto ser� enviado para an�lise do prefeito e, posteriormente, para C�mara. Estamos � disposi��o para prestar qualquer tipo de esclarecimento em rela��o do plano.�

Desde que assumiu a pasta da Sa�de, o infectologista compromete-se a resolver a disparidade de sal�rio entre os servidores municipais. Em tabela de sal�rios divulgada no in�cio do ano, um enfermeiro que trabalha na rede municipal na unidade ambulatorial recebia sal�rio mensal de R$ 1.089,22. Ocorre que o mesmo funcion�rio, com a mesma carga hor�ria, que atuava no setor de urg�ncia e emerg�ncia, recebia R$ 2.250,75, uma diferen�a de mais de R$ 1 mil em fun��o da diferen�a do local de trabalho (urg�ncia x atendimento de base).

A vereadora Chiara Ranieri (DEM) afirma que n�o h� como se pensar num plano de cargos e carreiras sem que as distor��es sejam corrigidas. �Os funcion�rios que j� t�m algum benef�cio, acredito que deva se manter. Agora os que v�o entrar numa nova grade, acho que precisa ser revisto. Fica insustent�vel para a sa�de atender de forma adequada aqueles que precisam realmente de uma valoriza��o, no caso de m�dicos, e atender � demanda de quantidade de gente que precisa ser contratada.� Para Chiara, � necess�rio conhecer inicialmente a proposta do Executivo e fazer debates com os servidores da sa�de. �Vamos precisar fazer uma discuss�o com essas pessoas para entender o que � coerente para essa nova grade da sa�de.�

O m�dico e vereador Paulo Eduardo de Souza (PSB) diz que as corre��es t�m de ser feitas indiscutivelmente, pois durante muitos anos a situa��o foi �tocada com a barriga em fun��o do imediatismo, de press�es pol�ticas, sem que houvesse organiza��o que reconhecesse a atribui��o de cada profissional, avalia��o individual para cada setor e, principalmente, distin��o das diversas categorias dentro do sistema de sa�de municipal.

�Acredito que n�o haver� perdas para ningu�m, haver� sim corre��es para aqueles que foram exclu�dos e esquecidos. Alguns privilegiados n�o perder�o, mas tamb�m n�o ganhar�o mais. Ent�o me parece que � em muitos anos a primeira indicativa concreta para mudar a gest�o da sa�de, com conte�do inovador. A sa�de tem de ter um olhar voltado s� para ela, nesse momento. Temos que resolver a quest�o salarial para tentar atrair mais m�dicos e, depois, resolver tamb�m a quest�o estrutural.�

O sal�rio defasado de m�dicos que atuam na rede municipal de sa�de tamb�m foi citado pelo vereador Marcelo Borges (PSDB). Segundo o parlamentar, este � um dos pontos que precisam ser resolvidos. �N�o d� para discutir a quest�o sem projeto, mas o m�dico ganha muito pouco em Bauru. Est� na hora da cidade ter um projeto inovador, mais avan�ado. Esse modelo � ultrapassado. N�o d� para ficar consertando remendo. A primeira coisa � aumentar sal�rio de m�dico, sen�o n�o vai ter esse profissional.�

Grade geral

Na opini�o do vereador Roque Ferreira (PT), o servi�o p�blico de Bauru deve ser repensado e replanejado como um todo, sem separa��o por secretarias.

�Pode ter algumas secretarias que disp�e de recursos financeiros, e nessas secretarias onde se institui um plano de cargos e sal�rios, tem que considerar uma compensa��o aos outros servidores que atuam no munic�pio e que n�o t�m grandes recursos dentro das suas pastas, para que esses servidores n�o sejam colocados � margem desse processo e n�o tenham suas carreiras, seu plano de carreira reconstru�dos e confinados num gueto.�

Sobre a quest�o espec�fica da sa�de, Ferreira defende que deveria ser feito em toda prefeitura: constituir um plano de cargos e carreiras para os servidores, cujos sal�rios tivessem rela��o com a m�dia dos sal�rios praticados na cidade.