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27/08/09 03:00 - Nacional

Homens ganham aten��o no SUS

A cada tr�s adultos que morrem no Brasil, dois s�o homens; governo quer mudar essa realidade com pol�tica nacional

Folhapress
Bras�lia - Quatro anos ap�s a divulga��o de que o Pa�s teria um programa de sa�de masculina, o governo Lula lan�ou ontem a �Pol�tica Nacional de Sa�de do Homem�, a primeira do g�nero na Am�rica Latina. Al�m de aumentar o n�mero de exames e cirurgias no SUS, a iniciativa quer fazer com que 2,5 milh�es de homens entre 20 e 59 anos procurem o servi�o de sa�de ao menos uma vez por ano - hoje n�o se sabe qual � o n�mero.

H� cerca de 50 milh�es de homens nesta faixa et�ria, sendo que 75% deles dependem do SUS. Para o Minist�rio da Sa�de, o fato de n�o ir ao m�dico faz com que o homem descubra a doen�a no est�gio mais avan�ado, o que colabora para o aumento da mortalidade.

A cada tr�s adultos que morrem no Brasil, dois s�o homens. A expectativa de vida masculina, de 69 anos, est� 7,6 anos abaixo da m�dia das mulheres, segundo o IBGE. A principal causa de mortes dos homens s�o as doen�as isqu�micas do cora��o, entre elas o infarto.

A nova pol�tica envolve um investimento de R$ 613,2 milh�es at� 2011. O minist�rio informa que aumentar� em at� 570% o valor pago a hospitais e postos de sa�de para a execu��o de procedimentos urol�gicos e de planejamento familiar. Haver�, por exemplo, uma amplia��o em 20% do n�mero de ultrassonografias de pr�stata.

Hoje, o homem encontra muitas barreiras no atendimento no sistema p�blico. �H� filas grandes para operar a pr�stata. T�m pacientes usando sonda, �s vezes anos a fio, esperando uma cirurgia, uma resse��o de pr�stata. Existem cidades com 300, 400 pacientes esperando�, afirma Jos� Carlos de Almeida, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia.

O acesso �s tecnologias mais modernas tamb�m � dif�cil. Uma cirurgia de c�lculo renal, por exemplo, pode ser feita de forma menos invasiva, por via endosc�pica. Mas, por falta de infraestrutura, muitos servi�os de sa�de ainda optam pelas cirurgias abertas, que s�o mais traum�ticas e com mais riscos de infec��es, segundo Almeida.

Na opini�o do urologista Miguel Srougi, professor titular da USP, por mais boas inten��es que tenha o minist�rio, n�o h� verba suficiente nem ao menos para o diagn�stico e tratamento dos problemas da pr�stata, que envolveria uma investiga��o de mais de 12 milh�es de homens acima de 50 anos.

�Se a gente fosse submet�-los a um estudo espec�fico da pr�stata, fazer PSA, biopsia, cirurgia e outros tratamentos e tamb�m tratar as poss�veis complica��es desses tratamento, esse programa envolveria R$ 2 bilh�es. Em um pa�s em que o Minist�rio da Sa�de gastou, em 2008, R$ 43 bilh�es com toda sa�de, simplesmente n�o d�. O Pa�s n�o tem recursos para bancar uma campanha oficial de sa�de do homem�, diz ele.

Para atacar o fato de que o homem n�o vai ao m�dico, o minist�rio decidiu incluir no seu calend�rio de campanhas uma para incentivar o homem a cuidar da sa�de. Ela ser� realizada todo m�s de agosto. Ser�o feitas ainda parcerias com 50 grandes empresas com foco nos trabalhadores homens.

Segundo o minist�rio, o objetivo � dar condi��es aos servi�os de sa�de de reduzirem as filas j� existentes. Ainda assim, o governo reconhece que a espera n�o vai acabar imediatamente. �A id�ia � que, com maior remunera��o, o servi�o vai se estruturar melhor. Isso vai acontecer amanh�? N�o. Tem um prazo de matura��o, e a gente espera que, ao longo do tempo, isso traga resultados�, afirma o secret�rio de Aten��o � Sa�de, Alberto Beltrame.

Para o ministro Jos� Gomes Tempor�o, a �mudan�a cultural� que a campanha do minist�rio se prop�e a incentivar precisa ser desenvolvida tamb�m pelos sistemas de sa�de.




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