Voluntariado: rede solid�ria que vai e volta

Pergunte a qualquer pessoa que � volunt�ria, seja h� pouco ou muito tempo, qual � a grande satisfa��o desse trabalho. Todos, sem exce��o, ir�o afirmar que enquanto desenvolvem o trabalho na �rea escolhida, seja qual for, ao se doar naquela a��o, recebem em troca um retorno enorme que pode vir em forma de um sorriso, de um �muito obrigado� ou at� mesmo de um semblante que mostre o al�vio da dor. A rela��o entre as pessoas que participam dessa rede solid�ria �, realmente, uma �via de m�o dupla�.

N�o existe um levantamento que aponte com exatid�o o n�mero de pessoas que desenvolvem algum tipo de trabalho volunt�rio na cidade. Fala-se em mais de 6 mil pessoas atuando de alguma forma em diversas atividades sociais nas dezenas de entidades em atua��o na cidade, principalmente nos bairros que concentram um n�mero maior de pessoas mais necessitadas.

O est�mulo vem desde a pura satisfa��o de ajudar o pr�ximo, como pela profissionaliza��o das a��es assistenciais e pelo contexto favor�vel � atividade. De todas as entidades em a��o no munic�pio, o Centro Esp�rita Amor e Caridade (Ceac) tem o maior cadastro, com cerca de 950 volunt�rios que desenvolvem diversas a��es dentro do grupo.

A Associa��o das Entidades Assistenciais e de Promo��o Social (Aeaps) tamb�m ressalta a import�ncia do voluntariado junto �s entidades, que mesmo recebendo ajuda financeira dos governos federal, estadual e municipal, teriam o trabalho bastante prejudicado sem a participa��o dessas pessoas.

Anunciata dos Santos Crepaldi, diretora do Ceac, afirma que n�o seria poss�vel prestar todo o servi�o assistencial que � oferecido atualmente nos seis n�cleos administrados pela entidade sem a participa��o e o comprometimento dessas pessoas que se oferecem gratuitamente para colaborar com o trabalho. Al�m dos n�cleos, instalados nas regi�es mais necessitadas, o Ceac tamb�m mant�m na �rea central da cidade o albergue noturno que atende as pessoas que chegam a cidade e n�o possuem nenhum lugar para ficar.

�As crian�as s�o o nosso foco principal, mas tamb�m atendemos adultos como no caso do albergue e de familiares de pessoas hospitalizadas com o trabalho dos �amarelinhos� nos hospitais�, explica Crepaldi.

Al�m do Ceac e do trabalho realizado por entidades oficiais reunidas pela Aeaps, muitas pessoas atuam como volunt�rias em trabalhos espor�dicos por conta pr�pria, por meio de igrejas e entidades com abrang�ncia estadual ou nacional.

Crepaldi explica que n�o existe idade ou forma��o social para poder atuar como volunt�rio. De acordo com ela, a entidade possui profissionais contratados como psic�logos, professores, assistentes sociais e outros que prestam servi�os remunerados. Entretanto, muitos profissionais dessas e de outras �reas dedicam algumas horas do seu dia para oferecer esses servi�os de maneira volunt�ria.

Na verdade, o volunt�rio n�o precisa ter nenhum tipo de forma��o, � preciso que ele tenha o compromisso e a responsabilidade com o trabalho. �Um bom exemplo � uma ju�za que, entre o seu �rduo trabalho di�rio, encontrou tempo para ir at� um dos nossos n�cleos de atendimento para brincar e conversar com as crian�as atendidas�, conta.

A diretora do Ceac afirma que engana-se quem pensa que trabalho volunt�rio � coisa apenas de adulto. �Temos jovens e crian�as que se dedicam ao voluntariado uma ou mais vezes por semana. V�rios estudantes t�m descoberto nesse tipo de trabalho, al�m do prazer de ajudar, uma forma de possuir um diferencial importante no seu curr�culo profissional e pessoal�, lembra.

O trabalho volunt�rio � t�o importante que h� v�rias datas que celebram a iniciativa. No mundo todo, o dia 5 de dezembro � dedicado ao voluntariado, mas o Brasil tamb�m reservou o dia 28 de agosto para exaltar o trabalho dessas generosas e dedicadas pessoas.