Um estudo que tenta adequar os esfor�os para salvar esp�cies amea�adas � realidade econ�mica acaba de mapear lugares onde preservar mam�feros carn�voros � n�o apenas bom, mas tamb�m barato. Ap�s listar as regi�es mais cr�ticas no mundo usando s� crit�rios biol�gicos, os cientistas cruzaram os dados com o pre�o de mercado do metro quadrado dos locais onde esses animais vivem.
O resultado do trabalho, apresentado em forma de artigo cient�fico na revista �PLoS One�, � um mapa in�dito, que mostra onde � mais vi�vel, economicamente, preservar carn�voros amea�ados de extin��o. Esse grupo animal � importante porque est� no topo da teia alimentar.
�Temos um mapa para mostrar aos investidores. Entre as �reas que j� s�o priorit�rias, essas est�o na frente, por crit�rio cient�fico e econ�mico�, diz Rafael Loyola, coordenador do Laborat�rio de Ecologia Aplicada e Conserva��o da Universidade Federal de Goi�s (UFG). O cientista assina o trabalho ao lado de outros seis pesquisadores, todos de institui��es brasileiras.
�� verdade que os valores s�o m�dios e podem variar bastante dentro de uma mesma regi�o estudada. Mas, como os recursos para a conserva��o s�o sempre escassos, o mapa pode ser uma ferramenta importante�, afirma Loyola.
O Brasil, mais precisamente o cerrado, aparece em vermelho nesse zoneamento econ�mico da preserva��o dos carn�voros mundiais. �Nessa regi�o, bichos como a on�a-pintada e o lobo-guar�, por exemplo, est�o entre os mais amea�ados.�
Somadas todas as 15 regi�es �insubstitu�veis� para a conserva��o dos grandes carn�voros, indicadas no mapa, s�o 11,4 milh�o de quil�metros quadrados que precisam ser monitorados (pouco mais de 2% da superf�cie total da Terra).
O valor m�dio desse quil�metro quadrado, segundo o estudo, sai pela bagatela de US$ 932 mil -s� US$ 0,9 o metro quadrado, aproximadamente. O mapa n�o � para nenhum corretor sair com ele embaixo do bra�o, tentando vender trechos de terra no varejo, lembram os cientistas.
Hoje no Brasil, por exemplo, donos de terra podem ter isen��o fiscal caso resolvam deixar sua vegeta��o nativa intacta. Entre �reas mapeadas agora, as da �frica, indica o pesquisador da UFG, s�o ainda mais baratas em compara��o com as demais. �frica Central e Madagascar, na opini�o de Loyola, s�o regi�es que deveriam ser especialmente consideradas. |