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12/07/09 03:00 - Geral

Entrevista da semana: Otac�lio Garms Filho

Ele abre sua vida ao JC e fala sobre trajet�ria profissional, futebol, BTC, fam�lia e amigos

Ana Paula Pessoto
Experi�ncia e muita hist�ria para contar


A mem�ria n�o falha na hora de falar sobre as lembran�as e recorda��es de vida. E quantas hist�rias Otac�lio Garms Filho tem para contar desses seus 63 anos. Sempre muito ativo, o promotor aposentado come�ou sua carreira profissional como um simples office boy. Simples sim, mas cheio de sonhos, determina��o e garra.

O garoto que come�ou sua vida profissional como um �faz tudo� da Prefeitura Municipal de Bauru, se aposentou como promotor de Justi�a. A brilhante carreira de Otac�lio foi constru�da de degrau em degrau e sempre com a ajuda da fam�lia e de amigos especiais, ajuda que faz quest�o de agradecer mesmo depois de todos esses anos. E dedica��o e for�a de vontade nunca faltaram para a forma��o da carreira dele. Mesmo que o sonho de menino, aquele da maioria dos garotos brasileiros, de ser um jogador profissional de futebol, tenha ficado para tr�s.

Mas nem tanto para tr�s assim. Ele vestiu um sonho de inf�ncia com as camisas do Noroeste e do Bauru Atl�tico Clube, times pelos quais jogou profissionalmente antes de se dedicar ao direito. A paix�o pelo futebol � tanta que ele j� foi diretor profissional do Esporte Clube Noroeste, fase que tamb�m rendeu muitas lembran�as.

O advogado, delegado e promotor ainda foi diretor e presidente do BTC, clube que se funde com sua hist�ria e pelo qual tem grande estima.

Entre todas as realiza��es da vida de Otac�lio, ele cita a constru��o e a uni�o de sua fam�lia como a sua maior realiza��o. Confira esse assunto e muitas outras hist�rias contadas por esse bauruense de cora��o ao Jornal da Cidade.


Jornal da Cidade - Como foi sua trajet�ria profissional?
Otac�lio Garms -
Comecei a trabalhar na prefeitura de Bauru como office boy e sa�, em 1967, como escritur�rio. Fui delegado de pol�cia estadual de 1971 a 1976 e promotor da Justi�a por 22 anos, de 1976 a 1998.


JC - Como surgiu o desejo pela carreira jur�dica?
Otac�lio -
Fiz faculdade de direito no Instituto Toledo de Ensino (ITE). Eu tenho um tio, Ovande Garmes, que � juiz aposentado e que foi o primeiro da fam�lia a fazer direito e a passar em um concurso p�blico, primeiro para delegado e depois para juiz. Ent�o, acompanhei esse meu tio e fui o segundo da fam�lia a seguir carreira jur�dica.


JC - Como foi seu trabalho como delegado?
Otac�lio -
Como delegado eu trabalhei nos plant�es em Bauru e como titular nas delegacias de Pol�cia de Ava� e Len��is Paulista.


JC - E a carreira como promotor de Justi�a?
Otac�lio -
Eu sempre me dediquei ao m�ximo. A carreira jur�dica exige uma dedica��o e tudo deve ser analisado com muito carinho e tranq�ilidade para que injusti�as n�o sejam cometidas. A den�ncia � o principal instrumento do promotor e � um trabalho muito criterioso e dif�cil. �s vezes, � melhor voc� absolver um culpado do que condenar um inocente.


JC - O senhor ainda trabalha com as leis?
Otac�lio -
Sim. Sou promotor de Justi�a aposentado mas atuo como consultor no escrit�rio TZGC, onde meu filho mant�m uma sociedade com tr�s advogadas. Freq�ento o escrit�rio com bastante regularidade e sinto muito orgulho por meu filho estar seguindo essa carreira. O escrit�rio est� com grandes parcerias que fundamentam o comprometimento e a compet�ncia de meu filho e de suas s�cias. Meu projeto profissional atual � acompanhar meu filho e o escrit�rio.


