Bauru e grande região - Sexta-feira, 04 de outubro de 2024
máx. 31° / min. 12°
27/07/09 03:00 - Economia

Atrativa, poupan�a bate recorde

Total de dep�sitos no Pa�s neste m�s chegou a R$ 290 bilh�es, R$ 20 bilh�es a mais que no mesmo per�odo de 2008

L�gia Ligabue
Com rendimento garantido e aus�ncia de tarifas, a caderneta de poupan�a est� cada vez mais atraente aos investidores. Tanto que na semana passada, a Caixa Econ�mica Federal (CEF), que representa 35% do dinheiro aplicado na poupan�a no Brasil, anunciou marca recorde de saldo de dep�sitos: R$ 101 bilh�es, registrados no dia 16. Com a redu��o da taxa Selic, que hoje � de 8,75%, a aplica��o ficou ainda mais �irresist�vel�.

Isso porque reduz a remunera��o dos investimentos atrelados aos juros da Selic, como os de renda fixa. Na CEF, os R$ 101 bilh�es representam um crescimento de 19,67% em rela��o ao valor do mesmo per�odo do ano passado, quando chegou a R$ 84,4 bilh�es. De acordo com assessoria de comunica��o do banco, no saldo, os recursos totais do mercado chegam a R$ 286,5 bilh�es. Dos R$ 5,2 bilh�es de capta��o l�quida, 60% s�o aplica��es de clientes com renda de at� dois sal�rios m�nimos. De janeiro � primeira quinzena de julho foram abertas 1,8 milh�o de novas cadernetas.

Dados do Banco Central (BC) mostram que, ao analisar todos os bancos brasileiros, o total dos dep�sitos est� hoje em quase R$ 290 bilh�es. No final de 2008, eram R$ 270 bilh�es.

O economista Reinaldo Cafeo avalia que, se a capta��o da poupan�a continuar em alta, o sistema monet�rio pode sentir falta de dinheiro para financiamentos. Ele explica que a caderneta de poupan�a tem uma �trava� legal que � a obriga��o de destinar 65% do valor depositado para habita��o ou saneamento b�sico.

�Se a poupan�a continuar recebendo fortemente esses recursos, potencializar� a possibilidade de emprestar dinheiro para moradia e infra-estrutura. Por�m, teremos ali na frente um problema de liquidez no sistema�, explica Cafeo. �O dinheiro de uma aplica��o tradicional, que um banco pode emprestar para empresas e pessoas f�sicas, seria somente 35% desse volume�, afirma.

Ele avalia que o governo federal n�o pode interferir nesse ponto, pois essa determina��o est� na legisla��o. �Eu at� avalio que o governo n�o vai reduzir mais a taxa Selic esse ano, pois se ele diminuir ainda mais, a poupan�a ficar� muito mais atrativa e ela pode se tornar um freio�, diz.

Caso a capta��o da poupan�a mantenha esse aumento, Cafeo acredita que o governo dever� tornar outros investimentos mais interessantes. �Ele ter� que rever a tributa��o das aplica��es financeiras, pois a poupan�a � isenta. A sa�da do governo neste momento � reduzir a tributa��o das aplica��es normais, tornando-as novamente atrativas de tal maneira que o investidor, ao analisar as taxas, conclua que � melhor deixar seu dinheiro no fundo de investimento�, explica.

Migra��o

Para o economista, a maior parte do volume de novas capta��es da caderneta de poupan�a adv�m da troca de investimentos. �Uma migra��o do fundo para a poupan�a. A caderneta abriga a economia popular e quem est� nessa faixa, ou foi afetado pelo desemprego ou n�o tem sobra para investir. Como n�o mudou nada em termos de renda nacional para que o pequeno poupador potencialize a poupan�a, h� um grande contingente de pessoas migrando�, avalia o economista.

�O investidor que n�o quer se expor ao Imposto de Renda e aplica R$ 100 mil, R$ 200 mil na poupan�a pois, por ser isenta, facilita o saque a qualquer momento, sem ter taxa de administra��o. Ent�o, se a diferen�a entre ela e os fundos for pouca, os investidores n�o t�m d�vidas: migram�, observa Cafeo.

Por isso, ele orienta quem tem dinheiro guardado ou uma sobra no final do m�s a aplicar na caderneta. �Se tem gente de grande capital investindo na poupan�a, orientamos quem tem dinheiro sobrando a n�o pensar em outro investimento e aplicar na poupan�a�, sugere.


____________________


Facilidade

H� alguns anos, a jornalista Mariana Bonora, 25 anos, mant�m uma caderneta de poupan�a. Por�m, ela intensificou os dep�sitos h� cerca de um ano. �Todo m�s deposito um valor. Assim que recebo o sal�rio, j� separo aquela quantia. � como se fosse uma conta que eu tenho a pagar, j� faz parte da minha programa��o�, explica.

Ela afirma que n�o tem um objetivo final para a aplica��o. �N�o tenho nenhum plano espec�fico. � mesmo uma garantia ou para ser utilizado em alguma emerg�ncia. Se eu precisar, est� l�, diz. A jornalista n�o escolheu a poupan�a pelo rendimento, mas pela facilidade. �Como fazia desde jovem, continuei depositando. Achei mais tranq�ilo. N�o busco tanto o rendimento, mas sim um lugar para guardar o dinheiro. Al�m disso, a poupan�a n�o cobra taxas, n�o preciso pagar nada�, afirma.




publicidade
As Mais Compartilhadas no Face
(SF) © Copyright 2024 Jornal da Cidade - Todos os direitos reservados - Atendimento (14) 3104-3104 - Bauru/SP