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07/06/09 03:00 - Geral

Proibida ao volante, a velocidade � estimulada por ritmo da vida moderna

Luciana La Fortezza
Com o dia tomado por compromissos, mal percebemos o nascer e o p�r-do-sol. Como nos filmes, as folhas do calend�rio passam t�o rapidamente que, quando percebemos, o ano j� acabou. Estamos treinados a viver em velocidade. Sites nos ajudam, por exemplo, a medir a rapidez da conex�o com a Internet. Lentid�o � inadmiss�vel. At� beira o insuport�vel conviver com algu�m mais moroso. A correria � mesmo uma exig�ncia da vida moderna. E, ao mesmo tempo, uma aparente contradi��o: ela pr�pria pro�be velocidade ao volante.

A contradi��o n�o � a �nica vari�vel a prejudicar campanhas que pregam dire��o defensiva e prud�ncia ao dirigir. For�ar o veloc�metro tamb�m pode ser uma quest�o de poder, status e auto-afirma��o, especialmente em adolescentes e adultos jovens. Para muitos deles, o �exerc�cio� de pisar fundo no acelerador com a �compet�ncia� de controlar o carro tamb�m � um meio de testar os pr�prios limites - ou at� os limites do mundo. Velocidade ainda � sin�nimo de adrenalina, horm�nio do prazer, principalmente a esportistas dependentes dela.

E n�o � preciso dominar as pistas oficiais de corrida para render-se ao fasc�nio exercido por carros velozes. Mesmo quem nunca viu pessoalmente um Bugatti Veyron conhece a fama do ve�culo, apontado como o mais r�pido da atualidade. Longe de chegar aos p�s dele, tem quem invista em autom�veis para test�-los em pistas de acelera��o. Sem elas por perto, grupos se arriscam em estradas vicinais da regi�o. Muitos voltam com hist�rias radicais para contar aos netos. Outros, com o peso de comunicar a morte de um amigo.

Tristeza

Muito pior para as fam�lias que tamb�m sofrem com a perda de motoristas prudentes, preocupados com a seguran�a alheia, sem qualquer interesse em quest�es como pistas, carros ou velocidade. Para quem fica com a dor, em v�rios casos, resta o consumo de medicamentos tarja preta para suportar, pelo menos inicialmente, o conv�vio com a fatalidade. Apenas neste ano, em Bauru, 14 pessoas morreram em acidentes de tr�nsito, segundo a Pol�cia Militar (PM). A corpora��o, com base em estat�sticas, elegeu a avenida Na��es Unidas como a recordista em acidentes dessa natureza.

� poss�vel que, por ela, tamb�m transitem motoristas sujeitos a altera��es emocionais quando assumem o volante. � o t�pico caso do personagem do Walt Disney, no desenho �Pateta no Tr�nsito�, que termina mal no �ltimo quadro.

Por conta de tantas l�grimas e vari�veis intr�nsecas � quest�o, o mundo veloz pede ao menos um minuto para reflex�o. Sem conscientiza��o, o motorista s� p�ra morto - sem aproveitar os e-mails que lhe sugerem um final de semana num hotel fazenda qualquer para espairecer. Eis a alternativa dispon�vel pela sociedade moderna � correria di�ria.

Mas aten��o: para chegar l�, n�o consuma bebida alco�lica e, de prefer�ncia, fa�a um curso de dire��o defensiva. Talvez as informa��es n�o sejam in�ditas, nem absolutamente completas, mas n�o fazem mal, de forma alguma.




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