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04/06/09 03:00 - Tribuna do Leitor

Economia e meio ambiente

A pol�tica brasileira estr�ia um novo cap�tulo na novela CPI. Desta vez a gigante Petrobr�s � alvo de investiga��es que apuram supostas irregularidades cometidas pela empresa. O assunto CPI da Petrobras � destaque na imprensa e provoca temores no governo, j� que a empresa responde por 4,7% do PIB nacional. No ano passado, a Petrobr�s tamb�m foi destaque, s� que positivo: a explora��o de petr�leo na camada pr�-sal. O que h� de igual nesses dois epis�dios, um negativo (CPI) e outro positivo (explora��o de petr�leo)?

Eu diria que foram o debate e as conseq��ncias de um e de outro caso. Ap�s a instala��o da CPI, economistas come�aram a especular perdas na bolsa de valores, redu��o dr�stica do PIB brasileiro; governistas falaram de falta de patriotismo, falta de bom senso diante da crise internacional, disseram que os investimentos seriam prejudicados, entre outras conseq��ncias. Vale a pena prestar aten��o que tudo � analisado sob o ponto de vista econ�mico e pol�tico, o que n�o foi diferente quando a Petrobr�s descobriu a gigante reserva de petr�leo. Era a hora que o Pa�s seria auto-suficiente, grande exportador da mat�ria-prima e assistiria a investimentos de peso em todas as �reas.

N�o se levantaram as conseq��ncias para o meio ambiente, tais como o aumento dos n�veis de di�xido de carbono (CO2) na atmosfera ap�s a queima daquele petr�leo. Um estudo publicado este m�s pela revista Nature mostra que se o mundo quiser manter o aumento da temperatura do planeta abaixo de 2�C, n�o poder� queimar mais do que um quarto das reservas j� dispon�veis de combust�veis f�sseis (�leo, carv�o e g�s) at� 2050. Ent�o qual a vantagem para o meio ambiente da queima de mais combust�veis? Toda propaganda em torno da explora��o do petr�leo do pr�-sal vai contra o discurso mundial (pelo menos te�rico) de prote��o do meio ambiente. S� no campo de Tupi, estima-se que existem de 5 a 8 bilh�es de barris de petr�leo, o que resultaria na emiss�o de pelo menos 2,1 bilh�es de toneladas de CO2 na atmosfera.

Sob o ponto de vista ambiental pouco foi discutido no ano passado. Pode-se perceber que os aspectos econ�micos s�o sempre lembrados primeiro tanto agora como em 2008. Informa��es sobre impactos sociais e ambientais s�o deixadas por �ltimo e tratadas apenas como dados e estatat�sticas que parecem n�o repercutir na ado��o de medidas pr�ticas. Ontem, mais uma not�cia animou o mundo: Petr�leo em alta devido � previs�o de demanda. Claro, resultado do otimismo de alguns que v�em a recupera��o da economia pr�xima. Esse sim � um bom indicador. Logo surgem an�lises econ�micas sobre o assunto. Os impactos ambientais da retomada da demanda por petr�leo ser�o discutidos em um per�odo mais prop�cio.


Aelton Aquino




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