Catalisador da inova��o

O Brasil evolui na produ��o de conhecimentos cient�ficos. Chegou ao 13.� posto em artigos na base de dados Thomson Reuters - ISI, entre 183 pa�ses. A boa nova pode servir para enfim colocarmos em pauta o encaminhamento de um problema que h� anos limita a velocidade de crescimento do setor de inova��o no Brasil: existe um espa�o n�o preenchido, um hiato, entre os resultados das pesquisas, geralmente nas maiores universidades p�blicas, e as demandas das empresas. A situa��o � clara: hoje, muito do que se cria e pesquisa n�o chega ao cotidiano dos brasileiros devido � falta de liga��o entre academia e setor empresarial. O grande hiato est� na prova das novas tecnologias em escala industrial, no seu teste pr�tico, no scale-up, como se diz na ind�stria qu�mica. Hoje n�o h� quem queira ser o primeiro a desempenhar esse papel ou que se disponha a financiar os altos investimentos necess�rios.�

Experi�ncias no mundo j� mostram que a articula��o de grandes projetos � cada vez mais um papel que cabe a institutos tecnol�gicos. Universidades e empresas t�m sido dom�nios distintos e distantes. Os institutos tecnol�gicos transitam entre as duas realidades, sendo assim um potencial aglutinador, um catalisador. O Estado de S�o Paulo d� exemplo de como preencher a lacuna entre pesquisas e empresas. Com intermedia��o do Instituto de Pesquisas Tecnol�gicas do Estado de S�o Paulo (IPT), ligado � Secretaria de Estado de Desenvolvimento, S�o Jos� dos Campos receber� o chamado Laborat�rio de Estruturas Leves (LEL), para pesquisa com materiais para aeronaves do futuro, atendendo tamb�m segmentos da ind�stria que demandam materiais de alto desempenho, como o naval, o automobil�stico e de petr�leo e g�s. O IPT j� agrega ao seu curr�culo, a partir deste ano, o papel de articulador, estabelecendo assim as bases para sua atua��o neste in�cio de s�culo. Resta agora consolidar esse modelo e esperar que o Brasil perceba que uma andorinha n�o faz ver�o, que o trabalho conjunto de universidades, institutos de pesquisas e empresas pode ser a maior oportunidade para avan�ar com mais velocidade no cen�rio mundial de inova��es.


O autor, Jo�o Fernando Gomes de Oliveira, � graduado e doutorado em engenharia mec�nica pela USP e p�s-doutorado pela University of California - Berkeley, � diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Tecnol�gicas do Estado de S�o Paulo