O ministro da Defesa, Nelson Jobim, ao defender a demiss�o de v�rios assessores ocupantes de cargos de �confian�a� na Infraero usou a denomina��o �Jabotis nos galhos�. Disse textualmente que �Se estavam l� � por que algu�m botou, por que Jaboti n�o sobe em �rvore�. O ministro ainda confirmou que muitos desses �Jabotis� n�o eram sequer conhecidos pela administra��o.
A maioria deles foi colocada na Infraero dentro do pacote de bondades do governo para com o PMDB, um dos maiores sanguessugas da nossa pol�tica. As indica��es dos cerca de noventa e oito empregados sem concurso e sem crit�rios � fato corriqueiro no pa�s, e se falta vergonha e patriotismo sobra candidatos a aspones (Assessores de Coisas Nenhuma).
Se na Infraero que sempre est� nas p�ginas dos jornais como um �rg�o inchado, mal administrado e que n�o consegue de forma alguma tomar conta dos nossos aeroportos, imaginem no resto desse imenso pa�s quantos �jabotis� est�o pastando � custa do nosso suado dinheiro?
Al�m do governo federal, dos estaduais, dos municipais, ainda temos jabotis no Congresso Nacional, nas assembl�ias legislativas, nas c�maras e tamb�m nas autarquias e funda��es espalhadas por todo nosso vasto territ�rio. S�o milhares de cargos criados exclusivamente com a finalidade de contemplar partidos pol�ticos em troca de favores e votos que contrariam a vontade popular e os mais l�citos interesses do conjunto da nossa sociedade.
O jaboti tem como uma de suas caracter�sticas a casca grossa para proteg�-lo no mundo animal, pois no mundo da nossa pol�tica s�rdida o �Jaboti� que ocupa cargo de confian�a tamb�m �s vezes � casca grossa, trata mal seus interlocutores, desaparece do servi�o p�blico como se fosse um imenso tatu.
A prolifera��o de Jabotis come�a sempre nos anos eleitorais ap�s as negocia��es entre partidos e as composi��es das futuras e odiosas �bases eleitorais�. Ao assumir o cargo, o partido vencedor j� sabe de antem�o da cota de �Jabotis� que ter� de arrumar para saciar a sede de poder dos seus aliados.
A venda de empresas estatais que alguns pol�ticos c�nicos chamavam de cabide de empregos diminuiu para eles o poder de barganha, restaram poucas empresas e �rg�os nos governos e o jeito foi entrar no seio dos governos, em �reas ministeriais e suas autarquias e funda��es.
O certo � que se f�ssemos exportar carne de �jabotis� ter�amos lucros exorbitantes e com certeza seria um al�vio para os cofres p�blicos em seu mais amplo sentido, pois al�m do recurso da venda ter�amos a economia de estarmos privados de figuras t�o nocivas quanto pat�ticas no meio do funcionalismo p�blico brasileiro. Onde, diga-se de passagem, a maioria � s�ria e muito profissional.
Rafael Moia Filho |