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04/06/09 03:00 - Turismo

A Paris dos tr�picos

Eliane Barbosa
A miniss�rie �Amazonas�, de Gl�ria Perez, na TV Globo, retratou fielmente como foi Manaus, no passado. A cidade era o centro de aten��o de estrangeiros que a elegeram como a �Paris dos Tr�picos�.

De acordo com o Guia �Amazonas - Tur�stico, Ecol�gico e Cultural�, da Empresa das Artes, o per�odo �ureo come�ou no mesmo ano da Proclama��o da Rep�blica, quando a prov�ncia tornou-se Estado do Amazonas e Manaus sua Capital, passando a ser aclamada mundialmente como a maior exportadora de l�tex do planeta.

A fama levou � Capital uma leva de trabalhadores, incluindo nordestinos e estrangeiros. A demanda fez com que novas constru��es surgissem, requerendo a implementa��o de servi�os de telefonia, eletricidade, �gua encanada e transporte coletivo com bondes el�tricos�.

A impon�ncia do teatro

Entre as constru��es mais significativas do per�odo da borracha, merece destaque o imponente Teatro do Amazonas, inaugurado em 1896, ap�s 17 anos de obras e mais tr�s para sua ornamenta��o.

Para se ter uma id�ia de sua pujan�a basta citar que toda sua estrutura � pr�-fabricada, com pe�as vindo de diversas partes da Europa: as grades de ferro dos camarotes e balc�es e os lustres de bronze de Paris; o couro das cadeiras, da R�ssia; os vigamentos de a�o das paredes, da Esc�cia; os vitrais esmaltados do domo, da Alemanha; e o m�rmore, assim como est�tuas, p�rticos, colunas, espelhos de cristal e vasos de porcelana, da It�lia.

Com tantos detalhes e tanta opul�ncia, para ficar pronto n�o foi f�cil: O teatro s� foi efetivamente aberto alguns dias depois, em 7 de janeiro, com a apresenta��o da �pera Gioconda, de Amilcar Ponchielli, pela Companhia Lyrica Italiana.

Governantes e comerciantes locais, entre 1890 e 1910, por conta da exporta��o da borracha natural, trouxeram da Europa centenas de arquitetos e paisagistas para a execu��o de um ambicioso plano urban�stico, que resultaria em uma Capital moderna e inovadora.

De acordo com o guia �Amazonas - Tur�stico, Ecol�gico e Cultural�, para a constru��o do teatro foram empregados materiais trazidos a peso de ouro de diversas partes da Europa: os vigamentos de a�o das paredes vieram de Glasgow, Esc�cia; as telhas vidradas vieram de Als�cia, regi�o entre a Alemanha e a Fran�a - s�o 36 mil escamas em cer�mica esmaltada, com as cores da bandeira brasileira; as grades de ferro para os camarotes, frisas e balc�es, bem como os m�veis estilo Lu�s XV e a arma��o da c�pula, vieram de Paris; m�rmores Carrara, est�tuas, p�rticos, escadas, colunas, lustres e espelhos de cristal, candelabros e vasos de porcelana vieram da It�lia, e as cadeiras de couro, da R�ssia.

O pano de boca, pintado por Crispim do Amaral, representa o encontro das �guas dos rios Solim�es e Negro, formadores do rio Amazonas.


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A grande metr�pole

A cidade da borracha, do porto, do teatro, continua surpreendente. Enorme, agrad�vel, reunindo um com�rcio agitado, um porto invej�vel, a famosa Zona Franca, praias de �gua doce, hot�is de categoria internacional como o Tropical, da Funda��o Ruben Berta, que acreditou no potencial amaz�nico, restaurantes premiados e enormes edif�cios.

O Tropical fica na Ponta Negra, um dos bairros mais pr�speros e agrad�veis de Manaus, onde um apartamento custa mais de US$ 1 milh�o e h� uma s�rie de atrativos voltados ao lazer, al�m de barraquinhas que servem cerveja gelada e cuias de tacac�, para �contrabalan�ar� o calor.

Em Manaus, a temperatura chega f�cil aos 40, 41 graus cent�grados. No inverno, gira em torno de 38 graus. Calor aliviado pela sombra das �rvores e por incurs�es � selva.

Ali�s, a cidade est� a pouqu�ssimos quil�metros da floresta amaz�nica, convidando ao encontro das �guas - o Solim�es e o Negro n�o se misturam antes de suas �guas se tornaram o Amazonas -, ao contato com os botos, com ilhas de puro encanto, igap�s e igarap�s, v�rzeas e florestas de terra firme.

Rotas que transportam os visitantes para um universo inexplorado que pode incluir ainda longas aventuras de barco, contato com �ndios, focagem de jacar�s, contato com os manauaras e um banquete de frutas t�picas como o tapereb�, o ing�, o tucum�, maraj�, mangost�o, birib�, rambut� e peixes deliciosos como o tucunar�, tambaqui e o matrinx�.

O tambaqui � um peixe de pequeno a m�dio porte. Pode ser preparado cozido ou refogado. Mas nada se compara ao prato oferecido em Manaus e chamado de �costela de tambaqui�.

O tucunar� pode chegar a 15 quilos. Sua carne pode ser preparada assada ou em caldeiradas.

A piranha habita todos os rios amaz�nicos. O perigo est� em ser tirada do anzol. Possui dentes afiados e mand�bulas salientes. O caldo de piranha-vermelha � afrodis�aco.

Manaus tem um conjunto arquitet�nico preservado, de deixar os �gringos� de queixo ca�do. Basta fazer um tour guiado pela cidade para se notar a express�o do pessoal avermelhado pelo sol.

Eles fazem quest�o de clicar todas as fachadas, filmar detalhes das escadarias e dos vitrais, folheando guias tur�sticos que informam a import�ncia desses lugares num passado n�o t�o distante.

A cidade � banhada pelas �guas do Rio Negro, que por conta da salinidade, n�o atrai pernilongos e os famosos �carapan�s� que tiram o sossego em outras cidades da Amaz�nia.




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