JC - � um homem realizado profissionalmente?
Otac�lio -
Sim. Procuro fazer tudo sempre com muita dedica��o e acredito que fiz tudo o que tinha que fazer.


JC - Qual � a sua vis�o sobre a Justi�a brasileira?
Otac�lio -
Eu acredito na efic�cia da Justi�a e ressalto que todos os profissionais envolvidos precisam ter muita cautela e cuidado no trabalho. Mas, como em todas as profiss�es, h� pessoas boas e ruins e as falhas fazem parte do ser humano.


JC - Quais foram as pessoas que marcaram sua vida profissional?
Otac�lio -
Muitas pessoas marcaram minha carreira profissional. Calmette Satyro Bonatelli, Jos� Fernando da Silva Lopes, Alfredo En�ias G. D�Abril, Dam�sio E. de Jesus, Fernando da Costa Tourinho Filho e Francisco de Assis Moura, entre outros nomes, colaboraram para minha forma��o jur�dica e profissional, e eu tenho gratid�o por eles.


JC - Por quanto tempo o senhor atuou como presidente da diretoria do Bauru T�nis Clube (BTC)?
Otac�lio -
Por dois mandatos que juntos somam quatro anos e sete meses. Eu colaboro com o clube desde 1982. Ajudei no futebol, depois como diretor geral de esporte e, finalmente, fui presidente no ano de 2004 at� o final de 2008.


JC - O senhor deve ter visto e participado de muitas festas e eventos sociais durante todos esses anos. O que ficou na mem�ria?
Otac�lio -
Eu gostava muito dos eventos daquela �poca. Mas, hoje, a concorr�ncia com os clubes � muito grande. Antigamente, no Carnaval por exemplo, as pessoas nem precisavam ser convidadas e o clube ficava lotado. Agora n�o � mais assim. A concorr�ncia com as danceterias e casas noturnas fez com que os clubes mudassem o foco e se adaptassem � realidade. Os bailes s�o diferentes e focados em shows, por exemplo. Durante os mandatos como presidente eu aprendi como � importante o apoio dos diretores, conselho, associados e parceiros como o JC e a FM 96, entre outros. Muitas pessoas dedicam parte de seu tempo ao clube e merecem gratid�o por isso.


JC - Como foi sua passagem na dire��o do futebol profissional do Esporte Clube Noroeste?
Otac�lio -
Trabalhei de 1989 a 1993. Nesse per�odo, disputamos quatro campeonatos paulistas, s�ries A1 e A2, e cinco brasileiros das s�ries B e C.


JC - Encontrou dificuldades como diretor do Noroeste?
Otac�lio -
Hoje em dia a dificuldade do futebol � a parte financeira porque as receitas, muitas vezes, s�o menores que as despesas. Tivemos um per�odo bom no Noroeste onde quase subimos, por duas vezes, para a s�rie A do brasileiro. Mas, sem dinheiro, as dificuldades sempre aparecem.


JC - O futebol � uma grande paix�o em sua vida?
Otac�lio -
Sim. O futebol sempre fez parte da minha vida e ainda faz. Joguei futebol desde crian�a. Comecei nas equipes de bases da Portuguesinha, depois fui para o Noroeste, isso no final de 1963, fiquei no clube at� 1965 como jogador profissional, depois fui para o Bauru Atl�tico Clube (BAC), em 1966, onde joguei amistosos at� o in�cio de 1971.


JC - Por que desistiu da carreira de jogador profissional?
Otac�lio -
Tive dois contratos com o Noroeste e um com o BAC. O primeiro foi em 1964. Por�m, em 1965 eu entrei para a faculdade e n�o tinha mais tempo para treinar porque estava estudando e trabalhando na prefeitura.


