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07/07/09 03:00 - Nacional

Corre��o das provas � � prova de falhas, dizem universidades

Folhapress
S�o Paulo - Assim que o vestibular termina, come�a o trabalho de um contingente respons�vel pelo que mais aflige os estudantes - decidir quem foi aprovado ou n�o. Est� nas m�os de at� 350 corretores o futuro dos candidatos a entrar na universidade. Por tr�s da corre��o, h� um sistema que as universidades p�blicas paulistas dizem ser � prova de falhas: cada quest�o � examinada por ao menos duas pessoas. Se houver diverg�ncia, uma terceira entra em a��o. O mecanismo � semelhante na USP, na Unesp e na Unicamp.

Na USP, por exemplo, s�o at� seis inst�ncias. A �ltima palavra, em caso de diverg�ncia nas notas, fica a cargo da professora Maria Tereza Fraga Rocco, vice-diretora da Fuvest, que promove o vestibular da USP.

Perguntas de ci�ncias humanas s�o as mais complicadas - cerca de 40% exigem terceira avalia��o por apresentar notas muito diferentes, diz Mauricio Kleinke, coordenador de pesquisa da Comvest, da Unicamp.

Por n�o terem resposta-padr�o, as quest�es dissertativas exigem dos avaliadores crit�rios muito bem estabelecidos, que �s�o afinados durante o treinamento dos examinadores e at� ao longo do processo de corre��o�, de acordo com Paulo Del Bianco, coordenador da corre��o da Vunesp (Unesp).

Na USP e na Unesp, h� etapas com quest�es de m�ltipla escolha. Para garantir que n�o haja erro na corre��o, as provas objetivas s�o submetidas a verifica��o eletr�nica. O vestibular da Unicamp � todo dissertativo.

H� uma esp�cie de gabarito com a resposta considerada correta - com um racioc�nio a ser seguido e temas que devem estar presentes na resposta. Se o vestibulando seguiu o que foi pedido na quest�o, ganha ponto. Se n�o abordou nada do que foi cobrado, tira zero. H� a possibilidade de receber pontua��o parcial, caso a resposta n�o esteja totalmente incorreta.

Nas tr�s universidades, o trabalho � dividido em bancas espec�ficas - um grupo de examinadores cuida da prova de portugu�s, enquanto outro se encarrega das quest�es de matem�tica, por exemplo. S�o 350 pessoas na USP e 190 na Unicamp. Na Unesp, que, assim como a USP, inaugura um novo formato de vestibular no fim do ano, estima-se que passem a ser cerca de 200 corretores.

Eles ficam em uma sala preparada especificamente para a corre��o. Na Unicamp, ficam um ao lado do outro. Mas um n�o sabe que quest�o ou prova o colega est� corrigindo, diz o professor Kleinke.

Os corretores, em geral estudantes de p�s-gradua��o ou professores, trabalham cerca de oito horas di�rias. Nos primeiros dias, o trabalho � mais lento, mas a velocidade de corre��o aumenta com o passar do tempo. �A grade de corre��o fica impregnada na cabe�a e voc� quase sonha com ela. Depois que voc� corrige 500 provas, fica autom�tico�, afirma Kleinke, ele pr�prio um ex-corretor.

O processo de corre��o das provas � sigiloso. O nome dos corretores nunca � divulgado. Eles s�o orientados a revelar apenas ao c�njuge o que fazem. E s� depois que conclu�rem o trabalho podem assumir que atuaram como examinadores.


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Reda��o chega a ser revista
5 vezes durante corre��o


S�o Paulo - N�o � f�cil corrigir a reda��o do vestibular. Na Unicamp, 20% dos textos t�m de ser avaliados tr�s vezes. A terceira checagem tamb�m � adotada nas outras universidades estaduais paulistas. Na Unesp, � bem menos comum -5%. Tal qual na Unicamp, cada reda��o pode ser examinada at� cinco vezes em caso de nota divergente; na USP, s�o tr�s vezes.

A rechecagem ocorre para assegurar que o aluno tenha uma nota justa, segundo as universidades. Se um corretor d� nota zero e outro n�o, a reda��o � revista.Fugir do tema � algo que faz o aluno zerar. A Unesp avisa que, se n�o for usada a modalidade pedida (como disserta��o), o aluno tamb�m leva zero.

O ritmo de corre��o � intenso. Em uma jornada de oito horas de trabalho, em m�dia, cada corretor da Unicamp avalia cem reda��es - uma a cada cinco minutos. Na Unesp, s�o, em m�dia 200 reda��es por dia, ou uma a cada dois minutos e meio. A USP n�o forneceu dados.

Ana Carolina Cleto, 19 anos, j� se deu mal na reda��o, o que ela atribuiu ao nervosismo e � argumenta��o inconsistente. Foi em 2008, ao prestar medicina na Unifesp. �Tive m�dia para passar, mas minha nota foi t�o baixa na reda��o que eles nem consideraram.� Agora, ela treina reda��o no cursinho e faz aula particular. O esfor�o tem surtido efeito? �Muito. Meu texto est� mais claro.�


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Racioc�nio conta mais

S�o Paulo - Mais do que uma prova impec�vel na ortografia, respostas coerentes e racioc�nio correto s�o o que USP, Unicamp e Unesp esperam de seus candidatos.

Na Unesp, erros de portugu�s s� s�o considerados nas provas de l�ngua portuguesa e reda��o. �Mas, ainda assim, a orienta��o � que os examinadores n�o sejam muito r�gidos nesse ponto�, diz Paulo Del Bianco, coordenador da corre��o de provas da Vunesp, que realiza o vestibular da Unesp.

Os �deslizes�, no entanto, n�o devem interferir na compreens�o do todo, diz Del Bianco, que enfatiza a necessidade de que haja coer�ncia nas respostas.

USP e Unicamp consideram os erros gramaticais, mas priorizam a express�o das id�ias.




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