JC - Houve arrependimento em algum momento?
Otac�lio -
N�o, n�o. Eu apenas tentei uma carreira que n�o deu certo e o que eu queria mesmo, naquele momento, era fazer a faculdade de direito. Mas, como eu sempre falo para os amigos: eu realizei meu sonho de garoto ao vestir a camisa titular do Noroeste e do BAC.


JC - Qual � o espa�o que o futebol ocupa na vida do senhor hoje?
Otac�lio -
N�o jogo mais, mas acompanho o pessoal. Sou um torcedor corinthiano. Gosto de acompanhar e estar perto do futebol.


JC - Como foi a educa��o que o senhor recebeu?
Otac�lio -
Meus pais n�o eram r�gidos, mas exigiam que eu e meus irm�os estud�ssemos muito.


JC - Procurou passar os mesmos princ�pios para seus filhos?
Otac�lio -
Sim. Acredito que a educa��o dos filhos deve ser uma das principais preocupa��es dos pais. Meu filho � advogado, como j� disse, e minha filha � dentista.


JC - O senhor ficou feliz por seu filho seguir seus passos e cursar direito?
Otac�lio
- Fiquei sim. Na verdade, muitas pessoas da nossa fam�lia optaram por essa carreira e acredito que ele teve certa influ�ncia por causa disso j� que, desde pequeno, ele sempre viveu nesse ambiente. Por�m, nunca houve imposi��o, tanto � que a Daniele (filha) fez odontologia.


JC - Qual � a maior realiza��o de sua vida?
Otac�lio -
Al�m de toda minha vida profissional e pessoal, o nascimento de meus filhos g�meos, Daniele e Rodrigo, e do meu neto Rafael marcou a minha vida e a vida de Arlete (esposa). Acredito que a grande realiza��o da vida de um homem � a fam�lia. Primeiro os pais e os irm�os e depois a fam�lia constru�da ao lado de uma mulher, com filhos e netos. Sou casado h� 36 anos e namorei minha esposa por dez anos, ent�o estamos juntos h� 46 anos.


JC - O que a fam�lia significa para voc�?
Otac�lio -
Acho que a fam�lia � a coisa mais importante de todas e a base de tudo. A alegria de ser pai � imensa e ser av� � indescrit�vel. A felicidade n�o est� em cargos ou dinheiro e sim dentro da fam�lia. A minha � bastante unida e grande. Somos em 60 pessoas, aproximadamente.


JC - Tem alguma lembran�a inesquec�vel?
Otac�lio -
Tenho pessoas inesquec�veis. Meus pais, Otac�lio e Isaura, que com a alfaiataria formaram uma bela fam�lia e criaram quatro filhos, todos com diploma universit�rio.


JC - O senhor tem parentes na pol�tica. Nunca pensou em se candidatar a um cargo p�blico?
Otac�lio -
Meu irm�o foi vereador de Bauru por 16 anos, mas eu n�o tenho voca��o pol�tica. Acho interessante o trabalho dos pol�ticos, por�m, nunca me interessei por esse lado.


JC - O que faz nas horas vagas?
Otac�lio -
Procuro treinar na academia do BTC tr�s ou quatro vezes por semana. Aos s�bados e domingos eu sempre vou ao clube. Embora n�o jogue mais, sempre estou perto das atividades esportivas do T�nis com meus amigos.


JC - Qual � o valor da amizade para o senhor?
Otac�lio -
Tenho amigos de inf�ncia e ainda freq�entamos a casa um do outro. Posso citar alguns nomes como Chiquinho, Carlos Alberto Ferreira Menezes, Zequinha e Jaime Ferreira Menino, entre outros. Acredito que sou uma pessoa de f�cil relacionamento e procuro sempre prestigiar as pessoas que gosto com uma palavra de incentivo ou de carinho. Tenho um n�mero grande de pessoas que participam da minha vida, seja em churrascos, em casa ou no lazer do Clube de Campo do BTC. Eu gosto muito de manter amizades e nem sei o que seria de mim sem meus amigos.




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